Capítulo 6

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Dois dias depois lá estávamos nós no Treasure Island, o incrível hotel cassino com temáticas sobre piratas, realmente eu preferia estar ali por qualquer outro motivo que não fosse à investigação, talvez se eu estivesse apenas para assistir às apresentações de Maximinoff eu estaria totalmente satisfeita.

Porém, estava lá para investigar a morte das garotas na companhia de meu parceiro e de nosso consultor assassino, Red.

O primeiro dia de investigações foi algo extremamente padrão, queríamos saber se a equipe do cassino havia notado algo de estranho na companhia de Maximinoff, ou se perceberam alguma movimentação estranha nos arredores, Claramente todos negaram.

Continuamos a investigar e decidimos verificar com a própria companhia, talvez os integrantes notassem algo ou tenham alguma pista, já que nos depoimentos todos não tinham nada a dizer. Conversei com Red e Michael sobre a situação e por incrível que pareça ambos concordaram sem discutir.

Pedi ao gerente do hotel, um senhor de cabelos grisalhos e sotaque francês, que nos levasse ao pessoal da Maximinoff, Ele concordou, subimos dois lances de escada e adentramos o andar dedicado aos artistas do Treasure. A equipe de Maximinoff estava em uma sala adaptada para a realização de ensaios, todos estavam muito concentrados ensaiando a coreografia de Corpos Despedaçados que estrearia em alguns dias, então decidimos aguardar que terminassem e conversaríamos com cada um nos respectivos quartos. O ensaio durou mais ou menos uma hora, contando a partir do momento em que chegamos à sala de ensaio, nesse tempo eu, Michael e Red esperamos no saguão, depois cada um foi para um dos quartos onde pode interrogar um integrante.

Interroguei primeiro a bailarina Claire Lanceville, no quarto nada de incomum além do figurino da personagem que ela assumiria em corpos despedaçados, a protagonista, papel que antes pertencia a Annabelle Balakirev, mas foi herdado por Lanceville após o óbito da garota.

Busquei ser metódica em minhas perguntas e usei diversas técnicas para saber se minha interrogada estava mentindo, coisas como perguntar várias vezes a mesma coisa de maneiras diferentes e em momentos diferentes da conversa.

Claire chorou muito, afirmava-se amiga de Balakirev e disse estar muito triste com o ocorrido, acredito que não, afinal ela herdou o papel da falecida, talvez ela até houvesse desejado a morte da outra apenas para ter este papel.

Porém não poderíamos afirmar nada afinal não havia nenhuma prova incriminadora contra ela.  Continuei procurando algo que pudesse incriminar Lanceville, mas aparentemente ela estava limpa, saí do quarto deixando uma escuta escondida no criado mudo ao lado da cama.

Apesar de toda a equipe discordar Red decidiu investigar Maximinoff sozinho, ele afirmava que caso Audrius fosse um serial killer ele conseguiria identificar. Estávamos muito mais receosos com a possibilidade de Red desistir de matar moças para matar coreógrafos ou coisa do tipo, mas permitimos porque não havia como ele cometer um crime ali e sair ileso, de acordo com o relatório de Red esses foram os fatos que se decorreram dentro do quarto.

Red adentrou o quarto de Audrius Maximinoff e o encontrou aguardando sentado sobre a cama e fitando os olhos para a porta.

— Olá Audrius! — cumprimentou Red.

— Eu não matei ninguém! — exclamou o coreógrafo visivelmente incomodado com a possível acusação.

— Ora! — prosseguiu Red — Então quer dizer que já sabe a razão de minha visita? Não estou afirmando nada meu caro Audrius, quero apenas confirmar que não tem nenhuma ligação com o caso sabe? É como os agentes dizem… como é mesmo? Questão de protocolo!

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