O Quarto Proibido

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  Esperei todos irem dormir naquela noite. Fiquei no meu quarto esperando escurecer. Quando finalmente a escuridão dominou os céus, sai do meu quarto em silêncio tentando fazer nenhum barulho.

O quarto proibido estava trancado, isso porque foi onde o assassinato ocorreu, mas eu sabia onde estava a chave, no quarto da minha mãe.
Abri a porta cuidadosamente e entrei. Lá estava ela, deitada sobre muitos lençóis de alta qualidade em uma cama de madeira sofisticada. Acima da cama havia uma cruz e ao lado uma vela. É um quarto simples, porém muito requintado.

Andei nas pontas dos pés com muito medo de acordar ela. Cheguei à mesinha de madeira e peguei a chave que se estendia por lá. Voltei com muito cuidado e fechei a porta. - se ela acordasse e me visse... por Deus... - suspirei e continuei andando até chegar ao quarto proibido.
A porta se abriu e fez um leve rangido que se estendeu como um eco pela casa. Por um momento fiquei com receio de ter acordado minha mãe ou os criados.

Eu estava com medo de entrar. Mas era agora ou nunca. Entrei e fechei a porta atrás de mim.
Estava com uma vela na mão, mas ela não iluminava todo o cômodo. Era um quarto muito grande cheio de quadros, todas as obras de Dimitri estavam lá. Até que vi um quadro enorme no meio do quarto, estava com um pano branco o cobrindo.

Aproximei-me e puxei o pano que caiu sobre o chão. Olhei para o quadro e vi a coisa mais assustadora que já havia visto. À princípio, não consegui compreender o que era, mas depois percebi que era uma criatura, um monstro.
Observei todos os detalhes assustada, era uma pintura com cores fortes e sombrias, e a criatura parecia estar em um cenário de guerra. Dizem que as pinturas de um artista expressam seu interior e sua alma. Talvez Dimitri realmente fosse um monstro.

Eu queria sair de lá correndo, trancar a porta e nunca mais voltar, porém havia algo naquela pintura que não me deixava afastar.
Fui me aproximando mais e mais até que senti uma mão agarrar meu pescoço e ela estava vindo do quadro.

Minha visão foi se escurecendo e eu não conseguia respirar ou pensar, até que tudo se apagou e eu fiquei no chão daquele quarto proibido, onde eu nunca deveria ter entrado.
Minha vida mudou para sempre desde então.

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