Carolina {hes}

doze

n/a: no meio do capítulo terá uma narração do harry então prestem atenção para não ficar confusas. leiam as notas finais, por favor. boa leitura! (comentem bastante rs)

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Eu sabia que precisava sair dali para o mais longe de sua presença possível. Sabia que deveria correr e avisar a polícia ou qualquer outra pessoa que meu ex-namorado havia desrespeitado a medida protetiva e invadido o meu apartamento para, provavelmente, se vingar de mim. Mas eu não conseguia sair do lugar. Minhas pernas tremiam e todos os meus músculos carregavam tensão.

Seus olhos vermelhos encontraram meu olhar assustado e o mesmo se levantou subitamente, saindo do transe que estava até eu aparecer. Deu um passo em minha direção.

Virei-me de costas para si quando finalmente fui capaz de fazer um movimento, minhas mãos seguraram a maçaneta como se minha vida dependesse daquilo. Podia sentir meu coração bater com pressa em meu peito.

— Espere! — ele parou. Sua voz num tom grave e desesperado.

Encarei-o com a cabeça parcialmente virada em sua direção. Eu deveria simplesmente sair. Era tudo que eu precisava fazer mas uma parte de mim precisava ouvir o que ele tinha para me dizer. Talvez eu nunca pudesse descansar em paz sem acreditar na sua mentira de que estava arrependido porque dessa vez eu não daria a chance dele mostrar o contrário.

— Eu só quero conversar... — disse mais baixo — Por favor...

Seu estado caótico fez com que eu desistisse da minha fuga. Era incompreensível meu desejo de ouvir suas belas e dolorosas mentiras.

Entretanto, mesmo que eu não sentisse mais nada por Simon, eu tinha a necessidade de saber que nada daquilo era por minha culpa. Eu me sentia desprezível toda vez que sua mão atingia meu rosto com brutalidade ou quando suas pernas me chutavam com força.

— Que estás a fazer aqui? Veio me bater novamente? Deixe-me avisá-lo que dessa vez eu não ficarei calada.

Seu cabelo loiro estava desarrumado, as pupilas dilatadas, nariz e olhos vermelhos. A calça que parecia grande demais e um odor de bebida vinha de si. Ele estava perturbado, certamente sob o efeito de drogas e álcool.

— Eu... eu preciso que retires a denúncia. Preciso do seu perdão para poder seguir em paz.

— Você é louco?! Eu espero do fundo do meu coração que você pague pelos seus erros, porque eu já cansei de pagar por eles. Agora, por favor, vá emb-

— VOCÊ NÃO VÊ O QUE ESTÁ FAZENDO COM A MINHA VIDA? VAIS ACABAR COM A MINHA CARREIRA! AS PESSOAS ESTÃO ME AMEAÇANDO NAS RUAS, EU PERDI MILHÕES DE DÓLARES EM CONTRATO POR SUA CAUSA!

— SAIA DA MINHA CASA!

Simon se aproximou de mim em passos firmes. Era perturbador ver o seu estado. Eu nunca quis destruir a vida dele, o que mais queria era que tivéssemos sido felizes juntos. Mas era impossível ter paz no cenário tão tóxico e caótico que Simon era. Sua instabilidade me atingia de todas as formas e agora eu estava vulnerável a seu estado.

— Você irá se arrepender, Melissa — disse entredentes, seu indicador encostado em meu peito — Tudo que eu sempre fiz foi por amá-la e o que você me dá em troca? Sua ingratidão! Você me traiu de diversas formas e eu nunca a perdoarei por isso — um passo para trás ao mesmo tempo que uma lágrima escorreu  e percorreu seu rosto.