catorze

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n/a: leiam as notas finais e escutando a música <3


Dedos trêmulos trabalhavam incessantemente atingindo de instantes em instantes o teclado sob eles. Estava sentada na frente do computador há mais de uma hora e tudo que havia escrito eram três linhas.

Fazia a matéria que deveria mostrar o que realmente aconteceu comigo e Simon mas pela primeira vez, havia um bloqueio entre minha mente e meus músculos das mãos que não me permitia expressar de maneira adequada o que estava em meus pensamentos.

Uma frustração enorme se apoderou de mim e tentei focar apenas naquilo. Ignorei os acontecimentos precedentes e esqueci o mundo ao meu redor.

Entretanto, ainda assim, nada útil saía de mim.

...

Por volta de três da tarde, Alice chegou até minha casa e fez com que eu me alimentasse. Minha amiga estava estonteante mas isso não impediu que ela me desse bronca. Expliquei a ela que não estava satisfeita com o que havia escrito e que achava que não conseguiria escrever sobre a minha vida para a revista na qual trabalho.

— Você já pensou em apenas escrever a sucessão dos acontecimentos e entregar a matéria a outra pessoa? — sugeriu.

Rapidamente me animei.

— Na verdade, não. Farei isto, vou finalizar e falar com a Dakota — me levantei com um enorme sorriso — Muito, muito obrigada, amiga. Não sei o que seria da minha vida sem você.

Deixei o prato com o resto da comida na mesa e corri até meu escritório para terminar e enviar para minha chefe ainda hoje, terça-feira.

Finalizei o documento e pedi para que a Sra. Jones o transfirisse para a supervisora que cuidava da seção feminina da revista para que a mesma editasse e publicasse, pois eu mesma não me sentia confortável para fazê-lo. Fiquei feliz por ter uma chefe que respeitasse minha decisão e se preocupasse também comigo além do lucro que eu poderia trazer para ela.

...

Alice não tirava o olho do celular enquanto assistia-mos um documentário e conversáva-mos. Disse a ela que Harry ainda não havia me contatado e ouvi as novidades sobre seu relacionamento com Andrew.

— Eu ainda não acredito que  você não o beijou.

Revirei os olhos e engoli o discurso que já fiz várias vezes para ela. — O que você tanto olha nesse celular que não está prestando atenção?

— Ah... — sorriu como faz quando me esconde algo — Estou conversando com uma advogada.

— Quem você quer processar? — indaguei.

— Você, por ser tão lesada. 

A encarei confusa e seu olhar finalmente se desviou para mim.

— É para o seu caso com o Simon, meu Deus! Você precisa de alguém para te defender no tribunal também. Ele com certeza não vai confessar, então, assumi meu papel como sua acessora oficial e estou resolvendo isto para você.

— Bem, não estou sendo ingrata nem nada, mas eu iria procurar por isso também. É só que eu estava com muitas coisas na cabeça e acabei não fazendo — tentei me justificar me sentindo realmente lesada por não adiantar mesmo o que seria necessário.

Carolina  {hes}Onde histórias criam vida. Descubra agora