STILES STILINSKI
Eu tive um sonho, onde eu conheci o criador, e fiquei cara a cara com ele. Eu o via mas não via, eu o escutava mas não o escutava. Entende? Não faz sentido, eu sei. Mas explicarei como foi este sonho.
Eu estava em uma loja, eu não consegui identificar em qual mas, de algum modo, eu sabia que era. Estava tudo embaçado e não conseguia ver nada além do que estava próximo a mim. O criador estava em minha frente, eu conseguia ver apenas sua silhueta. Não conseguia ver rosto, traços, cor dos olhos, seus cabelos, nada. Sua voz era de um tom que eu não consigo explicar ou identificar, mas eu conseguia compreender.
- Você não pode, Stiles. - dizia ele.
- Eu posso, e vou. Como pôde fazer isso conosco? - digo furioso, porém chateado.
- Tente entender meu lado.
- Você matou uma pessoa inocente. Como eu poderei entender isso?
- Por favor, todos vão me odiar!
- Eles vão ter que saber quem realmente você é.
Eu me viro e vou em direção a saída, ouço um som de ferro, como se tivesse tirando ele de algum lugar.
- Não posso deixar você fazer isso, Stiles.
Quando ouço ele dizer, viro-me para trás e vejo um vulto de algo vindo em direção a minha cabeça. Assim, o sonho acaba.
Foi algo tão real, não como alguns dos meus outros sonhos. Foi muito mais real do que eles, como se tivesse ocorrido, como se fosse uma lembrança.
Depois disso, o que eu me lembro são flashes. Me lembro do meu pai dizendo "Vai ficar tudo bem, filho", pessoas desconhecidas vestidas com roupa branca falando comigo, lembro-me do Scott segurando em minha mão e perguntando se eu estava me sentindo melhor. Até que finalmente, os flashes acabam e eu apenas vejo uma luz forte em meu rosto, fazendo eu ficar com os olhos semicerrados até a luz se apagar.
- Oi, Stiles. Como está se sentindo? – pergunta uma mulher vestida de azul, igual a Melissa se veste para ir trabalhar, com um estetoscópio em volta de seu pescoço e segurando uma pequena laterna, do tamanho de uma caneta.
- Um pouco tonto. – respondo. – Onde eu...
- Está no hospital, houve um acidente na escada. – ela responde, antes de deixar eu terminar minha pergunta.
- Oh, eu não me lembro de muita coisa.
- É normal. Houve uma concussão leve, logo as memórias voltarão.
Olho para o meu lado direito e vejo Scott dormindo sentado de mau jeito na cadeira, com sua cabeça deitada pra trás.
- Ele ficou a noite toda acordado, preocupado com você. – a enfermeira diz, quando percebe que estava olhando para ele.
- Vou deixá-lo descansar.
Horas depois, Scott acorda e conversamos sobre o acidente e ele tenta me lembrar de algumas coisas que eu não me lembro.
- Então você realmente bateu nele? – pergunto, rindo.
- O que? Não! Você estava lá e viu tudo. – ele ri junto.
- Hum, eu não me lembro disso. Scott, você está tentando mudar minha memória!
- Stiles, sério que você não se lembra? – sua expressão fica séria.
- Eu me lembro, seu idiota. Eu só estava brincando. – rindo, colocando mais uma colherada daquele pudim em minha boca. A única coisa boa que havia naquele hospital.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nerve • Scallison
Teen FictionBem-Vindo a Nerve, edição Nova York. Nerve é um jogo 24h. Igual a verdade ou desafio, só que sem a verdade. Observadores pagam para ver e jogadores ganham dinheiro e fama. Scott é um observador ou um jogador?