Capítulo Dezesseis

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Laura

Verifiquei o celular pela milésima vez e nem uma misera mensagem dele. Fazia uma semana que eu estava de cama, faltando a faculdade e ele nem teve a consideração de me ligar. Eu tinha tido a má sorte de ser contemplada com uma virose e estava muito mal.

Pedro entra no quarto com uma bandeja de comida.

— Bom dia, irmãzinha, como você tá? Vai ficar fingindo que está doente até quando? — Lhe lanço um olhar chateado.

— Quem dera isso fosse verdade — Ele coloca a bandeja na minha frente.

— Então coma tudo, assim você vai ficar boa logo, logo — Pego o copo de suco de laranja e tomo um gole.

Na verdade, eu estava sem apetite algum, mas precisava comer e me recuperar.

Gabe aparece todos os dias para saber como estou e ficamos jogando vídeo game, quando não estou com muita dor. No geral, estou dormindo o tempo todo.

Ele se desculpou pelo beijo. Disse que achou que aquilo tornaria as coisas mais reais e eu acabei deixando o assunto de lado.

— Falou com o Enzo? — Pergunto e ele assente.

— Ele já começou o curso e parece que está gostando.

— Ainda não acredito que ele foi embora. Você sabe como a Mariah está? — Ele dá de ombros.

— Soube que ela recebeu alta e voltou para a casa dos pais, mas ela só fica trancada no quarto. Parece que está com depressão, ou algo assim.

— Assim que melhorar vou fazer uma visita a ela.

— Se fosse você deixaria a poeira abaixar, afinal somos irmãos da pessoa que ela menos quer ver — Diz, Pedro e no fim dou razão a ele.

— Você acha mesmo que a culpa do acidente foi do Enzo, como ela diz? — Ele nega.

— Um ônibus perdeu o controle e bateu no carro deles, Enzo não teve culpa alguma e até onde eu sei, ele estava limpo, desde que começou essa história com ela.

— Eu não consegui conversar muito bem com ele. Na verdade, não estávamos nos dando muito bem nesses últimos meses — Suspiro —, eu fui muito babaca com ele — Confesso e Pedro bagunça meu cabelo.

— Todos nós fomos, Laura. A gente nunca entendeu o lado rebelde dele e isso gerou uma série de problemas entre nós três. Eu como irmão mais velho, tinha que ter me importado mais, mas eu caguei, assim como todo mundo.

— Ele estava tão feliz com ela — Digo e ele sorri de lado.

— Estava mesmo e estava diferente também, mas vamos esperar ele voltar para casa e quem sabe eles não se acertem? — Uni as mãos em forma de prece.

— Que Deus te ouça — Ele sorri.

Inácio

— A prima dela disse que ela está doente, mas não seria mais fácil você ligar pra ela? — Samuel diz, assim que entra no apartamento.

— Claro que não... olha, eu cometi dois erros seguidos com ela e não quero cometer mais nenhum. Se eu ligasse, isso daria esperanças a ela de que me importo e gosto dela — Digo.

— Mas você se importa e gosta dela — Ele diz como se fosse óbvio.

— Ela não precisa saber disso. Porque demorou tanto? — Ele sorri de lado.

— Sabe como é a Bella, não consigo resistir a aquela morena. Ela acaba comigo — Ele se espreguiça — Vou tomar um banho, porque ela me deixou quebrado e suado.

Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora