– "6º – Fazerem o jantar juntas" – leu Normani, enquanto Dinah limpava os pés no tapete e calçava as sapatilhas.
–Não deve ser tão difícil – observou Dinah.
–Você que pensa. O máximo que eu tenho de experiência na cozinha é café.
Dinah rolou os olhos.
–E é para isso – ela abriu o armário – que existem – e mostrou-lhe um livro de capa vermelha – os Livros de Receitas.
–Eu adoraria que fosse qualquer outro livro que você houvesse me mostrado por engano. Assim você quebraria a cara e eu riria.
–Você é ridícula – respondeu Dinah, abrindo o livro e o folheando. Para algumas páginas ela franzia o cenho, sorria ou simplesmente murmurava "hum".
–Está difícil, hein? – comentou Normani, se apoiando na bancada ao lado de Dinah, que a ignorou sistematicamente.
–Gosta de carne? – perguntou Dinah, por fim.
–Anh, sim – respondeu Normani, tentando olhar a receita, mas Dinah saiu de perto dela, se encaminhando para o outro lado da bancada, mais perto do fogão.
–Então nós vamos fazer o chamado – Dinah consultou o livro – "Strogonoff".
–Vamos? – repetiu Normani. – Você nem me consultou.
–Eu perguntei se você gostava de carne – contrapôs Dinah.
–Por que você escolheu essa?
–Porque é fácil, rápido de preparar e gostoso – respondeu Dinah, deixando o livro aberto na bancada. Normani leu a receita
–Não adianta discutir com você – concluiu Normani. – Não na cozinha.
–O que está insinuando?
–Bem... – começou Normani, picando a carne. – Você é minha empregada. Está no seu território.
–Já te disseram que você é uma idiota? – Perguntou Dinah, irritada.
–Na verdade já.
–Você deveria parar com essas piadinhas sem graça – disse Dinah, pegando a cebola (que Normani havia ralado) e a jogando na panela.
–Exagerada – respondeu Normani, mas sorrindo. Alguns minutos até... – Pronto! – exclamou, admirando seu trabalho com a carne.
–Já estava na hora – criticou Dinah, enquanto Normani despejava a carne na panela. – Separe agora o champignon.
Normani pegou o saquinho com champignons, o abriu, tirou a água e despejou na panela.
–O que eu te mandei fazer, mesmo?
–Humm... Separar o champignon? – arriscou Normani.
–E o que você acabou de fazer?
–Separei o champignon– respondeu Normani, surpresa com as perguntas de Dinah.
–Não! Você despejou o champignon na panela! – exclamou Dinah, como se fosse óbvio. Bem, era óbvio.
–E daí? Ele ia parar aí de qualquer jeito. Eu só evitei que ele sofresse de ansiedade. – Sob o olhar furioso/inquisitivo/assustador de Dinah, explicou: – Imagina ficar no pacote, olhando a panela e pensando: "Esse é o meu futuro... E eu nem me despedi do Sr. Sal e da Sra. Farinha de Milho..." Alguém tem que pensar nos sentimentos do champignon.
Dinah piscou.
–Essa foi a pior desculpa que você poderia ter inventado.
–Não foi uma desculpa – defendeu-se Normani, embora sorrisse.
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The Experiment - norminah version ✓
HumorUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...