Capítulo Onze

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|Laura|

— Quem é aquele cara, Laura? — Pergunta Pedro, assim que chegamos ao meu carro.

— Eu já disse, um amigo, porque está tão preocupado? — Digo, exasperada.

Ele passa a mão pelo rosto e me olha.

— Ele é bem mais velho que você e eu senti um certo clima. Homens nessa idade adoram garotinhas cheirando a leite como você, Laura. Se toca e presta atenção com quem você anda. — Não aguento e começo a rir.

— Você acha que Inácio e eu... — Rio mais alto — Você só pode estar de sacanagem, Pedro. Eu não queria contar, mas ele é meu professor na faculdade e vizinho da Bella, nem amigos nós somos, apenas fui visitar a Bella e encontrei a cachorra. Ajudei como ajudaria qualquer outra pessoa. — Dou um beijo na bochecha dele — Vê se não viaja, ok?

— Isso só piora, será que não conhece a história dos nossos pais? Eu vi como ele me olhou, com certeza achou que éramos algo a mais — Será?

— Você está vendo coisa aonde não existe — Digo e abro a porta do carro — Nos vemos no jantar, te amo — Ele nega com a cabeça, frustrado.

— Só toma cuidado, ok? Eu não quero te ver daquele jeito novamente. — Meu coração se aperta, mas forço um sorriso.

— Não há com o que se preocupar — Ligo o carro e saio dali o mais rápido possível.

Será que Inácio realmente achou que Pedro e eu éramos algo a mais e ficou incomodado? E porque isso me deixava com o estômago agitado? É claro que eu o admirava, mas será que meu sentimento ia além de admiração?

Começo a buscar na minha memória, todos os momentos em que Inácio aparecia. Desde a primeira vez e todo o sentimento que isso trazia.

Droga, essas borboletas no estômago não estão facilitando minha vida.

Com a cabeça cheia de dúvidas, resolvo ir consultar a especialista em homens. Isabella!

Quando bato a sua porta e um cara com porte de modelo sai de lá com um sorriso satisfeito nos lábios.

Pelo jeito ele já estava de saída, já que estava terminando de vestir a camisa.

— Boa tarde, boneca — Reviro os olhos e bato a porta na cara dele.

Encontro Bella deitada no sofá, ela está de calcinha e sutiã.

— Isso são horas? — Ela se senta e me olha, ignorando completamente o fato de estar seminua.

— Eu tive um contratempo. Coloque uma roupa, por favor — Vejo um roupão caído no chão e jogo para ela.

— O que eu tenho, você também tem, minha linda — Diz, vestindo o roupão.

— Que seja, o que você queria? — Pergunto.

— Ah, não era nada demais, queria te apresentar o Marcelo, mas a gente acabou bebendo um pouco demais e você sabe, mas vou encontrar outro para você, não se preocupe — Ela pisca de forma saliente e eu reviro os olhos sorrindo.

— Você não tem jeito. Eu não estou procurando homem, dona Isabella — Tento deixar claro.

— Deveria, não sabe o que está perdendo — Ela se levanta e vai até a geladeira, buscando por algo lá dentro.

— Bom, já que estamos falando de homem, eu queria te perguntar uma coisa, mas você tem que prometer guardar segredo — Ela me olha como se eu fosse contar o próximo resultado da loteria.

Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora