capítulo dezanove;

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Me remexo um pouco ao sentir uma coceirinha no meu braço. Resmungo baixinho, querendo que esse incômodo passe logo para que eu possa continuar dormindo. Porém, comecei a sentir a minha boca seca e com um gosto horrível de remédios. Aquele gosto amargo, que fica irritando a pessoa e, por mais que beba água, ele ainda fica um pouco presente.

Passo a língua entre os lábios, sentindo que eles estão tão secos quanto a minha boca e garganta. Abro lentamente os olhos, piscando repetidas vezes até me acostumar com a claridade do quarto. Um cheiro fraco e enjoativo de álcool se fez presente, e faço uma careta de desgosto por conta disso.

Assim que me acostumei com a claridade do local, franzo o cenho um tanto confuso. Olho ao redor, observando rapidamente aquele cômodo todo branco, até parar em uma pessoa. Ele estava de costas para mim, olhando através da janela de vidro do quarto. Pela sua estatura e cor de cabelo, reconheci muito bem quem era, mesmo ainda estando confuso e um pouco tonto.

— Yuta? — Chamo, sentindo a minha garganta doer um pouco devido ela estar seca, e vejo o mais velho se virar rapidamente, me olhando um tanto assustado.

— Taeyong? — Andou apressadamente até, parando ao lado da minha cama. — Você está bem?

— Eu não sei. — Respondo, tentando mexer o meu braço, mas percebi que não conseguia. Olho para ele de um modo assustado e vejo que o mesmo estava imobilizando. — Yuta… — Sinto um pequeno desespero ocorrer pelo meu corpo, e olho ao redor, novamente, notando em que eu estava em um hospital. — O que está acontecendo?

— Calma, Taey-

— Como assim "calma"? — O interrompo, focando o meu olhar em si, controlando o pequeno medo dentro de mim. — O que houve?

— Bogum te deu dois tiros, lembra?

Arregalo os olhos, vendo pequenos flashbacks da noite anterior rondarem a minha mente. Eu, realmente, sentia o impacto de dois tiros no meu corpo, mas não conseguia pensar direito devido ter batido a minha cabeça com força em algum móvel.

Eu não lembrava de muita coisa depois disso, somente de vozes berrando por todo o local e do tailandês desesperado ao meu lado. Fora isso, só lembro de agora: ter acordado em um quarto de hospital, com um dos meus braços imobilizado, e uma confusão enorme na minha cabeça.

— Chittaphon… — Digo ao me lembrar do garoto, e olho desesperadamente para o japonês. — Cadê ele?

— Ele estava aqui agora a pouco, fique tranquilo. — Yuta deu um sorriso de lado, passando delicadamente os dedos pelos meus cabelos. — Ele está bem, ok? Fique tranquilo.

— Que bom. — Solto um suspiro de alívio, fechando os olhos. De repente, escuto o barulho da porta se abrindo, e olho imediatamente para a pessoa que tinha feito tal ato.

— Ah, eu odeio essas pessoas andando de branco de um lado para o outro com a maior frescura, e também odeio esse cheiro de hospital! Quando eu chegar em casa, vou tomar um banho com os meus produtos de bebê e… — Parou a sua ao perceber que eu estava acordado, apenas o observando tagarelar, com um singelo sorriso em meus lábios. — Taeyong…

— Oi… — Falo baixinho, notando que ele estava realmente bem.

— Viu só, hyung? — O tailandês olhou furioso para o japonês. — Eu disse que assim que eu saísse do quarto, ele acordaria. E eu não vi, não estava aqui! Isso é culpa sua!

— Criança ingrata! — Yuta revirou os olhos, indo até o mais novo e lhe deu um beijo na bochecha, bagunçando os seus cabelos em seguida. — Eu te fiz um favor, cuidei do Taeyong enquanto você comia. Vou deixar vocês sozinhos para que você mesmo explique tudo a ele, preciso ir para casa tomar banho. — Fez uma careta, enfiando as suas mãos nos bolsos do seu casaco. — Volto a tarde para ver vocês, e, Ten, não precisa me agradecer por obrigar você a ir comer.

SEX TOYOnde histórias criam vida. Descubra agora