12. the creator

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Estou dentro de um sonho, onde eu não me lembro mais o que está acontecendo. Uma voz chamando pelo meu nome vai ficando mais alta e me tirando de lá de dentro.

– Scott? – abro os olhos e vou piscando e esfregando minha mão para melhorar minha visão – Parece cansado, você dormiu bem essa noite?

– Mãe. – desencosto da cadeira e me inclino para frente, segurando em suas mãos – A senhora está melhor?

– Eu estou melhor do que nunca, querido. Mas você não parece estar.

– Eu... andei pensando em algumas coisas durante essa noite.

– É sobre seu novo emprego?

– Novo emprego? – pergunto, desentendido.

– O Stiles me contou.

– O QUE? – grito, e quando percebo tampo minha boca e repito em voz baixa. O desgraçado do Stiles me paga por ele abrir o bico!

– Sim. Ele disse que está trabalhando duro na loja de games. – Oh, corrigindo, eu amo o Stiles – Que tipo de jogos vocês jogam lá?

– Oh... nós... jogamos vários jogos. – disfarço. Eu não faço ideia do que o Stiles falou para ela e não sei o que dizer.

– Então, você deve ser muito bom em todos eles. Eu entrei na conta hoje e tava com mais de 16 mil dólares nela. – ela diz parecendo surpresa – Isso é muito mais do que eu recebo trabalhando como enfermeira nesse hospital, e olha que eu não fico com a minha bunda sentada no sofá apenas mexendo os dedos. – sua expressão muda completamente, parecendo estar irritada e chateada.

– É... – desvio meu olhar e esfrego a mão na nuca.

– Scott. – ela me chama e me encara.

– Sim? – volto a olhá-la.

– Você não... está metido com drogas não, está? – ela sussurra ao falar "drogas".

– O que? – arregalo os olhos – Mãe, não!

– Isso tudo está muito estranho. Jogos?

– Sim, mãe. São apenas jogos.

– Não é ilegal?

– Não. – minto.

– Não é perigoso?

– São completamente inofensíveis. – minto mais ainda. – Pode ficar tranquila, ok? Esses jogos não são problema. Não quero que se preocupe.

– É difícil não me preocupar. Desde que nós mudamos para cá, NY te transformou, você anda diferente, bebendo, mentindo, ganhando dinheiro que eu nem sei se é ilegal, puxando o Stiles junto com você. Eu nem reconheço mais o Scott de Beacon Hills, é como se fossem pessoas diferentes. Eu não quero que você ande em caminhos errados, querido. – volto a segurar em sua mão.

– Eu não vou, mãe. Eu prometo. – minto muito mais e ela sorri.

As mentiras são para um bem maior. Minha mãe está em uma cama de hospital, dizendo que está "melhor do que nunca" mas na verdade, não está. E eu sei disso. Eu soube que ela anda tendo dores fortes e que não conseguia dormir essa noite com essas dores, mesmo enchendo ela de medicamentos. Ela esconde para me proteger, e eu também quero proteger ela, afastando-a da merda que eu fiz.

– Agora, eu preciso ir. Vou me atrasar para a aula. – levanto da cadeira e pego minha mochila.

– Tem certeza que não quer ir para casa para descansar?

– Eu não posso, tenho coisas importantes para resolver.

– Tudo bem. – vou até ela e pouso meus lábios em sua testa. – Tenha uma boa aula, querido. Venha me visitar quando puder.

Nerve • ScallisonOnde histórias criam vida. Descubra agora