Quando acordo, por um tempo fico observando o ventilador de teto, girando lentamente e silenciosamente, relembrando cada momento de ontem a noite. Relembrando cada beijo, cada toque, cada sorriso. A luz do sol passava mansamente pela cortina, iluminando o quarto. Acariciava o cabelo de Allison enquanto ela estava deitada em meu peito.
Acordo para a vida real, e me lembro de que tenho que ir no hospital para ver como está o Stiles, e sair da casa antes que a mãe de Allison chegue.
Levanto levemente sua cabeça, me esquivando para o lado e colocando sua cabeça devagar no travesseiro. Ela se mexe e resmunga, parecendo que iria acordar, mas não acorda.
Visto minhas roupas e dou mais uma olhada em Allison dormindo, pensando na enorme sorte que eu tenho. Abro a porta vagarosamente e saio, desço as escadas e ouço um barulho de chave e da porta se abrindo. Com o susto, subo rapidamente para o andar de cima.
- Allison? – ouço a voz de sua mãe chamando. – É você?
Puta merda.
Abro a porta do quarto e volto para dentro. Allison estava se vestindo.
- Allison? – sua mãe grita do andar de baixo.
- Sim, mãe, sou eu. – responde ela.
- Desça, trouxe café.
"E agora?", pergunto silenciosamente para a Allison. Ela aponta para a janela.
"O QUE?", digo, incrédulo.
- São poucos metros do chão. – ela chia.
- Allison, está tudo bem aí? – passos vindo da escada.
- Merda! – ela resmunga. – Anda logo, Scott!
- Tá, já estou indo!
- Está sim, mãe. – ela corre para a porta e tranca a mesma.
Vou em direção a janela, abro e saio por ela. Olho para trás e Allison faz um sinal com a mão para eu ir logo. Desço devagar e acabo pisando errado, me fazendo escorregar e sair rolando até minhas costas se encontrarem com o chão.
Ai!
Me levanto e saio correndo desengonçado, ignorando a dor insuportável que eu estava sentindo nas costas e no traseiro.
STILES STILINSKI
Por alguns minutos eu encaro o letreiro feito de luzes, mas no momento estavam apagadas. "Loja de Games", e logo embaixo, "A melhor do mundo".
Eu enxergava muito pouco o lado de dentro, pois o vidro era escuro da parte de fora, não havia visto nenhum movimento, parecia que não havia ninguém. Decido entrar, e tinha razão, não havia ninguém ali.
Caminho entre as prateleiras cheias de CDs e DVDs, observo um taco de beisebol pendurado na parede e uma luva segurando uma bola sobre uma prateleira, e ao lado havia uma foto de um garoto negro com os mesmos: vestido com roupa branca listrada para beisebol, boné, com o taco erguido, pronto para rebater uma bola que virá em sua frente. Semicerrei os olhos para poder ver se estava enxergando direito. "Seattle", escrito em sua camiseta.
Por um segundo, memórias vinham como flashes em minha mente. "Você não pode, Stiles", a voz do criador ecoava. "Todos vão me odiar". A moldura do garoto se moveu, rebatendo a bola que foi em sua direção. Pisquei, e a moldura voltou ao normal.
- Stiles, – pulei de susto ao ouvir uma voz masculina atrás de mim. – Está tudo bem?
Mason.
Voltei a encarar a fotografia.
- Está. Este é...
- Sim, sou eu.
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Nerve • Scallison
Teen FictionBem-Vindo a Nerve, edição Nova York. Nerve é um jogo 24h. Igual a verdade ou desafio, só que sem a verdade. Observadores pagam para ver e jogadores ganham dinheiro e fama. Scott é um observador ou um jogador?