Capítulo II

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Os senadores tomaram seus assentos ao ver o rei entrar com sua comitiva. Como já havia se tornado costume, os presentes fizeram um minuto de silêncio em respeito às vítimas. Um número que crescia a cada reunião e tirava cada vez mais o ânimo dos membros do poder de Ravena.

Markus ouviu, com tristeza, os senadores relatarem as notícias de suas províncias. Ultimamente as notícias quase sempre eram as mesmas: pessoas mortas, residências destruídas, comércios sendo fechados, toques de recolher e o medo tomando o coração de todos. Ele já não sabia mais o que era se sentir entediado com as sessões do senado; agora só sabia sentir tristeza, impotência e desolação. Era como se ficasse sentado ali sem poder fazer nada enquanto o mundo desabava ao seu redor.

Majestade, o grupo de investigação mandado retornou sem respostas. A pista era fria.

Markus olhou para o senador da bancada de Bloodmonger, da província dos vampiros, que era quem fazia o relatório. O vampiro parecia extremamente abatido, como se fizesse meses que não bebesse seu líquido precioso. O rei sabia que aqueles homens rejeitariam sua ideia, assim como rejeitaram várias outras. Ele tentava entender que estavam em um momento difícil e não era hora de improvisações. Só precisava fazê-los enxergar a possibilidade que tinham em mãos.

Obrigado, senador disse o rei, com um suspiro. Senadores, precisamos de uma equipe de resposta, que seja eficiente.

Um burburinho se espalhou entre os senadores.

Majestade, nenhuma das nossas equipes de resposta teve um retorno efetivo. Só nos deparamos com pistas frias e informações vagas retorquiu um senador da bancada de Moonwatcher, a província das montanhas.

Entendo, mas se tentássemos uma composição diferente?

Composição diferente? Bufou outro senador, este da província de Whitehart, as florestas do Sul. — Majestade, já fizemos diversas combinações e, pelas ninfas, algumas foram tão desastrosas que ainda abalam meu sono.

Burburinhos de concordância seguiram-se a fala dele.

Bem, eu estava pensando em mandar pessoas mais descartáveis, como prisioneiros — começou Markus.

Duvido que qualquer prisioneiro de Lantheon colaborará conosco. Ainda mais que foram nós que os colocamos lá retrucou outro senador, de Woodenstake, as florestas do Norte.

Lantheon era a prisão de segurança baixa.

O rei estava pensando em alguém de Silver Coast disse Jeras, recebendo um olhar inexpressivo do rei.

O silêncio sepulcral caiu sobre o recinto.

Que... Prisioneiro? Perguntou o relator da sessão, um senador que também representava Whitehart.

A quimera — respondeu Jeras.

O burburinho voltou com toda força, dessa vez se tornando vozes enfáticas e raivosas.

Nunca! — Gritavam uns.

Aberração! — Xingavam outros.

Impossível! — Lamentavam-se outros ainda.

Markus suspirou pesadamente vendo aquela cena patética. Os homens que deviam cuidar da nação e zelar pelas criaturas estavam dando chiliques de mulherzinha. Jeras observava a cena com certo prazer, pois ele não queria a quimera livre outra vez. Ele ainda não era Ministro da Segurança e da Guerra na época de sua prisão, mas ouviu as histórias.

As Crônicas de Ravena - A Ascensão da QuimeraOnde histórias criam vida. Descubra agora