Run

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Jungkook sentia algo ruim dentro de si. Não chegava a ser algo intenso, mas era um aperto no peito. Pegou o celular e ligou para Jimin.

– Amor?
– Kook, está tudo bem?
– Eu estou sentindo um aperto no peito, queria ver se estava tudo bem.
– Eu estou bem, amor.
– Não sei Jimin-ssi, algo me diz que o dia será cheio.
– Bom, é o que vamos ver. Eu te encontro no colégio, ok?
– Tudo bem. Eu te amo.
– Eu também te amo.

Jeon foi para o colégio. Estava com uma feição séria, e um pouco preocupada também. Viu o seu maior inimigo o encarar e rir, pôde imaginar que sua sensação ruim tinha algo relacionado com ele. Suspirou e foi para a sala de aula.

– Com licença... Jeon Jungkook, a Sra. Kim Sun hee está o chamando na sala dela.

Passaram-se mil coisas em sua mente, mas no fundo, Jeon já sabia do que se tratava. Enquanto caminhava, pensava no que aconteceria daquele momento em diante.
Deu de cara com Jimin, sentado em frente à mulher. Aquilo apenas confirmou as suas suposições.

– Sra. Kim Sun hee? – ele disse calmo
– Jungkook... Eu devo dizer, estou decepcionada com você.
– Desculpe-me, poderia ser um pouco mais clara?
– Estou falando do seu relacionamento amoroso com o Professor Park.
– Como?
– Não adianta negar, Jungkook. Aqui estão as provas.

A mulher mostrou algumas fotos para Jungkook, que estava chocado.

– Tudo bem, eu não vou negar.
– Devo dizer que... As coisas estavam mesmo estranhas. De repente, as suas notas melhoraram, e...
– Espere aí, Sra. Kim Sun hee, dessa forma a senhora me ofende, afinal, eu levo o meu trabalho muito a sério. E ao Jungkook também, não tire o método dele porque fizemos algo.
– Como eu deveria acreditar que não houve uma ajuda?
– Porque a senhora nunca deve ter amado alguém. – Jungkook disse

Jimin o encarou, queria rir com a fala de seu namorado, mas manteve a compostura.

– O amor faz isso com a gente, Sra. Kim Sun hee. Nós queremos ser pessoas melhores, porque o outro nos incentiva. Nos apoia. O Jimin sempre acreditou em mim, e mesmo em meu pior momento, ele não desistiu de puxar o que há o melhor aqui dentro. E se a senhora nunca se sentiu dessa forma, eu sinto muito, mas nós não temos culpa disso.
– Olhe o respeito, Jeon. Apesar de sempre ter sido uma pessoa muito boa com você, não lhe dou a liberdade de se intrometer na minha vida pessoal.
– Respeito é uma via de mão dupla, Sra. Kim Sun hee. Eu também não lhe dei a liberdade de se intrometer na minha vida pessoal.
– Mas você está desrespeitando as regras da escola, Jungkook.
– Sra. Kim Sun hee, eu peço desculpas se pareci grosseiro. Também compreendo o tamanho da sua decepção nesse momento. Mas a senhora precisa entender que falando desta maneira acaba nos ofendendo. Como pode esperar uma solução para esse problema agindo desse jeito?

A mulher parou para pensar por alguns instantes.

– Muito bem... Vocês compreendem que quebraram uma das maiores regras dessa escola, certo? É completamente proibido qualquer tipo de relacionamento amoroso entre professor e aluno. Desta forma, haverá uma punição para vocês.

Jungkook sentou-se ao lado de Jimin.

– Vocês precisam terminar esse namoro.
– Como é que é? – Jimin perguntou
– Não, isso está fora de cogitação. – Jungkook argumentou

Os dois se deram as mãos.

– Caso vocês não terminem, o Professor Park será suspenso do cargo até eu decidir se irei expulsa-lo ou não. E quanto ao Jeon, precisará ajudar em algumas atividades extracurriculares.

Eles se encararam.

– Então, a senhora pode me afastar do cargo. Eu não vou terminar o meu namoro com o Jungkook, mesmo que isso custe tudo para mim. Não existe Park Jimin sem Jeon Jungkook.
– Não existe Jeon Jungkook sem Park Jimin. E eu vou até o fim do mundo pelo meu amor, então...
– Sendo assim, professor Park, não precisa dar as suas aulas hoje. Encontrarei um novo substituto enquanto penso se ele será provisório ou permanente. E Jungkook, pensarei em algumas atividades para você. Talvez ajudar na limpeza, ou dar apoio em alguns clubes.

Ambos assentiram.

– Como eu disse, vou até o fim do mundo pelo Jimin. – Jungkook olhou para o namorado, que apesar da feição séria, transmitia amor pelo olhar.

Jungkook e Jimin saíram de mãos dadas da sala da Sra. Kim Sun hee, atraindo os olhares de alguns alunos. Abraçaram-se.

– Vai ficar tudo bem, eu prometo. – Jimin sussurrou
– Hoje é o seu dia de folga do laboratório, certo? Vou passar na sua casa quando acabar aqui.
– Tudo bem. Eu te amo.
– Eu te amo, Jimin-ssi.

Jimin foi embora para a sua casa, enquanto Jungkook ainda raciocinava o que acabava de acontecer. Por um lado, sentia-se aliviado, pois não precisaria mais esconder. Por outro, morria de preocupação com o namorado, pois sabia o quanto ser professor era importante para Park.

– Jungkook... Então quer dizer que você defendia o seu amigo Taehyung porque era igualzinho a ele? – o garoto apareceu
– Eu quebrei a sua cara uma vez, e posso facilmente fazer isso de novo.
– Mas o que é isso... Ela é agressiva.
– E eu não defendi o Tae por isso. Eu defendi porque ele é o meu melhor amigo, e porque isso é uma questão de caráter. O que claramente você não tem.
– Você deveria me agradecer, Jungkook. Por minha causa, não vai mais precisar esconder.
– Foi você quem contou, certo? Que golpe baixo, mas quer saber? Eu não esperava mais de você.
– Me responda uma coisa, Jungkook: você transava com ele para que ele pudesse aumentar a sua nota?
– Não que isso seja da sua conta, mas as minhas notas melhoraram pelo meu próprio esforço. E mesmo que não fosse, eu tenho dinheiro, a última coisa que eu precisaria seria transar com um professor apenas por notas.
– Você se acha dono dessa escola, não? Aposto que o professor é apenas mais um idiota que caiu na tua lábia. Mas pensando bem, ele nunca foi mesmo muito esperto, não? Sempre defendendo os mais fracos, os oprimidos. Nunca foi um professor bom. Foi por isso que ele pediu para dormir com você? Caridade?

Jungkook acertou um soco no rosto do garoto, que virou a cara por impulso.

– Não ouse desrespeitar o Jimin, você está me entendendo?

Deu um chute em sua barriga, fazendo com que o mesmo caísse no chão.

– Eu já quebrei a sua cara uma vez, mas parece que você não aprendeu a lição! – Jeon gritava enquanto socava o rosto do garoto. Só parou quando a Sra. Kim Sun hee separou a briga, mas o nariz do garoto já estava sangrando bastante.

– Jungkook, eu não acredito nisso!
– A senhora acha mesmo que eu ia deixar esse merda falar qualquer coisa do Jimin? Olhe aqui, você cala a sua boca. Eu nunca mais quero ouvir você dizer qualquer coisa do Jimin, está entendendo? Porque eu juro, que se você fizer isso, eu vou te procurar até no inferno se precisar, e eu vou te matar. Vai se foder, moleque! – Jungkook gritou
– Vamos para a minha sala, agora.

Jungkook estava com sangue nos olhos. Nunca havia reagido de tal forma, mas ouvir aquelas coisas foram pesadas demais.

– Mais uma vez, Jungkook?
– Desculpe, mas não deu para ficar calado.
– Violência não vai resolver nada. A sua situação já não está muito boa. O que está acontecendo, Jeon? Tudo isso é pelo seu pai?
– Ficar quieto também não vai resolver nada, Sra. Kim Sun hee. Desculpe-me, mas a senhora não tem nada a ver com a minha relação com o meu pai.
– Desculpe-me. Eu não deveria ter citado isso.
– Não mesmo.
– Apesar de tudo, eu me preocupo com você, Jeon. Não quero que me interprete mal. Sempre o considerei muito, assim como faço com todos.
– E eu sou muito grato por tudo, Sra. Kim Sun hee.
– Eu não queria fazer isso, mas eu vou ser obrigada a te dar uma suspensão.
– Tudo bem.
– Tudo bem?
– Não há nada que eu possa fazer, Sra. Kim Sun hee. A senhora mesmo disse que está decepcionada comigo. Além do mais, eu não me arrependo nem por um segundo por ter quebrado a cara daquele garoto. Valeu a pena cada segundo. Então, só me resta aceitar.
– Jungkook! – a mulher o repreendeu
– Mas é verdade, Sra. Kim. Pelo menos eu fui sincero.
– Eu sinto muito, Jungkook. Não é nada pessoal, entenda. É só que... Eu preciso seguir as regras.
– Sem mágoas, eu juro. Sei que a senhora está fazendo o seu trabalho. Apesar de ter sido cruel ao sugerir que eu terminasse o meu namoro.
– Você sabe o meu posicionamento em relação a isso.
– Posso ir para casa agora?

A mulher assentiu.

Jungkook POV

O dia havia se tornado um caos imenso. Não imaginaria que isso aconteceria muito cedo, mas de certa forma, estava um pouco aliviado. Já não aguentava mais esconder de todos o meu relacionamento. Estava sentindo raiva, alívio, mas ao mesmo tempo, preocupação. Ser professor era tudo o que Jimin mais amava fazer, e isso estava em risco. Eu queria que nada de ruim acontecesse com o meu amor, mas nós sabíamos das consequências.
Saí da escola rapidamente e fui direto para a casa de Jimin. Aproveitei para refletir um pouco sobre tudo o que estava acontecendo.

– Amor? O que está fazendo aqui tão cedo? – Jimin perguntou ao me ver
– Eu fui suspenso. – respondi

Rapidamente, Jimin deu-me passagem para que eu entrasse em sua casa. Sentei-me no sofá.

– Agora, pode me explicar isso?
– Você sabe aquele garoto que eu vivia brigando para defender o Tae e o Hoseok, certo?
– Sim.
– Então, dessa vez ele resolveu me atacar. Ah, foi ele quem contou sobre nós para a Sra. Kim Sun hee.
– Mas como?
– Ele quer uma revanche desde a nossa primeira briga. Sempre esteve disposto a jogar sujo. Bom, ele acabou me dizendo coisas ruins sobre você, e eu já estava estressado, acabei batendo nele. E a Sra. Kim viu.
– Amor...
– Eu sei que não deveria ter perdido o controle, mas foi inevitável, desculpe.
– Eu só ia dizer que te amo. – Jimin sorriu
– Eu também te amo. – suspirei – sei o quanto você ama o seu emprego como professor, sinto muito.
– Tudo bem... Não vou me desesperar ainda. – Jimin riu – pelo menos nós não precisamos nos esconder mais.
– É, isso é verdade. – sorri

Suspirei.

– O que a gente faz agora? – perguntei
– Quer sorvete? – Jimin perguntou
– Pode ser.

Nós nos sentamos na sua cama para tomar sorvete. Não havia malícia, apenas duas pessoas tomando sorvete e refletindo sobre o que aquele dia havia se tornado.

– Ainda bem que está de folga do laboratório hoje. – disse
– Realmente, é muito que processar. – Jimin riu
– Está rindo de nervoso, né?
– Sim.

O envolvi em meus braços e dei um abraço forte no mesmo.

– Tudo vai ficar bem, certo?
– Claro que vai. As coisas vão se resolver, e você vai se formar, nós vamos viver a nossa vida toda juntos.
– Isso é uma indireta, Sr. Park Jimin?
– Talvez. Quem sabe?
– Eu te amo tanto, Jimin.
– Eu também, amor... Não me arrependo de nada do que fizemos, nada do que aconteceu. Eu sei que tu foi a melhor coisa que me aconteceu, e isso importa. Nós sabemos a nossa realidade, nós sentimos esse amor, isso é tudo o que importa.

Kkwak jabajwo nal anajwo
Me abrace forte, me abrace
Can you trust me, can you trust me, can you trust me
Pode confiar em mim? Pode confiar em mim? Pode confiar em mim?
Kkwak kkeureoanajwo
Me puxe e me abrace forte
Can you trust me, can you trust me
Você pode confiar em mim? Você pode confiar em mim?
Jebal jebal jebal kkeureoanajwo
Por favor, por favor, por favor, me segure forte e me abrace

. .

Estavam de mãos dadas.

– Eu sempre vou segurar a sua mão em todos os momentos, Jungkook-ssi. – Jimin sorriu
– Que ótimo. Porque eu não pretendo soltar a sua, Jimin-ssi.
– Vai ficar tudo bem. – Jimin sussurrou
– Eu tenho você ao meu lado, não me restam dúvidas de que tudo vai ficar bem. – Jungkook abraçou Jimin

Jimin sentia-se um pouco para baixo, afinal, amava dar aulas naquele colégio. Mas também se sentia aliviado, como se tivesse sido libertado de uma prisão. E naquele momento, sentiu-se a pessoa mais sortuda de todo o mundo. Mesmo em meio aos obstáculos já enfrentados e que ainda enfrentava, havia encontrado o amor. E não havia sentimento mais bonito do que tal. Apenas o amor pode salvar o mundo. Tinham sorte todos que puderam encontrar suas pessoas. E toda essa situação apenas provava que sim, realmente, não existia Park Jimin sem Jeon Jungkook, e Jeon Jungkook sem Park Jimin. Ambos se completavam.

Loucos eram os que tentavam acabar com esse amor de alguma forma.


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⏰ Last updated: Sep 10, 2018 ⏰

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