Abro os meus olhos com dificuldade graças a claridade da lâmpada do lugar em que me encontro. Um enorme desconforto me aparece ao perceber que estou amarrada à uma cadeira, e percebo que tem alguém atrás de mim e pelo que meus pensamentos apontam deve ser o Éric!
Fico por um curto período me debatendo para me soltar das amarras, porém acho que quem quer que tenha nos amarrado, tomou o devido cuidado para nada sair fora do planejado, desgraçado!
- Ai! - Escuto os murmúros da pessoa atrás de mim e minhas dúvidas foram respondidas por imediato.
- Éric! É você? - Digo eufórica.
- Alice? Onde estamos? Você está bem? - Ele indagava perturbado.
- Estou... Eu acho! Não faço ideia de onde estamos. Só lembro que sofremos um acidente, e isso não me parece um hospital... - Comento.
Logo escutamos a porta se abrindo e dirijo o meu olhar à mesma direção.
- Olha só! Já estão de pé? - Ele piadeia e depois solta uma gargalhada. - Quero dizer... Sentados.
- O que você quer seu desgraçado? - Éric grita o homem desconhecido.
- Uhm... Parece que temos um estressadinho aqui não é? Pois não se preocupe, suas perturbações logo teram um fim! - Ele fala soltando um sorriso demoníaco.
- O que você quer conosco? - Pergunto tentando ser o mais cautelosa possível.
- Acho que você não vai querer saber... - Ele ironiza. - Vou deixar vocês descansarem um pouco, pelo menos para se acostumarem com a escuridão. - Ele fala e logo sai dando altas risadas.
Estava com medo, tenho certeza que desta vez não é brincadeira. Este maníaco quer nos matar, e francamente, não estou pronta. Não estou pronta para deixar minha família, não estou pronta para deixar o mundo sem dizer o quanto eu gosto do Éric, não quero deixar o mundo sem dar meu último adeus para os meus amigos, não estou pronta para morrer sem fazer minha faculdade, ter um emprego, da orgulho aos meus pais e até... Ter uma família.
- Alice você está aí? - Pergunta Éric preocupado.
- Estou! - Afirmo.
- Fai ficar tudo bem... Vamos sair desta...
- Seja realista Éric! Nunca vamos sair daqui, este homem vai nos matar e depois vai nos enterrar em um canto qualquer! VAI NOS MATAR ÉRIC! - Grito jogando as fichas na mesa.
- Tem razão... - Ele fala, e apesar de estarmos de costas um para o outro posso interpretar o olhar triste que ele deve estar formando em seu rosto.
- Desculpa não quis dizer isso... Olha! Vamos tentar, se não der certo... Pelo menos vamos morrer juntos! - Falo tritste e ele solta uma risada rápida que logo se acaba.
- Pelo menos verei minha família novamente. - Ele fala e uma lágrima desse do meu rosto passando pelas feridas que se formaram.
- E eu o meu irmão! - Falo e logo ficamos quietos novamente.
(...)
- ACORDEM! - Escuto alguém falar e assim que meus olhos se abrem vejo o "bendito" homem imóvel olhando para nós dois.
- O que é desta vez? - Pergunta Éric demonstrando sua impaciência.
- Vim contar uma estorinha para vocês, mas já que não querem ouvir...
- Não! Fique! - Imploro.
- Ótimo! Boa garota, ao contrário do seu parceiro. - Ele fala indicando a Éric. - Mas não posso começar com vocês deste jeito.
Ele vem em nossa direção e vira nossa cadeiras, de modo que fique um ao lado do outro.
- Pois bem! Era uma vez dois amigos, John Hupsel e Ronny Keniton. - Ele fala e Éric arregala os olhos. - Isso mesmo seu pai. Continuando... Dois amigos desde a infância, inseparáveis. Cresceram juntos, viveram juntos, mas uma coisa teve porém, não morreram juntos. Eu e John éramos tão felizes até aparecer Willian Johnson. Começaram a se juntar e me deixar de lado, começaram a me tratar como o boboca, o vilão de suas "lindas" histórias. - Fala e olha para mim. - Os pais de vocês me excluíram de suas vidas, principalmente da sua não é Éric? - Ele indaga.
- Do que você está falando? - Éric o Olha confuso.
- Uhn... Parece que seu "papai" não o contou sobre tudo não é? Filhinho. - Ele fala e Éric se espanta.
- Impossível! O meu pai é o meu pai. Você está mentindo! DESGRAÇADO! - Éric se altera.
- Isso são maneiras de tratar o seu pai? - Keniton fala e dá uma risada maligna. - Eu e Carmen fomos namorados. Ah, Carmen como era tão boazinha. Boa demais para mim. Tivemos um caso e ela engravidou, porém não me queria mais. Os anos se passaram e minha raiva só aumentava. Até que não aguentei e matei todos, menos você e... Quero dizer, menos você. - Fala e digamos que algo aí não está como pensamos. - Bem... Acabou a estória matei todos, um por um. Fim! - Ele termina com ênfase.
Sai e a cada minuto sinto que não vamos sair bem dessa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garoto Misterioso (EM REVISÃO)
Mystery / Thriller"Olá! Sou Alice Johnson, e eis aqui a minha história: Sou uma garota que digamos... Tem mais problemas do que anos de vida. Moro em Minnesota, mas acho que essa localização não vai durar. Meus "queridos" pais são a Sra. Marta Johnson e o Sr. Will...