Capítulo oito

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21 de julho, 2014.

        Seu rosto estava entre minhas pernas, enquanto seus lábios faziam o jogo sujo. Ele olhava diretamente para mim, enquanto segurava meus joelhos que teimavam em fraquejar. Sua língua me explorava com cuidado e precisão.

Eu estava completamente ofegante, enquanto suspiros de prazer escapavam de meus lábios sem minha permissão. E, por um minuto, fechei meus olhos enquanto seus dedos me invadiam freneticamente.

Então seu corpo foi colocado sobre o meu, me fazendo abrir meus olhos. Havia um sorriso malicioso em seus lábios, enquanto ele se encaixava dentro de mim, deixando sua boca entreaberta.

Seus movimentos eram rápidos, fazendo com que ele tampasse minha boca pelos gemidos altos. Sua outra mão estava em meu seio, apertando-o com força.

— Chupe-o.

Então ele desceu um pouco, deixando seus lábios encontrarem meu seio esquerdo. Então fechei meus olhos enquanto ele mordia e chupava sem parar.

Estávamos satisfeitos, então ele saiu de dentro de mim, jogando-se ao meu lado na cama. Acariciei seu cabelo, enquanto ele estava ofegante demais para continuar.

— Vou sentir sua falta! — falou passando seu dedo indicador pela minha barriga — De tudo, na verdade.

— Você não precisa ir, sabe disso! — falei soltando um longo suspiro.

Ele negou com a cabeça.

— Já falamos sobre isso, Alyson. Meu sonho irá se realizar naquela cidade. Minhas obras de arte serão famosas algum dia, entende? — soltou um suspiro logo em seguida — Podemos muito bem manter um relacionamento à distância.

Me aproximei dele, deixando minha mão repousar sobre seu peito nu. Então ele se aproximou, beijando levemente meus lábios.

— Eu preciso ir agora, Alyson! — falou se levantando, enquanto recolhia sua roupa pelo chão — Nos encontramos depois no aeroporto, ok?

Olhei-o fixamente, enquanto ele colocava sua calça jeans e sua camiseta preta. Ele se inclinou um pouco na cama, beijando meus lábios rapidamente.

Ele foi até a porta, saindo do meu quarto. Me sentei na cama e olhei para o lado, encontrando Devil encostado no guarda-roupa velho e com um cigarro entre seus dedos.

Você precisava vê-la em ação, Clark.

Foi de tirar o fôlego.

Me levantei indo até ele, pegando o cigarro que estava em sua mão e levando-o até minha boca. Depois de tirá-lo, suspirei fundo.

Você fez o que eu pedi? — perguntei baixo.

É claro.

(...)

22 de julho, 2014.

Desci as escadas rapidamente, encontrando minha mãe sentada na poltrona levando a xícara de café até sua boca. Ela olhava para a televisão, que noticiava a morte de um adolescente de dezesseis anos após um acidente horrível de carro.

Peguei uma maçã na fruteira e a mordi, me escorando no sofá. O repórter descrevia as informações dada pelos policias no local do acidente.

Era para eu estar em New York agora, Alyson.

Olhei para o lado vendo Paul ao meu lado, com seu rosto coberto de sangue e sem seu braço. Balancei minha cabeça em negação, indo até minha cozinha.

Você destruiu meu sonho.

Me encostei na bancada, vendo a fúria nos olhos de Paul. Ele se aproximou, com lágrimas nos olhos.

Agora meu corpo está sendo retirado daquele carro, Alyson. Por que você fez isso?

Mordi meu lábio inferior, passando minha mão pelo seu ombro coberto de sangue. Minha mão não se sujava nele, mas pude sentir o líquido quente.

— Nos amamos, Paul — falei com um sorriso em meus lábios — Agora podemos ficar juntos para sempre.

Ele colocou as mãos na cabeça, gritando que aquilo era um pesadelo e que ele precisava acordar. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto seus olhos estavam fechados.

Você não me ama, Alyson. Você estragou tudo. Não, não, não.

Fechei meus olhos e contei até três e quando os abri Paul não estava mais lá. Senti um alívio percorrer pelo meu corpo.

Agora ele é seu para sempre, Clark.

Os lábios de Devil estavam perto da minha orelha, enquanto ele sussurrava. Apenas sorri, sabendo bem daquilo

— Seremos eu e ele, para sempre!

(...)

04 de outubro, 2016.

Me sentei no banco da praça com meus dedos entrelaçados. Suspirei fundo, enquanto meus pulmões imploravam por ar. Tudo está tão estranho.

Nós sabemos que isso aconteceria algum dia. Eu, por exemplo, ainda me vejo sonhando com New York e com minhas vendas.

Olhei para o lado vendo Paul com um sorriso de canto de boca. Ele estava olhando para os carros em movimento. Ele está do mesmo jeito da última vez que o vi.

Quando você faz mal a alguém, o mal volta para você. No começo, ele não vai te afetar diretamente, mas irá cutucar sua ferida exposta.

Suspirei fundo, vendo algumas pessoas andando pela praça em que estamos.

— Eu sei.

Não, pensando melhor, ele nunca irá voltar para você, Alyson. Você já o tem dentro de si. E por mais que não perceba agora, ele está se alimentando de você. Está levando você a loucura.

Ele me olhava com mágoa, como se nem pudesse ficar ao meu lado por muito tempo. Sinto a dor que habita nele.

— Como é do outro lado, Paul?

Na verdade, eu não sei. Nunca aceitei minha morte, Alyson. É como se tudo isso fosse um pesadelo. Eu quero acordar um dia e me ver na minha cama com minhas malas no chão do meu quarto. E logo depois estar na cidade que nunca dorme, realizando meus sonhos.

Desviei meu olhar, não querendo ver aquilo. Por mais que eu tentasse achar uma pontada de arrependimento dentro de mim, eu não conseguia encontrar nada.

Queria nunca ter conhecido você, Alyson.

Eu sei, Paul.

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