quinze

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Os últimos dias haviam sido um turbilhão para mim. Inúmeras coisas acontecendo ao mesmo tempo me faziam querer largar tudo e ir passar algum período em outro lugar do universo até os eventos se concretizarem e resolverem.

Infelizmente, isso não era possível então tive que aguentar o peso e tentar solucionar os impasses com a ajuda de Alice e minha mais nova amiga Andrea.

O que sucedeu em relação ao artigo roubado da revista Clark foi o fato de descobrirmos, ao checar as câmeras de segurança que Hanna havia entrado na sala da diretora na seção feminina da revista e supostamente transferiu o arquivo para seu pen drive e o excluiu do computador.

Se o problema fosse apenas este, eu seria capaz de resolvê-lo pois tenho uma cópia dele, mas o verdadeiro transtorno é que a Jones magazine escreveu toda uma matéria sobre a minha vida e o meu relacionamento com base no documento que fora subtraído.

Por fim, decidimos publicar o que eu tinha e a Clark entrou num processo judicial contra Hanna, que também foi demitida.

Nesse meio tempo, Harry me contatou e trocamos algumas mensagens, mas por ambos estarmos ocupados com o trabalho e tudo o mais não conversamos frequentemente.

Amanhã seria a audiência do caso com Simon e seria decidido o que aconteceria com o mesmo. No fundo, eu não o queria ver mal, apenas longe de mim.
O fato é que ele precisa sofrer as consequências de seus atos.

O que me faz prosseguir com tudo isso, é pensar em outras mulheres que sofrem ou já sofreram e vão sofrer esse tipo de agressão. Principalmente incentivá-las a denunciar para que o mesmo cara não faça isso novamente e para que estejam seguras. É para outras mulheres não passarem o que passei e sentirem-se como me senti.

Andrea tem me ajudado bastante e tem certeza que ganharemos o processo. Conseguimos recolher algumas provas e o apoio de algumas pessoas na Internet e até mesmo nas ruas também vem cooperando para meus dias serem melhores.

Como toda a minha história com Simon foi a público, também recebi alguns telefonemas por parte da minha família e parentes.
Hoje meus pais virão me visitar para tentar oferecer algum tipo de apoio, ou simplesmente fingir.
De todas as formas, eu não me importo. Apesar de sentir tantas coisas dentro de mim, sei que em breve tudo estará bem.

...

Era por volta de duas da tarde quando meus pais, meu irmão e minha cunhada chegaram até minha casa. Após todos os abraços e cumprimentos, fomos a um restaurante finalmente almoçar.

Meu irmão é oito anos mais velho que eu e apesar das diferenças de idade, éramos muito próximos na infância. Edmund sempre fora protetor e muito fraternal comigo, mas então ele conheceu a Yari, se casou e foi morar em outra cidade com ela. Eu tinha quinze anos na época e fiquei tão devastada que me afastei quase completamente dele.

Antes de vir para Nova Iorque, eu era bem próxima da minha família, apesar dos diversos impasses e divergências com minha mãe. Com a distância, nossa relação se tornou mais fraca e ao iniciar o namoro com Simon nosso contato era muito raro, pois todo meu tempo livre eu costumava passar em sua companhia.


Durante todo o trajeto de carro até o restaurante, Ed esteve conversando comigo e se aproximando mais as vezes para algum carinho desajeitado. Acho que eu nunca terei a mesma relação com a minha família depois de todas essas coisas e a verdade é que eu me sentia à vontade com eles tanto como com um desconhecido. Eu não queria falar sobre Simon ou ter que responder perguntas sobre minha saúde ou os meus sentimentos. Estive sem eles durante todo esse tempo e não seria agora que eu iria precisar.

Ao chegarmos ao local e fazermos os pedidos, expliquei, em poucas palavras e superficialmente que Simon não era mais uma preocupação e que falar sobre o mesmo não era o que desejava.

Trocamos mais algumas palavras enquanto comíamos e após terminamos nosso almoço os levei até o Central Park onde passamos o resto da tarde.

Passar um tempo com eles foi de fato agradável, pois apesar de distantes, ainda eram minha família e eu ainda os amava. Entretanto, hoje é um dia que eu preferia mais que qualquer coisa ficar sozinha. Com tudo que vai acontecer amanhã e a ansiedade que me consumia para chegar logo, eu tentava limpar a mente das preocupações e descansar. Mas toda vez que eu olhava para eles me lembrava do motivo da visita e só queria estar me preparando melhor para o próximo dia.

...

Se passavam de 2:00am e eu me encontrava sentada em frente ao computador tentando fazer várias coisas e não fazendo nada ao mesmo tempo. Aguardava a resposta de Alice que como eu não conseguia dormir. Ou talvez tivesse pegado no sono, a julgar pela sua demora a me dar um retorno.

Também havia conversado com Harry algumas horas atrás. Ele havia contado que fizera shows por alguns dias seguidos e que estava exausto.

Não sabia em que lugar do mundo ele estava e não me preocupei em perguntar.

Quando a gente conversava eu era capaz de esquecer de tudo que estava acontecendo ao meu redor. Para não fugir do clichê, eu sentia como se existisse apenas nós dois no mundo e uma parte disso me fazia bem mas outra me deixava com medo.

No fundo, uma voz me dizia para me afastar enquanto não era tarde e eu não estava apaixonada por ele porque nós dois nunca daríamos certo.

Apesar de todas as preocupações a respeito do Styles, um sorriso se abriu em meu rosto ao ler uma mensagem nova que havia chegado.

Harry Esmeralda:
Boa sorte mais tarde. Sei que vai dar tudo certo para você. Estou do seu lado.
Dorme bem.
H

Controlei o sorriso enquanto lia a mensagem mais uma vez.

Talvez já fosse tarde demais para não me apaixonar.

*****

Eu sou muito flopada, socorro!

Primeiramente, perdoem a demora e se os últimos capítulos não estão tão bons. Prometo que os próximos serão melhores e mais movimentados.

Digam o que estão achando e não deixem de comentar <3

músicas do capítulo: dollhouse - melanie martinez
carousel - melanie martinez

Pergunta: vocês têm alguma posição ou opinião política?

Carolina  {hes}Onde histórias criam vida. Descubra agora