Rose-Colored Boy ❧ Taekook

21 • Sex on the beach

- Lançando granada!

O som do ps4 de Jimin urge sobre o silêncio que paira em seu quarto, às duas e quarenta e cinco da tarde de um sábado, enquanto nós jogamos star wars: battlefront, e tentamos inutilmente conquistar territórios inimigos.

Vitória.

É o que aparece na tela antes que Jimin apoie os joysticks no móvel e olhe para mim, completamente desanimado.

- Não, Taehyung, nós não estávamos namorando - Jimin explica, impaciente, enquanto arrasta os dedos pelos fios loiros de seu cabelo. - Nós estávamos saindo, e eu realmente não imaginava que eu estar vendo outras pessoas fosse uma novidade para ele.

- Vai ver ele é muito emocionado - aponto, roendo os cantos dos lábios.

Jimin abana a cabeça para qualquer lado, num gesto frustrado.

- Mas eu estava realmente gostando dele - continua, antes de explicar: - Eu saí com Minseok uma única vez, antes de perceber que eu estava apaixonado por Hoseok. E, sinceramente? Ele também estava saindo com outras pessoas!

- Então ele é um hipócrita - sugiro, tateando territórios perigosos nesse assunto.

- Eu não sei mais o que sinto... - ele deixa escapar, frustrado como nunca o vi antes. - Ele nem me deixou falar nada, como se eu tivesse cometido um crime horrível.

- Jimin, pelo menos você pôde tirar uma conclusão de toda essa palhaçada - comento, e espero até que ele esteja olhando para mim para completar: - Ele não serve para você.

O ar que percorre seus pulmões e é violentamente exalado por sua boca parece deixá-lo ainda mais nervoso.

- Não sei, vai ver eu sou um idiota mesmo, como todo mundo deve achar.

- Ninguém acha isso...

- Yoongi acha - pontua, ácido. - E aposto que nossos amigos devem estar pensando que sou um traidor mal caráter a uma hora dessas. Sério, todo mundo achou mesmo que estávamos namorando?

Sim.

- Não.

- Seja sincero.

- Talvez... - deixo escapar, e largo minhas costas sobre o sofá, rendido.

- Eu sabia. Todo mundo sempre pensa o pior sobre mim. - Jimin simplesmente fala, e no instante seguinte alcança os joysticks outra vez para iniciar um novo jogo.

E é assim que passamos a tarde. Juntos, embora tão distantes.

Eu entendo. Jimin estabelece entre nós a distância necessária para que sua decepção amorosa não despenque sobre mim.

Apesar de tudo, ele se importa demais comigo, a ponto de relutar contra o choro que sei que ele quer deixar escapar a cada vez que seu personagem morre em batalha.

Não pelo jogo. Mas porque cada mínima coisinha é suficiente para transbordar seu cálice de mágoas e sentimentos feridos.

Ele não quer me deixar vê-lo chorar. E perceber isso me deixa ainda mais preocupado. Por isso, ignoro seus esforços para se manter afastado de mim quando ele desliga a televisão e vai para o quarto, e o sigo até lá sem esperar ser chamado.

Então, entro debaixo dos cobertores e abraço sua cintura numa conchinha atrapalhada assim que o ouço fungar baixinho, de costas para mim, enquanto olha para a parede.

- Eu amo você. - Digo num fio de voz. - Sempre.

Pelo tempo que se segue, não ouço resposta. E ela não vem, porque eu sei o quanto ele está tendo que se controlar para não disparar num choro desenfreado.