15º Capítulo

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No caminho em direcção à cidade, atravessando o bosque, não precisou de indicações visto que os três irmãos também precisavam de sair naquela direcção. E antes que se separassem, já na cidade, Tiago entregou-lhe o que ela pensou ser um simples apito.

- Deves usá-lo perto do bosque. Um dos animais virá guiar-te.

- Como o pardal do outro dia?

- Sim, mas pode ser outro animal mas de qualquer das formas estão todos avisados. Eles devem zelar por ti quando estiveres no bosque.

- Ah…bom, fico mais descansada. – Concluiu com um sorriso.

“E eu pensava que quando estava naquele bosque estava paranóica por sentir-me observada, afinal não é paranóia”.

Depois de se separarem, a jovem encontrou Bárbara sentada num café. A rapariga sorriu-lhe.

- Espero não ter demorado muito mas vir da minha casa, leva o seu tempo. – Disse Dalila com um sorriso forçado.

- Não faz mal. Chegaste a horas.

- Ah…fiquei surpreendida com a tua chamada.

- Huh? Porquê? Não temos aulas por isso é normal que procuremos conviver com os nossos amigos.

- Pois mas pensei que estivesses com a Esmeralda. – Comentou Dalila num tom ligeiramente aborrecido. – Desculpa, mas desde que te falei aquela história…fiquei com a sensação de estar a ser um pouco ignorada.

- Desculpa, Lila…não foi a minha intenção mas acho que me preocupei muito com ela.

- Hum, pareces-me triste quando toquei no nome dela. Aconteceu alguma coisa? – Arriscou perguntar.

- Na verdade sim. Acho que ela de uma possível amiga, passou a odiar-me.

- Huh? Mas porquê?

- Tu sabes que… eu gosto do Ricardo…

“Hum, a tal coisa que nunca irei perceber. Mas então…”

- Tu contaste-lhe? Ou ela descobriu?

- Acho que facilitei a descoberta dela.

- Hum, passou-se ou algo do género?

- Disse que eu era uma traidora apenas à espera que ela morresse para poder roubar-lhe o namorado. Foi uma coisa horrível.

“E digo eu que tenho problemas. Aquela miúda é um bocado paranóica”.

- Oh pá, não ligues. Nestas situações, temos que desvalorizar certas coisas. Ela está daquela forma porque… tu sabes, não é?

- Eu sei que ela tem medo de perder a única coisa de bom na vida dela. Ela esteve a contar-me cenas, isto quando nós nos falávamos e é horrível. Eu não sei como continuaria com a minha vida.

- Desculpa mas não quero deprimir-me com essas coisas. Não duvido e nem ponho em causa como a vida dela deve ter sido má mas não posso ver tudo negro e pedir que outros entrem na minha onda. Ela devia libertar-se um pouco mais dessas coisas. Divertir-se e sair com outras pessoas que não tenham que ser sempre necessariamente apenas uma, o Ricardo.

- Eu tentei conversar mas acho que não valeu muito a pena.

- Pois mas não vamos passar a tarde a falar disto, pois não? Nós sem aulas e a falar de coisas tristes! Não pode ser.

- Tens toda a razão mas antes gostava que fosses 100% sincera comigo.

- Hum, ok. O que é?

- Eu sei que achas o Filipe, um conquistador barato, gostas do Tiago como um amigo especial mas tens mesmo a certeza que não gostas mesmo nadinha do Ricardo?

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