Part 20

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Desceram as escadas enquanto o céu, de forma poética, já mudava de alaranjado para azul.

–Não vai segurar minha mão? – perguntou Normani, quando voltaram a andar tranquilamente a caminho do hotel.

Dinah rolou os olhos.

–Depende. O que você me dá em troca?

–Eu não estou pedindo, estou fazendo uma observação magoada.

–Você pode ficar magoada duzentas vezes por dia.

Normani pensou por alguns minutos.

–Devo supor que você não vai me consolar?

Dinah rolou os olhos uma segunda vez.

–Por incrível que possa parecer, você não é o assunto mais interessante do mundo.

Normani arqueou as sobrancelhas.

–Qual vai ser nossa próxima tragédia, mesmo? – Perguntou Dinah.

Normani sorriu.

–Roteiro – e pegou o papelzinho. Normani franziu o cenho ao lê-lo.

–O quê? O que foi? – perguntou Dinah, se aproximando dela para ler.

"9º Voltar ao hotel e ter um jantar romântico na sacada do quarto"

–Argh – fez Dinah, pondo em uma palavra tudo o que Normani estava pensando. – Outra porcaria dessa? Eu havia me esquecido.

–Eu também – Normani respondeu, guardando o papel dentro do bolso.

As luzes da cidade começaram a se acender.

–Quando será que iremos embora amanhã? – perguntou Dinah, desviando de uma garota com uma bicicleta.

–Isso é pressa?

–Não – respondeu Dinah. Pensou por alguns minutos. – Pressa para esse Roteiro acabar logo, claro, mas eu estava falando daqui.

–Gosta de Paris, então?

–Essa cidade é linda – respondeu Dinah, olhando em volta. Grandes casarões altos e imponentes, sacadas, ferro torcido formando arabescos e grandes janelas.

–O que mais gostaria de fazer aqui, então?

- Gostaria de ver o rio Sena.

–Sério? – perguntou Normani, surpresa. – Poderíamos ter ido lá hoje, se você houvesse falado.

–Não, gostaria de vê-lo pela manhã, mais vazio. De tardezinha fica cheio de gente.

–Ah. Vamos amanhã pela manhã, então – disse Normani, com firmeza –. Duvido que viajemos de madrugada, mesmo.

–Certo.

Passaram em frente a uma padaria, e o cheiro das mui famosas baguetes francesas as distraiu por alguns minutos, enquanto elas continuavam andando.

–É o hotel? – perguntou Normani, ao se aproximarem do imponente prédio.

–Onde está seu senso de direção? Peça uma informação – e Dinah fez um gesto para um homem que ia passando.

–Acabei de pedir, para você.

Dinah deu de ombros.

–Sim, é o hotel.

–Só sabe porque deve ter lido em algum lugar.

–Neon rosa não é exatamente discreto, sabe.

The Experiment - norminah version ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora