Capítulo 9

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Após concluirmos a investigação solicitei que fizessem exatamente o que Red disse em relação aos traços estranhos feitos com sangue no chão do frigorífico. Também pedi que verificassem as câmeras de segurança e toda e o profissional que monitora o circuito interno do Treasure Island. É impossível que uma pessoa acorrente pedaços de cadáveres em um frigorífico e ninguém note nada. Como ele levou os corpos até lá? Como saiu sem deixar nenhum rastro? Essas eram as perguntas que circundavam minha cabeça na reunião que tivemos em meu quarto no Treasure Island após o episódio do frigorífico.

— Precisamos interrogar o segurança! — Exclamou Michael

— Precisamos de Gim! — ironizou Red, enquanto dava um gole em sua quinta dose de uísque.

— Você precisa parar de se embriagar e fazer algo útil Joseph! — reclamei.

— É RED! — gritou — RED! SUA VAGABUNDA DE MERDA! — o nome realmente era algo que incomodava Joseph, talvez houvesse algo em seu passado que o fizesse odiar Joseph e assumir Red em tempo integral — Será que não conseguem compreender o jogo do assassino? Prestem atenção! Está bem diante dos olhos de vocês seus dois imbecis!

Agora ele havia passado dos limites! Estava bêbado e nos insultando. Realmente esse jeito dele de falar incomoda, por que não fala logo o que sabe? Por que fica fazendo joguinhos? Por que fica esperando que Michael e eu descubramos coisas que ele já notou?

— Se sabe de algo por que diabo não fala? — questionei irritada — Acredito que você realmente saiba quem está fazendo isso! Fala! Fala quem é o assassino! Anda! JOSEPH BENNINGTON!

Red não disse nada, virou-se em minha direção com um olhar de fúria e arremessou o copo de uísque que estava em suas mãos, consegui esquivar me jogando no chão. O copo se estilhaçou na parede.

Red projetou seu corpo como se fosse a minha direção, porém Michael lançou-se sobre ele para contê-lo. Os dois rolaram no chão. Michael montou sobre Red e socou seu rosto de modo que nosso assassino consultor ficou inconsciente. Eu estava em estado de choque, não consegui ter outra atitude que não fosse chorar e tremer no canto sem esboçar nenhuma reação de policial. Dessa vez realmente tive medo de morrer.

Sentei na cama e fiquei estagnada por muito tempo refletindo minhas atitudes. Será que fiz a escolha certa em chamar Red para auxiliar no caso? Ele era ótimo com suas deduções e realmente estávamos progredindo. Mas ao mesmo tempo ele era um perigo para todos nós, era instável e perigoso, não podíamos confiar nele em momento algum.

Ao mesmo tempo eu me sentia culpada por tê-lo provocado, afinal eu sabia que ele não gostava do nome de batismo.

— Rachel onde você estava com a cabeça? — Michael tinha todos os motivos para estar nervoso. Então decidi apenas abaixar minha cabeça e ouvir — Você sabe que ele é um homem perigoso, que ele poderia ter agredido você. Esse homem foi condenado à prisão perpétua por mais de trinta assassinatos e você ainda o provoca! Será que você perdeu o juízo de vez? Ou o que restou dele depois de envolver esse monstro no caso?

Eu estava abalada, mas ainda assim tinha que dar uma resposta a Michael.

— Eu… eu achei que se ele fosse pressionado poderia ter dado mais informações e ajudado na investigação — consegui concluir a frase com muito esforço em meio aos prantos.

Michael estava visivelmente irritado e com motivo eu não tinha nada que ter envolvido Red no caso, mas não havia outro jeito, o FBI não tem capacidade para esse tipo de caso, eu não tenho capacidade para arcar com esse tipo de caso, me sinto impotente.

Coloquei Red ainda inconsciente sobre a cama, ele acordaria logo e teríamos que decidir o que fazer em relação a ele e a investigação. Talvez o mais coerente fosse mandarmos ele de volta para a cela e continuarmos com o trabalho que a policia deve fazer. Mas como continuaríamos sem uma pessoa especializada nesse tipo de crime? Confesso que nos tornamos tão mal acostumados pelo fato de termos alguém para pensar em nosso lugar que sequer conseguia cogitar a investigação sem as colocações de Red.

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