Capítulo Vinte e Dois

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Laura

Fazia algumas semanas que eu estava vivendo os dias mais felizes da minha vida. Contei a minha mãe que estava saindo com Inácio e ela prometeu guardar segredo até que ele não fosse mais, meu professor.

Ela estava feliz por mim e me deu total apoio, apenas fez aqueles alertas sobre gravidez e pediu para que eu não me jogasse totalmente na relação, mas nisso eu fui totalmente incapaz de seguir seus conselhos.

Estava completamente apaixonada e nada me faria ir devagar. Inácio era carinhoso e atencioso comigo, estava me ajudando a estudar os conteúdos das outras matérias, mas nunca falávamos da matéria dele, porque seria antiético.

As tardes em sua casa eram regadas a sexo e filmes. Jamais saiamos em público e isso me incomodava um pouco. Porque o tempo todo me sentia como se fosse um segredo ruim dele, mas no fundo entendia a situação. Era o emprego dele que estava em risco.

Cheguei ao seu apartamento e encontrei Samuel jogado no sofá.

— Fala ninfeta, Inácio ainda não chegou — Diz, sem nem me olhar.

— Ainda não chegou? — Ele nega.

Meu celular começa a tocar e vejo que é do consultório da tia Luiza.

— Alô — Atendo.

— Laura, vi aqui que você estava agendada para amanhã, mas a Doutora Luiza terá que desmarcar, será que você poderia vir hoje? — Pergunta.

— Claro, estou a caminho — Desligo o telefone.

— Diga ao Inácio que hoje não poderei mais voltar, ok? — Ele apenas assente.

Fecho a porta e sigo para o consultório da tia Luiza. Ela acompanhou todas as gestações da minha mãe. Era uma grande amiga da família e já fazia alguns anos que eu me cuidava com ela.

Havia marcado um exame de rotina para amanhã. Eu costumava ser muito rigorosa com minha saúde e com a agenda lotada dela, certamente demoraria um pouco para ela me remarcar.

Cheguei ao consultório e fui até a recepção.

— Boa tarde, Laura, tudo bem? — Pergunta, Vânia a recepcionista.

— Sim e com você? Como estão seus filhos? — Ela sorri.

— Estamos ótimos, acredita que o caçula já vai completar cinco anos amanhã? — Diz toda orgulhosa.

— O tempo voa mesmo — Me lembro de quando fui ao consultório para a minha primeira consulta, Vânia estava grávida e o menino já iria fazer cinco anos.

— A Doutora está te aguardando — Ela diz, apontando para a porta e eu sorrio para ela.

— Obrigada, Vânia — Ando para o consultório.

Entrei na sala gelada da tia Luiza e ela sorriu para mim.

— Cada vez que te vejo, consegue ficar ainda mais linda. Essa genética da sua mãe é maravilhosa, parecem irmãs e não mãe e filha. — Beija minha face e me abraça.

— Obrigada, mamãe realmente está linda — Digo sorrindo.

— Vamos ver se está tudo certinho? — Assinto.

— Hoje faz um ano certinho que você veio aqui — Ela diz sorrindo.

— Passou tão rápido — Ela concorda.

Retiro a roupa e coloco o avental horroroso que somos obrigadas a colocar para facilitar os exames. Subo na mesa com suporte para as pernas e tia Luiza começa a se preparar para coletar o material.

Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora