Capítulo 3

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Praticamente não dormi na noite seguinte a análise da cena do crime. A única coisa que tentava compreender era como funcionava a mente do louco Red. Aquilo realmente me intrigava como um homem tinha capacidade de ser tão frio, calculista e insano como ele? Era como se Joseph Bennington fosse isento de qualquer emoção, qualquer sentimento por menor que fosse.

Levantei-me por volta das três da madrugada para preparar uma xícara de café e repensar o caso, mas a única coisa que rodeava minha cabeça era a postura de Red.

Liguei o computador, comecei a pesquisar arquivos sobre Joseph e seus antecedentes, li as notícias dos homicídios cometidos por ele uma a uma, tentei me colocar no lugar da vítima. Como ela pensava? O que passaria na cabeça de uma pessoa segundos antes de seu assassino desferir o golpe fatal? Qual seria a frequência cardíaca? O suor? O medo daquelas moças antes de serem mortas friamente por alguém que conheciam apenas como Red?

Depois tentei colocar a minha mente no lugar do assassino. Como Red tinha capacidade para tamanha atrocidade? Que tipo de pensamento invadia a mente de Joseph na hora de cometer um homicídio que o transformava em Red? Sentiria Red remorso? Culpa, talvez? E toda a mania de mistério, aonde ele queria levar o FBI? Quais os seus planos com o caso do assassino de Balakirev?

Estava praticamente embriagada com a mistura do sono com a curiosidade pelos atos de Red. Estava totalmente dedicada a pesquisa quando algo cortou toda minha linha de pensamento. Meu celular começa a tocar às 4h45 da madrugada, era Michael. Mas há essa hora?

— Alô Michael! O que houve?

— Rachel! Temos outra vítima!

Outra vítima? Então o assassino de Annabelle Balakirev havia atacado de novo. Minha mente estava à milhão, seria esta a deixa que Red estava esperando para nos entregar o assassino? Precisávamos dele no local. Precisávamos que Joseph estivesse conosco:

— Michael! — Exclamei — Michael

— Pode falar!

— Vá buscar o Red!

— O quê? — questionou Michael indignado — quer que eu busque aquele assassino demoníaco para quê?

— Ele será útil em nossa investigação hoje!

— Ele será útil até arrancar os olhos de alguém pelas nossas costas Rach! Ele é um monstro! Será que sou o único que enxerga isso?

Não, Michael não era o único, eu sabia que Joseph era um monstro, sabia exatamente do que ele era capaz e sabia que estaria disposto a matar qualquer pessoa que desse oportunidade pra isso. Mas não havia outra opção a não ser confiar em Red, ou pelo menos extrair o que há de útil nos conhecimentos dele.

— Michael!

— Diga Rachel!

— Busque Red! Não é um pedido.

Michael foi frio como nunca havia sido em anos de trabalho, deu para ouvir seus pensamentos descontentes atravessarem o telefone e perfurarem o meu pulmão quando ele respondeu quase que mecanicamente — Entendido — e desligou a ligação.

Eu sabia que não era certo mandar Michael buscar Red, afinal estava forçando-o demais a fazer algo que realmente não queria. Mas não havia outra escolha, eu precisava ir para a cena do crime e Michael é uma vítima muito menos potencial para Red do que eu, mesmo que eu saiba me defender sozinha.

Fui para o banheiro, tomei um banho rapidamente. Vesti meu uniforme, peguei minha arma, distintivo e as chaves do meu carro. Dirigi rapidamente pelas ruas como se ainda houvesse chance de resgatar a vítima. Eu sabia que estava morta e que o assassino já não estava mais lá, mas precisava realmente saber o que aconteceu e apenas uma pessoa poderia dar essas respostas: Red!

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