capítulo dezasseis;

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Várias vezes, eu considerava Chittaphon uma pessoa um tanto infantil, algo que, realmente, ele não é, em certos momentos penso que ele é mais maduro que eu, mas seu jeito alegre e extrovertido é o que mais me fascina nele.

O modo de como ele encara um desafio com tanta calma e facilidade é uma coisa impressionante. Enquanto algumas pessoas estão prestes a enlouquecer com estresse entre outras coisas, o tailandês apenas soltava um risinho diante daquilo e tentava resolver da melhor forma possível. O modo de como ele levava assuntos sérios com tanta tranquilidade, me deixava preocupado algumas vezes. Parecia que ele queria resolver aquilo o mais rápido que pudesse, mas, ao mesmo tempo, ele demonstrava certeza. E era essa maldita certeza que me deixava preocupado.

E se ele tomasse alguma decisão errada?

Chittaphon parece ser alguém tão frágil e delicado, que eu chego a me sentir um idiota por achar que ele se pareça com isso. Pelo contrário, Ten não é nada disso. Em alguns momentos, penso que ele está planejando algo contra mim. De vez em quando, pego o mesmo me olhando fixamente como se realmente estivesse bolando algum plano para me matar. Quando eu perguntava o porquê de ficar me olhando de um jeito tão estranho às vezes, ele apenas soltava um dos seus risinhos fofos e dava de ombros, sem responder a minha pergunta.

Tenho quase certeza que ele esconde vários segredos. Chittaphon nunca entra em conversas profundas comigo, quer dizer, eu sempre respondo tudo o que ele pergunta sobre a minha vida, tomando o máximo de cuidado para que ele não descubra os meus problemas pessoais. Porém, ele nunca conta sobre o seu passado, de como chegou ao orfanato ou de como ele foi adotado. Agora, eu que pareço uma criança curiosa. Queria saber tanto dele, mas, ao mesmo tempo, sei que não tenho liberdade para isso.

Afinal, não temos absolutamente nada, somente as noites de prazer.

— Será que pode desfazer essa cara emburrada?

— Não. — Respondo, cruzando os braços e mantenho o meu olhar naquela porta metálica sem graça.

— O que houve, Yongie? — Chittaphon perguntou, enrolando um de seus braços em um dos meus que estava cruzado e deitou a sua cabeça no meu ombro.

— E-eu… — Fecho os olhos, respirando fundo em busca de uma resposta. — Eu não sei.

E realmente não sabia. Só sei que estava agindo igual a ele quando queria alguma coisa, sendo até um doce, e não conseguia. O fato era de que Chittaphon tinha que voltar para casa hoje, nesse exato momento estamos no elevador que do prédio em que ele mora. Mas eu sinto um certo vazio por deixá-lo, na verdade, não sei se é vazio ou outra coisa. Sempre sinto esse misto de confusão de sentimentos quando estou com ele, pensei que isso fosse passar aos poucos, mas só foi piorando.

E, claro, também não podia deixar de estar nervoso. Os pais do tailandês não pareciam nada agradáveis como costumavam ser quando me ligaram mais cedo, pedindo para levar o filho até eles e conversar comigo. Confesso que estava com um pouco de medo e com muita curiosidade em saber do que eles querem tanto falar, digamos que nunca tivemos uma conversa séria, somente a de quando Chanyeol pediu para que eu cuidasse do filho. Talvez seja pelo pequeno deslize sobre os cuidados que tanto me exigiram.

Somente aquele pequeno deslize.

— Algo de errado não está certo. — Murmuro, ao notar que o de cabelos negros não questionou sobre eu não saber o que há comigo.

— Idiota. — Chittaphon soltou um riso baixo, se afastando de mim assim que o andar do nosso destino estava próximo.

— É sério, seus pais querem falar comigo. — Resmungo, ajeitando a minha postura sem desviar o meu olhar daquela porta metálica. — Não acha isso estranho?

SEX TOYOnde histórias criam vida. Descubra agora