Carolina {hes}

vinte e dois

Meu corpo balançava de acordo com as batidas da música atrás de mim, o álcool em minha cabeça me deixando mais relaxada enquanto sorria para o Harry que dançava a minha frente. Estávamos na festa de lançamento do novo álbum do Niall Horan, amigo de banda do Harry e a pessoa que queria me conhecer. 

Após o fatídico passeio no parque, no qual fomos flagrados aos beijos por um paparazzi — o que deixou o cantor consideravelmente irritado por não tê-lo visto — e as fotos foram publicadas numa manchete completamente sensacionalista, nosso relacionamento, ou affair , se tornou assunto de conhecimento geral e não apenas meus conhecidos (isto inclui pessoas da faculdade que nunca se dirigiram a mim antes), mas também alguns amigos do Harry quiseram saber se era algo sério o que tínhamos. Desta forma, Niall não convidou apenas ao Harry como a mim e aos nossos amigos. Sim, nossos, pois neste período o Styles havia se aproximado bastante de Andrew e Tristan e os três estavam construindo uma amizade incrivel. Assim, fomos todos — e com isto eu incluo Ashley, Isabel, Alice, Isaac  e Alex — à comemoração do álbum do Horan. A maioria dos amigos estava de penetra, mas aparentemente não davam a mínima a isso por ter sido Harry quem os convidou. Aparentemente, ainda não entendiam que os garotos não estavam mais numa banda e viviam suas vidas individualmente. Isso incluindo festas.

Não havia muitas pessoas na celebração que discorreria numa mansão em Londres, no topo de uma linda colina. E perceber isso aqueceu meu coração pois significava que Harry realmente me considerava parte de sua vida.

Ao chegarmos ao local ele nos apresentou ao amigo que foi muito simpático com todos e passou um tempo falando coisas constrangedoras e divertidas sobre seu ex-colega de banda, até que precisasse cumprimentar o resto dos convidados que chegavam e se perder pela casa.

Agora já anoitecia e o horizonte estava colorido de tons amarelados de azul, o sol brilhava entre as fendas das luminosas nuvens e fazia um majestoso degradê  do ciano ao alaranjado com algumas manchas rosas pelo caminho. Parei de dançar e encarei as esmeraldas brilhantes nos olhos do homem a minha frente. Seu sorriso iluminava toda sua face e seus braços rodearam minha cintura quando ele aproximou o rosto do meu pescoço para dizer o quanto eu era linda. Sorri nos seus ombros e me afastei, levando-o para longe da pequena aglomeração de pessoas e mais próximo da borda do terraço que era circundado por um murinho de vidros curtos e onde era mais silencioso.

— Olhe para trás, o horizonte está nos contemplando — disse enquanto ria, cambaleando para trás. Harry se virou divertido e encarou o sol se pondo entre algumas montanhas.

— O sol está se escondendo com vergonha do nosso amor — murmurou com um sorriso fraco, retornando seu olhar a mim, sua mão acariciando levemente minha bochecha.

De repente o sorriso se desmanchou da minha face e o ar de repente pareceu pesado. Amor. Harry e eu nunca havíamos conversado sobre rótulos em nosso relacionamento, e nunca sentimos a necessidade de expressar nossos sentimento com frequência. Mas, caramba, ele estava dizendo que me ama?! 

Encarei com afinco seu rosto que ainda tinha um brilho especial. Meu coração se sentia confortável com ele. Quando estávamos juntos é como se houvesse apenas nós dois. Ele me faz sentir-me divertida e especial. A saudade me corroía cinco minutos após sua ausência e um sorriso dele era o suficiente para me fazer feliz. Eu o amava? Sim, eu amava cada parte de si. E não era difícil confessar ou perceber isso. Conhecendo-me bem eu sabia que jamais me jogaria num relacionamento com alguém por quem não existissem fortes sentimentos dentro de mim, e não era difícil reparar nisso se observasse a forma como olho para ele e sou entregue a si. Então tudo bem. Não era grande caso. Mas ouvi-lo falar sobre isso de forma tão natural me deixou desprotegida. Sorri para ele e dei um passo para poder alcançar seus lábios num beijo calmo e doce. Quando seus braços abraçaram minha cintura, ele não sabia, mas segurava meu coração.