Eu estava me sentindo tenso e ansioso, batendo os pés ao chão sem parar, meu coração acelerado, não conseguia respirar direito, como se eu tivesse esquecido como se faz. Inspire e expire, repetia isso em minha mente e executava para poder voltar a respirar normalmente. Enchia minha cabeça de positividades como "ela está bem" "tudo vai ficar bem" "ela vai ficar boa" para poder me sentir melhor e menos culpado. Enquanto Noah estava ao meu lado andando de um lado para o outro, roendo suas unhas, parecia estar na mesma situação que eu.
– Scott? – ouço a voz da Allison ecoando pelo corredor daquele hospital.
Viro-me rapidamente para a direção de onde ouço a voz. Vejo-a com seu rosto triste e ao mesmo tempo preocupado.
Me levanto e vou até até ela, e ela vem em minha direção abrindo seus braços para que eu pouse entre eles. Seu abraço é reconfortante e eu não quero solta-la nunca mais.
– Minha mãe, Allison. – digo com a voz trêmula, e ela quebra o abraço para observar meu rosto. – Ela sofreu um acidente e eu... eu não pude ficar aqui sozinho. O Stiles não atende minhas ligações. Me desculpe. – sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, e eu nem tinha percebido meus olhos se encher de lágrimas.
– Shh... Tá tudo bem. Vem cá. – ela me abraça novamente e passa suas mãos delicadas em minha cabeça. Repetindo que ia ficar tudo bem em meu ouvido, enquanto me desabava em seu ombro.
Já estava para dar 4 horas da manhã, e continuávamos esperando por boas notícias. Bom, pelo menos eu e o Noah. Allison já estava dormindo em meu ombro coberta com a minha blusa que eu mesmo emprestei para ela, está muito gelado aqui dentro.
– Xerife Stilinski? – o médico finalmente aparece e o chama. Allison tira sua cabeça do meu ombro e Noah e eu nos levantamos, na mesma hora.
– Ele é o filho. – Noah diz quando o doutor me encara.
– Tudo bem. – ele assente – Ela acaba de sair da cirurgia. Tivemos algumas complicações durante a cirurgia, por isso demoramos para dar as notícias. Fizemos a cirurgia para... – de repente minha audição fica abafada e eu não entendo mais nada do que ele diz, apenas fico o encarando, observando sua boca se mexer. Mas logo a audição volta, a tempo de ouvir as ótimas notícias. – Ela está bem. Está viva. Levamos ela para seu quarto agora mesmo.
– Ouviu, Scott? Ela está bem. – olho para Allison e ela me encara, segurando minha mão.
Não penso duas vezes em abraça-la forte novamente. Eu estava aliviado que minha mãe estava bem, mas nada tirava da minha cabeça que aquilo tudo era minha culpa.
Noah me manda voltar para casa para descansar, pois quando a minha mãe acordar ela vai querer me ver. Então eu decido ouvi-lo, volto para casa e Allison decide me acompanhar.
[...]
– Devia dormir. – ela diz depois de alguns minutos de silêncio.
Ela levanta sua cabeça, apoia a mesma em sua mão e continua me encarando. Enquanto eu continuo deitado em minha cama, olhando para o teto.
– Sua mãe vai querer te ver, e vai ficar preocupada se ver você cansado.
– Eu não sei se terei coragem de vê-la naquela situação.
– Claro que terá. Ela é sua mãe, terá que ser forte por ela. – meus olhos começam a se encher de lágrima. – Scott? – ela me encara com seu olhar preocupado.
– E se ela estiver lá por minha causa? – digo, tentando engolir o choro.
– O que? Scott, não...
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Nerve • Scallison
Teen FictionBem-Vindo a Nerve, edição Nova York. Nerve é um jogo 24h. Igual a verdade ou desafio, só que sem a verdade. Observadores pagam para ver e jogadores ganham dinheiro e fama. Scott é um observador ou um jogador?