Capítulo Treze

9K 890 125
                                    

|Inácio|

Vejo ela se afastar e ainda não consigo me mexer. Que diabos aconteceu? Bom, é óbvio que eu sei, mas como eu me deixei chegar naquele ponto?

Balanço a cabeça e passo as mãos no rosto, para tentar me controlar, mas o que eu quero de verdade é ir atrás dela e dizer que aquilo foi um erro e que nunca mais irá acontecer.

Por Deus, uma aluna.
Eu só poderia estar louco quando não a empurrei assim que se aproximou de mim.

Eu tentei não olhar. Venho tentando não olhar a um bom tempo, já era difícil antes, com essas roupas então, fica impossível.

Antes que ela entre no prédio, arranco com o carro.

Eu precisava, vê-la, precisava recuperar a minha sanidade.

***

— Boa tarde, Inácio, você não veio ontem? — Questiona, Olinda, recepcionista da clínica.

— Sim, mas eu quis vir hoje também, algum problema? — Pergunto, um pouco irritado.

— Acho que não é um bom dia, ela não está muito sociável hoje — Ela afirma.

— Não importa.

Sigo pelas portas até o jardim, onde todos costumavam ficar durante o dia.

Caminhei pela grama, até avistá-la distante. Ela falava consigo mesma, como sempre.

Quando ela me viu, correu até mim.

— Você veio brincar comigo, papai? — Suas mãos alisam meu rosto.

— Oi, princesa, vim sim, como foi seu dia? — Ela sorri de forma sapeca.

— Eu tenho um namorado — Ela sussurra como se fosse um segredo e meu coração dói.

— É mesmo? — Ela afirma sorrindo.

— Ele é tão bonito e disse que vamos ter lindos bebês — Diz, empolgada e uma lágrima cai pelo meu rosto.

— Não chora, papai, não chora, eu amo você — Recebo um beijo no rosto.

— Eu também te amo, sempre vou te amar — Finalizo com um beijo na sua testa.

|Laura|

Encontro a mala de mão que Isabella fez o favor de esquecer no apartamento dela.

A mesma iria desfilar pela a agência da tia Rebeca e havia esquecido algumas coisas necessárias, e é claro que a trouxa da Laura teve que vir pegar tudo.

Tranco seu apartamento e vejo um cara sair do apartamento do Inácio ao mesmo tempo.

Será que ele se mudou? Desde ontem não soube mais nada dele.

— Boa tarde — Ele me cumprimenta.

— Boa tarde — Respondo ao entrarmos no elevador.

Vejo ele apertar o botão do térreo

— Moradora nova? — Indaga.

— Não — Digo e fico em silêncio.

— É que eu nunca te vi por aqui — Questiona.

— Minha prima que se mudou a pouco tempo — Informo, sem muita vontade.

— Ah, então você é prima da festeira, muito prazer, me chamo Samuel — Ele oferece a mão e aperto.

Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora