oi oi! gente, esse capítulo vai ser um pouco mais chatinho, mas tentem ler, ok? é importante pro desenvolvimento
boa leitura ♡
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Ele vai vir.
Eu sei que vai, só preciso esperar mais um pouco, certo?
Certo.
- Eu sabia que aquela história de "trabalhar em troca de experiência" era papo furado. - Meu pai resmunga, rabugento como sempre, e eu o olho de soslaio sem parar de devorar minhas unhas.
- Deixe o garoto em paz, Taejoon. Ele vai vir sim, Taetae! - Sora diz, tentando me animar, enquanto procura qualquer coisa em alguma das prateleiras da loja.
- Ele não vai vir. Aquele moleque tem cara de encrenca e malandragem, provavelmente só queria algum trouxa pra fazer de otário - ele volta a dizer e olha furiosamente para mim antes de completar: - Parabéns, Taehyung. Esse papel é seu.
- Ei, já chega dessa discussão!
É o que Sora grita, tão alto quanto seus pulmões de fumante a longo prazo permitem, e eu quase dou um pulo quando ela deixa um enlatado cair no chão.
- Está me dando dor de cabeça, velho azedo...
- E você tem me dado dor de cabeça desde que coloquei os pés nesse bairro. Talvez seja a justiça sendo feita. - Meu pai alfineta, ácido.
Eu acho que já perdi as contas de quantas brigas sem sentido já assisti envolvendo esses dois. Eles parecem realmente adorar provocar um ao outro como se fossem duas crianças desesperadas para provar sua superioridade.
Por isso, eu deslizo a bunda até estar esparramado na cadeira e coloco a mão na cara, frustrado, já ciente de que toda essa guerra vai começar outra vez.
Às vezes eu fico pensando se não é amor reprimido, mas perco as esperanças quando lembro de que é absolutamente impossível gostar de um ogro como meu pai. E, bem, é bastante claro o quanto ele ainda ama minha mãe com toda sua vida, a ponto de não conseguir sequer cogitar a possibilidade de seguir em frente.
Eu queria que ele seguisse.
Queria chegar em casa e ser abordado por uma madrasta carrancuda feito ele, ou até mesmo alguém que viva brigando comigo por causa das minhas meias jogadas pelo quarto.
Queria que ele não sentisse essa necessidade doentia de evitar toda e qualquer lembrança de nós três juntos, sem parecer se importar que isso signifique rejeitar também toda a sua antiga vida, seus amigos de longa data e os lugares onde costumávamos ir para passar o tempo.
E mais do que qualquer coisa, queria não precisar admitir que perdi meus dois pais no acidente que tirou a vida de minha mãe.
Dia após dia, eu assisto sem poder fazer nada, completamente impotente, a vida de meu pai definhando, se corroendo e se acabando por algo que não podemos mudar.
Ele se desgasta por caprichos que o poupam de sentir tudo de uma vez, porque é doloroso e sufocante demais para ele aceitar que minha mãe se foi.
Meu pai ainda prefere acreditar que ela nos deixou. Prefere culpá-la por isso, porque sabe que isso transforma a falta absurda e intragável que sente em um rancor minimamente suportável.
A raiva é mais fácil de lidar. A saudade é dilacerante.
- Se olha no espelho, velho tinhoso! - Sora gritou, provavelmente tentando acabar com a discussão que eu ignorei devotamente. - Filhote de cruz credo! O Taehyung deve ter puxado pra Mi-cha, porque não é possível ser tão bonito assim e ter vindo de você...
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Rose-Colored Boy ❧ Taekook
FanfictionObrigado a cumprir algumas semanas de trabalho como parte de um castigo, Taehyung vê sua vida monótona e entediante virar de cabeça para baixo ao cruzar seu caminho com o do turbulento Jungkook. Da maneira mais inesperada possível. × Jeon Jungkook...