Era mais ou menos 18 horas no presídio de segurança máxima onde ele estava detido. Os próprios presos afirmavam que aquele local era tão monstruoso que o tempo parecia caminhar mais devagar. Porém para aquele homem aquilo não significava muita coisa. Afinal, ele não era qualquer um.
Condenado a prisão perpétua por ser constatado um individuo perigoso demais para a sociedade ele vivia em uma cela particular adaptada especialmente para ele. Passava a maior parte do tempo acorrentado e não tinha nenhum contato com os outros presos. Sua única regalia, livros.
O mais curioso nos livros que este presidiário recebia estava no conteúdo todos eles tratavam de um único assunto: o funcionamento do cérebro dos psicopatas. Talvez ele quisesse saber como o próprio cérebro dele funcionava. Para mim agente Rachel Blank esse tipo de criatura poderia mofar na cadeia pelo resto de seus dias como estava decretado em sua pena. Porém, no momento em que vivíamos a presença dele se tornou mais do que necessária.
Dois dias antes
Em algum quarto de hotel de beira de estrada nas proximidades de Las Vegas – Nevada
—Então o corpo foi encontrado pela camareira hoje de manhã? Perguntei ao gerente do local, um cara loiro com jeito efeminado.
—Sim! O assassino deixou o cadáver aí neste estado quando fugiu. Respondeu o gerente.
—E o senhor tem alguma pista de quem possa ter sido essa pessoa? Algum registro nas câmeras? Algum registro de quem ocupou este quarto ou algum dos quartos próximos?
—Não, não. Ela deu entrada no hotel sozinha – a vítima era uma moça loira, olhos claros. Morta por envenenamento, nada foi roubado exceto... os olhos da garota.
— Então ele não chegou com ela! Exclamou meu parceiro com cara de nerd Michael Johnson.
— Isso pode descartar crime passional — disse eu. Na verdade o crime passional fora descartado ao percebermos que o cadáver estava sem os olhos. Uma pessoa que mata outra no calor da emoção não se daria ao "luxo" de roubar os olhos da vítima. Pensei comigo mesma — Estamos diante de um assassino em série!
— Como pode ter tanta certeza?
— Não tenho. Mas sei exatamente quem tem e pode nos ajudar.
— E posso saber quem é?
— Joseph "Red" Bennington!
Dizer este nome na cena do crime causou desconforto em todos os presentes. Inclusive em mim, uma vez que Red fora condenado à prisão perpétua por ser responsável por mais de trinta assassinatos. Mas não eram assassinatos comuns, ele tinha um Modus Operandi. O que é isso?
Simples, todas as vítimas atribuídas a Red tinham uma característica em comum: eram funcionários de agências bancárias. O nome "Red" foi criado por ele mesmo que, quando matava, escrevia Red esteve aqui, nas paredes próximas ao local onde desovava o corpo, normalmente sob viadutos.
Há três anos esse maníaco foi preso por mim e pelo Michael. O problema é que ele começou a matar os companheiros de cela usando um garfo para perfurar a carótida dos coitados. Chegou a fazer isso com um policial antes de ser condenado a um regime especial.
Porém a diferença dele para os bandidos comuns é que ele entende como ninguém o funcionamento da mente de pessoas como ele. Red não era um psicopata comum, era um criminoso útil, que poderia ser utilizado pela polícia de maneira eficaz.
— Você está louca? — Perguntou Michael com toda sua ignorância.
— Na verdade, nunca estive tão lúcida!.

VOCÊ ESTÁ LENDO
RED
Misteri / ThrillerUm cadáver encontrado em um hotel de beira de estrada. Um crime misterioso e sem resolução. Quando tudo parece acabado a única esperança pode estar no assassino mais perigoso que o FBI já conheceu.