O Baile de Sangue - Parte I

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Depois de muito tempo, eu iria sair de casa e deixar todos os fantasmas e minhas crises na mansão Lemaire. A viagem a Paris não demoraria muito, apenas algumas horas na carruagem e chegarei na cidade do luxo e da soberba.

- Sra. Lemaire, estamos tão atrasadas e Augustus ainda não trouxe seus pertences, o que pode ter acontecido com aquele homem? - disse Margareth segurando algumas bagagens na mão.

- Eu o demiti. Augustus já é um senhor de idade extremamente avançada, se ficasse aqui mais um dia passaria desta para melhor. - Arletta suspirou e continuou a dizer - Vá, Margareth. Coloque tudo na carruagem, estamos perdendo tempo. Vamos, todos se apressem!

Todos os criados estavam correndo atrapalhados com pertences nas mãos. Ao todo eram seis.

Margareth, Claire e Myrtha eram camareiras e cuidam da limpeza em geral, Daisy e Laurren as cozinheiras e Augustus, o jardineiro. Porém, ele já não faz mais parte.

- Quem cuidará do nosso jardim enquanto estivermos fora durante todo esse tempo? - perguntei a Arletta.

- Avignon não se disponhe mais de empregados. É impossível encontrar alguém esta hora.

- Por que não esperou até voltarmos para poder dispensar Augustus?

- Um homem velho e doente cuidando do nosso jardim é a mesma coisa que não ter ninguém para cuidá-lo. Encontraremos outro, querida. Agora vamos, suba! Quero chegar em Paris antes de anoitecer.

Despedi-me de todas as criadas, exceto Margareth, pois ela iria conosco. Entramos na carruagem e seguimos o caminho.

°

Depois de algumas horas chegamos na pensão da Sra. Bart onde iriámos ficar durante nossa estadia em Paris. Era uma casa grande com diversas varandas e um largo jardim em frente.

- Ah, minhas queridas Lemaire! Que prazer em recebê-las, como foi a viagem? Espero que tenham passado bem. - A Sra. Bart tem cabelos grisalhos e é bem risonha. Vestia-se roupas simples e delicadas.

- Passamos muito bem, de fato. Obrigada, Sra. Bart por nos acolher. Estamos muito feliz. - Arletta deu um sorriso.

- Vamos, entrem. Quero que conheçam a casa e as moças que moram aqui.

Seguimos a Sra. Bart, a qual, nos mostrou todos os cômodos. A pensão era muito confortável, com várias janelas e flores, como se fosse uma humilde casa no campo.

Fui até o quarto onde eu iria ficar e Margareth ajudou-me a organizar meus pertences. Até que alguém bateu na porta.

- Com licença, Srta. Lemaire. A Sra. Bart mandou-lhes chamar para um chá. Aliás, sou Danielle Goya, moro na pensão.

- Desceremos em um instante. Obrigada.

Quando cheguei na sala de jantar, todas as moças da pensão estavam reunidas.

- Venha Miss Lemaire, sente-se conosco.

Sentei-me em uma cadeira vazia timidamente.

- Estávamos conversando sobre o baile. Estamos tão animadas! Oh, antes que eu me esqueça, quero lhe apresentar, Judith, Mandy e Polly.

Judith era uma moça de cabelos ruivos e olhos cor de mel, parecia ter em torno de vinte anos. Mandy era robusta e baixa e tinha os cabelos loiros como os de Polly. Danielle era alta, magra e possuia cabelos pretos e olhos verdes.

- É um prazer conhecê-las! - eu disse.

- Já sabe que vestido usar? Temos vários de diversas cores, em um evento como este não podemos ir com qualquer um. - disse Polly.

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