Capítulo Onze

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Arrependido

Capítulo onze

Afonso não perdeu tempo, assim que saiu da casa de senhor Ernesto com o dinheiro que Lili havia lhe emprestado. Correu para o hospital e pagou tudo que devia, entao naquela mesma tarde seu pai foi operado. Afonso e Alice permaneceram o tempo todo no hospital enquanto a cirúrgica era realizada. Alice rezava pedindo pela saúde do pai, enquanto seu irmão estava perdido em seus pensamentos sem tirar os olhos do relógio. E assim que o médico apareceu depois  de horas os irmãos puderam suspirar aliviados,tudo tinha corrido bem com a cirúrgica e agora era apenas esperar que seu pai se recuperasse.

No dia seguinte Afonso e Alice tiveram permissão para ver o pai. Os dois caminharam de mãos dadas até o quarto que seu pai estava. Afonso sentiu seu peito ficar apertado ao ver a situação que ele se encontrava , parecia que ele tinha envelhecido anos em apenas três dias. Alice não perdeu tempo e correu para abraçar o pai, deitou sobre seu peito e chorou, Afonso continuou parado na porta sem saber como agir. Senhor Luiz  levantou a mão e estendeu em direção ao filho, o chamando para mais perto. Sabia que tinha feito muito mal aos filhos, mas mesmo assim viu como eles estavam preocupados com seu bem estar.

Afonso não sabia oque fazer, a muito tempo não recebia um carinho do seu pai, os dois pareciam mais dois estranhos. Mas queria que as coisas fossem diferentes, então sê aproximou e segurou à mão do seu pai com força e prometeu a si mesmo que às coisas entre os dois seriam diferentes daqui pra frente. 

*****
Afonso chegou bem cedo na oficina, agora com seu pai ficou doente tinha que trabalhar o dobro, e assim poder pagar o dinheiro que emprestou de Lili. Aquela piralha tinha sido um anjo no momento em que ele mais precisava, mesmo depois de tudo que ele lhe fez.

_ Afonso! ....,então como está seu pai? _ Senhor Ernesto pergunta assim que entra na oficina.

_ Ainda se recuperando. ...,mas o pior já passou.

_ Que bom! ...eu sinto muito não poder ter lhe ajudado no domingo , mas se precisar estou a sua disposição. _ O velho mecânico afirma.

_ Obrigado senhor Ernesto, ...mas uma alma bondosa já me arrumou o dinheiro que eu precisava. ...mas eu gostaria muito de poder fazer algumas horas extras aqui na oficina, pois tenho que pagar o dinheiro que emprestei._ Afonso diz um tanto envergonhado.

_ Mas é claro!....e pode ter certeza que pagarei um acréscimo justo por seu serviços. _ Senhor Ernesto promete arrancando um sorriso do rapaz.

Nesse momento Lili aparece na oficina, vestida com um conjunto social muito elegante,que fez Afonso ficar curioso porque daqueles trajes.

_ Bom dia!....então como está seu pai Afonso? _ A garota pergunta.

_ Se recuperando, graças a você! _ Afonso comenta com a voz baixa, para que senhor Ernesto não ouvisse.
Já que Lili não queria que ninguém soubesse que ela tinha lhe emprestado o dinheiro. Seu pai não iria gostar nada ,de saber que ela guardava esse dinheiro com pretensão de viajar pra fora do país.

_ Fico feliz com isso!....logo ele estará de volta pra sua casa, irei rezar por isso! _ Lili diz sendo sincera, enquanto via Afonso a olhar de cima em baixo lhe deixando incomodada.

_ Isso é oque mais queremos! ....mas, mudando de assunto. ...que roupas são essas! _ Ó rapaz ergue as sobrancelhas, fazendo Lili sorrir com ironia. Lá estava Afonso criticando suas vestimentas, como se ele tivesse esse direito. Ela podia muito bem ignor sua pergunta e deixa-lo na curiosidade, mas não tinha nada a esconder.

_ É o uniforme do meu trabalho!...vou ser vendedora de uma loja de roupas muito chique no centro.

_ E seu pai permitiu isso?

_ Depois que ele me mandou embora da oficina, ele não tinha como se opor! _ Ela  dá de ombros, omitindo a verdade. Pois seu pai não tinha gostado nada quando soube. Porém foi convencido por sua mãe, que disse que Lili tinha todo direito de arrumar outro emprego, já que ele havia lhe mandado embora da oficina.

_ Bom,. ..e que achei que você poderia voltar a trabalhar na oficina, novamente.

_ Você disse, que eu estava atrapalhando o serviço dos rapazes! _ Lili observa vendo a expressão de Afonso mudar.

_ É eu disse! ....mas só você sabe lidar com aquela papelada, eu não levo ó menor jeito com aquilo....e sinceramente Lili! Você faz muita falta, aqui! _ Afonso admite, pois sabe que agiu por impulsividade ao aconselhar senhor Ernesto a manda-lá embora.

Lili estava adorando ouvir aquilo de Afonso, e mesmo morrendo de vontade de voltar para sua antiga função, não iria ceder à seus apelos. Se queria por uma pedra no que sentia por Afonso, tinha que ficar longe dele. Estava até decidida à aceitar o convite de Murilo para ir ao  cinema.Quem sabe conhecendo melhor o rapaz, ela se interessava por ele.

_ Sinto muito!....mas não voltarei, estou adorando a idéia de trabalhar fora! ....como Vitória diz...vou ampliar meus horizontes! ...agora preciso ir, não quero chegar atrasada! _ Lili diz saindo da oficina, antes que ficasse tentada a voltar. Já que Afonso à olhava com aqueles seus olho azulados, implorando que ela mudasse de idéia.

Afonso ficou ali vendo Lili virar o quarteirão, se sentindo culpado. Sabia que a garota adorava trabalhar na oficina, e ele por estupidez tinha lhe tirado dali. Se pudesse voltar atrás,nunca teria deixado seu ciúme falar mais alto que sua razão. Ele só queria proteger Lili, e acabou lhe fazendo sofrer, e como ela retribuiu? Deu todas suas economias para que ele salva- se seu pai. Afonso estava decidido, faria dê tudo para trazer Lili de volta para a oficina.Pois ali era o lugar dela! .

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