|DYLAN LEWIS|
10 de julho, 2023.
— Ei cara, eu estou indo, ok? — falo para Diego que está concentrado em sua planilha.
Ele olha para mim e concorda.
— Fala pro David que mandei um feliz aniversário para ele — ele volta a olhar para o computador.
Olho para Diego e me lembro quando eu era assim. Quando entrei nessa empresa, fiquei louco de tanto trabalho. Mas agora tudo é tão normal.
— Quantos anos ele está fazendo mesmo? — ele pergunta.
Sorrio.
— Seis anos.
Ele concorda e puxa a gaveta, tirando de lá uma caixinha pequena embrulhada.
— Quase que eu me esqueci do presente que comprei para ele — ele estende a caixinha e eu agradeço — Depois passo na sua casa.
— Tudo bem. O David vai gostar de te ver — falo indo até o elevador.
Quando chego no estacionamento da empresa, vou até o meu carro e jogo minha maleta no banco do lado.
Entro e fecho a porta. Procuro meu celular em algum lugar do bolso e quando o acho, vejo algumas mensagens de Eliza.
Já está tudo arrumado. Escolhi as bexigas azuis. Ah, o bolo é verde, foi o que ele escolheu.
Vem logo, amor.
Deixo um sorriso aparecer em meu rosto e jogo o celular no banco.
Depois que eu conheci a Eliza, tudo pareceu melhorar na minha vida. Ela me ajudou muito com o David, mas não posso dizer que foi fácil. Foram ddas difíceis... O medo me deixava paralisado às vezes.
Na verdade, foi difícil desde o momento em que o teste de DNA deu positivo.
Nunca falamos sobre a mãe dele e ele sabe que Eliza não é ela. Mas ele não faz perguntas. Ele é sério e quieto.
O medo de ter que explicar o motivo da morte e a vida que a mãe dele teve, me deixa angustiado.
Afasto esses pensamentos e coloco o carro em movimento. Resolvo parar em uma loja de brinquedos e escolho um urso grande.
Já estou quase chegando.
Mando essa mensagem para Eliza e volto para o carro com o urso gigante. Quando estaciono o carro em frente de casa, vejo que está tudo apagado.
Estranho, mas mesmo assim pego as coisas e entro em casa. Não vejo ninguém e vou até a sala. A decoração está toda estragada.
Sinto um medo terrível de ter acontecido alguma coisa e subo a escada.
Meu estomâgo se revira ao ver sangue pelo o corredor e corro até o meu quarto, temendo por Eliza e ainda mais por David.
Entro no quarto e vejo sangue pela cama. Vou até o lado e dou dois passos para trás ao ver o corpo de Eliza jogado no chão. Seu pescoço está aberto.
Não penso duas vezes até correr para o quarto de David. Meu coração está acelerado. Eu não quero encontrá-lo morto.
Minha visão fiva turva, sinto um peso enorme e o medo me domina.
Mas quando abro a porta sinto um alívio ao vê-lo sentado ao lado de sua cama.
— Obrigado — ele fala sem me olhar.
Vou até ele e o vejo batendo as mãos com sangue.
Tento me controlar.
— Você está bem? — pergunto deixando meu corpo cair de joelhos no chão.
— Sim, papai — ele fala sorrindo.
Não quero perguntar, mas sei que é necessário.
— Você viu a Eliza lá no quarto? — pergunto sentindo as lágrimas salgadas deslizarem pelo o meu rosto.
— Sim, papai — ele fala sorrindo — Eu gostei de como abri o pescoço dela.
Sinto o meu estômago revirar e não acredito que aconteceu de novo. As lágrimas descem sem parar pelo o meu rosto.
— Com quem você estava falando? — pergunto em meio ao choro.
Ele olha para a frente e sorri novamente.
— Com a mamãe.
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DEVIL.1
RomansaOBRA INICIADA: 02/08/2018. FIM: 12/01/2019 |1° Lugar na primeira edição do concurso Atlantis em Romance| Uma série de assassinatos estão acontecendo na pacata cidade do Texas, McKinney. Agora, Alyson, sabe que todo o cuidado é pouco quando há uma gr...