Capítulo 14

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------ Éric ------

Acordo indisposto hoje (na verdade todos os dias). É estranho ter que ir para a escola diariamente sem motivos, os professores mal lembram de mim, nunca faço trabalhos em grupos... Só acordo todos os dias nessa zona, que ousei chamar de apartamento.

Claro, muitos devem estar pensando que sou menor de idade e estou erradamente morando sozinho, errados! Eu já tenho meus 18 anos, e antes disso vivia num orfanato. Como eu me sustento? Não tenho emprego, nem nada do tipo, vivo da maldita herança que meus pais deixaram. Perdi alguns anos na escola depois do ocorrido, sofri tanto que muitos nem imaginam. Só pare para pensar: Um jovem garotinho de 5 anos perde seu pai, seu herói, em um assassinato brutal. Um ano depois sua mãe se suicida e morri como uma covarde. Daí alguns dias depois sua irmãzinha querida some por um determinado tempo e logo quando é encontrada está morta! Que historinha interessante, não?

Desde aquela época até os dias atuais, podem ter se passado anos, mas o meu coração ainda se encontra em pedaços.

(...)

Todos os dias pego a minha moto e vou até à escola que fica a uns 9 km daqui, eu sei que é longe, mas tem que ter uma desculpa dessas para não fazer trabalho em grupo, e também foi o melhor lugar que eu achei.

Chegando na escola passo pela multidão de babacas que frequentam aquela instituição (tormento só se for).

Estou andando normalmente, passo no meu armário, pego meu livros, os coloco na mochila, subo alguns andares até chegar ao certo.

Quando estou quase abrindo a porta da minha sala, uma garota se bate comigo tropeçando em cima de mim. Ambos caimos no chão e infelizmente caí em cima da coitada.

- Eh... Foi mal... - Falo até que reparo em quem esbarrou em mim. - Alice?

- Ehr... Oi! - Ela diz se levantando. Acho que quebrei todos os ossos de seu corpo fragilizado.

- O-o que faz aqui? - Perguto balbuciando sem ainda entender nada. - Não acredito que está me seguindo de novo! - Falo sem me preocupar com os olhares estúpidos daqueles idiotas que me rodeiam.

- Eu não! Só vim beber água. O bebedouro do meu andar está quebrado. - Fala jogando uma desculpinha miseravelmente mentirosa.

Só faço concordar com a cabeça, não tinha tempo para as brincadeiras dessa garota curiosa e metida a besta, que acha que pode mentir para um mentiroso. É até engraçado vê-la tentando encontrar uma resposta para tudo.

As aulas começam e logo me encontro no canto da sala, assistindo atentamente todos os detalhes do assunto.

(...)

Depois de algumas horas de aula, sinto algo no meu bolso. Toco e chego até a pensar que era dinheiro (quem me dera), mas na verdade me iludi, era um papel. Abri ele e logo dizia:

Éric, sei o que anda passando, sei que sua dor pode ter sido a mais intensa possível. Sinto muito pela tragédia que sua família passou. Mas pense na seguinte questão: Andei fazendo umas pesquisas sobre tal assunto e sua mãe não se suicidou, foi um assassinato! E tal assassino queria que parecesse proposital aos olhos de todos.

Se quer investigar mais, estarei te esperando na mesma ponte às 14:00.
Espero te ver lá.
Alice Johnson.

Mal posso acreditar no que li. Tenho que me encontrar com essa garota. Agora só me restam dúvidas, mas se for verdade... Vou me vingar do desgraçado que destruiu a minha vida.

------ Éric off ------

Garoto Misterioso (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora