Part 4

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"6º – Fazerem o jantar juntas" – leu Normani, enquanto Dinah limpava os pés no tapete e calçava as sapatilhas.

–Não deve ser tão difícil – observou Dinah.

–Você que pensa. O máximo que eu tenho de experiência na cozinha é café.

Dinah rolou os olhos.

–E é para isso – ela abriu o armário – que existem – e mostrou-lhe um livro de capa vermelha – os Livros de Receitas.

–Eu adoraria que fosse qualquer outro livro que você houvesse me mostrado por engano. Assim você quebraria a cara e eu riria.

–Você é ridícula – respondeu Dinah, abrindo o livro e o folheando. Para algumas páginas ela franzia o cenho, sorria ou simplesmente murmurava "hum".

–Está difícil, hein? – comentou Normani, se apoiando na bancada ao lado de Dinah, que a ignorou sistematicamente.

–Gosta de carne? – perguntou Dinah, por fim.

–Anh, sim – respondeu Normani, tentando olhar a receita, mas Dinah saiu de perto dela, se encaminhando para o outro lado da bancada, mais perto do fogão.

–Então nós vamos fazer o chamado – Dinah consultou o livro – "Strogonoff".

–Vamos? – repetiu Normani. – Você nem me consultou.

–Eu perguntei se você gostava de carne – contrapôs Dinah.

–Por que você escolheu essa?

–Porque é fácil, rápido de preparar e gostoso – respondeu Dinah, deixando o livro aberto na bancada. Normani leu a receita

–Não adianta discutir com você – concluiu Normani. – Não na cozinha.

–O que está insinuando?

–Bem... – começou Normani, picando a carne. – Você é minha empregada. Está no seu território.

–Já te disseram que você é uma idiota? – Perguntou Dinah, irritada.

–Na verdade já.

–Você deveria parar com essas piadinhas sem graça – disse Dinah, pegando a cebola (que Normani havia ralado) e a jogando na panela.

–Exagerada – respondeu Normani, mas sorrindo. Alguns minutos até... – Pronto! – exclamou, admirando seu trabalho com a carne.

–Já estava na hora – criticou Dinah, enquanto Normani despejava a carne na panela. – Separe agora o champignon.

Normani pegou o saquinho com champignons, o abriu, tirou a água e despejou na panela.

–O que eu te mandei fazer, mesmo?

–Humm... Separar o champignon? – arriscou Normani.

–E o que você acabou de fazer?

–Separei o champignon– respondeu Normani, surpresa com as perguntas de Dinah.

–Não! Você despejou o champignon na panela! – exclamou Dinah, como se fosse óbvio. Bem, era óbvio.

–E daí? Ele ia parar aí de qualquer jeito. Eu só evitei que ele sofresse de ansiedade. – Sob o olhar furioso/inquisitivo/assustador de Dinah, explicou: – Imagina ficar no pacote, olhando a panela e pensando: "Esse é o meu futuro... E eu nem me despedi do Sr. Sal e da Sra. Farinha de Milho..." Alguém tem que pensar nos sentimentos do champignon.

Dinah piscou.

–Essa foi a pior desculpa que você poderia ter inventado.

–Não foi uma desculpa – defendeu-se Normani, embora sorrisse.

The Experiment - norminah version ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora