Sonhando acordada!
Lili estava mesmo zangada! Se pudesse, quebraria a cara de Afonso. Estava com tanto raiva do rapaz, que até se esqueceu por um momento tudo que sentia por ele.
_ Eita! Que bicho te mordeu? Pra você estar assim Lili! _ Dona Teresa à mãe de Lili pergunta, assim que vê a filha entrar na cozinha esbravejando sozinha.
_ Aquele idiota do Afonso! ...mesmo que tenha se passado sete anos, ele ainda me trata como um criança! ...já estou cansada disso ! _ Lili afirma sentando ao lado de sua irmã .
_ Não sei porque você está tão zangada?....já que você parece mesmo uma menina, seu corpo é um tanto infantil! E você Lili, não ajuda em nada, usando as mesmas roupas que usava quando tinha treze anos! _ Vitória comenta sem parar de pintar suas unhas de vermelho.
Lili olha indignada para irmã,que sempre fazia de tudo para critica-lá. Tudo por que achava que seus pais lhe dava mais atenção. Lili queria muito retrucar as ofensas de Vitória. Mas, sabia que sua irmã tinha razão,ela ainda se vestia como uma criança.
_ Vitória! ...pare de implicância com sua irmã! ...e Lili, você está fazendo tempestade em copo d'água! Afonso com toda certeza não faz por mal! _ Sua mãe diz acabando de vez com o clima ruim.
Liliane respira fundo, e volta para oficina. Afinal ainda tinha muito coisa pra organizar,e não poderia deixar seu pai na mão. Tentou não olhar na direção de Afonso o resto do dia, e o ignorou por várias vezes quando ele lhe fez algumas de suas brincadeiras idiota. Estava cansada de sofrer por essa paixão, Afonso nunca à veria como um mulher. Pra ele ,ela sempre seria uma piralha! E isso Lili não poderia mudar.
*****
Liliane e seus pais escutavam a novela que passava no rádio. Essa era o melhor passatempo dos três, é claro que senhor Ernesto não admitia que gostava do folhetim. Mas, não perdia nenhum capítulo da trama, assim como Lili. Que se imaginava no lugar da mocinha, vivendo um romance como aquele, já que provavelmente não viveria algo parecido na vida real._ Aonde você pensa que vai senhorita? _ Senhor Ernesto pergunta, assim que vê Vitória cruzar a sala toda arrumada.
_ Hoje vou ao clube com minhas amigas! ...terá um baile incrível, e o senhor disse que eu poderia ir.
_ Sim, eu disse! ...mas, dês que você levasse sua irmã junto! _ Senhor Ernesto afirma.
_ Papai! ...Lili é um estorvo, não se emturma com ninguém, e ainda me faz passar vergonha com sua falação sem sentido!
_ Vitória! ...sem sua irmã você não vai! Entendido? _ Ó pai da sua palavra final, fazendo a garota bufar indignada, e concordar.
Lili levanta com nenhum entusiasmo do sofá e vai para o quarto se arrumar. Pega qualquer vestido, pois sabe oque realmente acontecerá. No final ela ficará trancada na oficina, como todas as vezes que ó pai obrigou Vitória à leva-lá para algum de seus passeios. Já estava acostumada com aquilo, e não fazia questão nenhuma de ir. Os amigos de sua irmã eram um bando de riquinhos esnobe. Preferia bem mais, ficar trancada na oficina ouvindo o programa de Dim Oliver no rádio , e as lindas músicas que ele tocava.
_ Você sabe o combinado, em Lili? _ Vitória diz impaciente, pois já estava atrasada.
_ Claro !...vou ficar na oficina até você voltar!_ Lili confirma ,antes de sua irmã sair apressada e entrar na cadilac azul de Alfredo, o filho do farmacêutico e sumir do seu campo de visão.
Lili se acomodou na poltrona que ficava no pequeno escritório do seu pai nos fundos da oficina, ligou o rádio e ficou ouvindo uma música de Mickey e Sylvia. Ela realmente adorava as músicas dos dois. Fechou os olhos e ficou ali curtindo a balada, sem pensar em mais nada.
_ O que você está fazendo aqui, piralha? _ Lili ouvi alguém dizer, e com o susto acaba caído da poltrona e sê esburrachando no chão.
Neste estande ouvi as gargalhadas irritantes de Afonso, e quis pela segunda vez soca-lo._ Muito engraçado Afonso! ...estou morrendo de rir! _ Ela esbraveja esfregando os joelhos doloridos.
_ Desculpa! ...mas, não consegui me conter diante dessa cena! ....mas, porque você está aqui, vestida assim? _ Afonso indaga, reparando nos trajes da moça. Só à via vestida assim, quando ia a missa ao domingos.
_ Não é da sua conta! _ À garota retruca um tanto mal-humorada e se sentando novamente no sofá. Afonso à olha indignado, não acreditava que ela ainda estava zangada com ele.
_ Lili, não acredito que você ainda está brava comigo! ...e sinceramente, eu mal sei a idade da minha irmã! ...como eu lembraria a sua! _ Afonso comenta, se agachando perto da poltrona aonde está Lili ,é à encarando com seus olhos azulados.
Lili preferia que ele não tivesse feito aquilo, ficar tão perto assim de Afonso era demais para seu coração._ Não é apenas por isso Afonso! ...estou cansada de todo mundo me tratar como uma criança! ...é meus pais, você e Vitória. Que me obriga a ficar aqui, trancada na oficina, ...apenas porque não quer que eu saia com ela, ...diz que sou um estorvo e uma menina tagarela!_ Lili dispara a falar se levantando da poltrona,evitando assim ficar próxima de Afonso.
_ Ela fez oque? _ Afonso pergunta, e Lili percebe que acabou falando de mais.
_ Nada! ....eu é que não gosta de ir a esses bailes,. ..e os amigos de Vitória são muito chatos! _ Lili tenta desconversar, mas Afonso não acredito em uma só palavra. Pois conhece muito bem Vitória, e sabe que ela seria capaz disso.
_ Lili não adianta mentir, eu conheço sua irmã. ...e seu do que ela é capaz!
_ Se eu estivesse eu seu lugar, também faria o mesmo! ...,deve ser vergonhoso ter uma irmã como eu! _ Lili dá de ombros ,e senta desanimada na poltrona outra vez.
Afonso olha a pequena garota sentada ali tão desanimada. Lili não merecia passar por aquilo, ela era uma boa pessoa. Nunca havia conhecido alguém com um coração tão bondoso. Então teve uma grande idéia. Com ela podia se redimir pelo que tinha falado mais cedo, e também podia animar aquela piralha, que ele queria tão bem.
_ Seu pai te deu permissão para ir ao baile! ...então você vai ao baile! _ Afonso diz arrastando a garota do sofá.
_ Você está me convidando pra sair? _ Ela indaga incrédula.
_ Claro! ....mas, se você me perdoar pelo que eu fiz mais cedo! _ Afonso lhe lança um daqueles seus olhares, que fazia seu coração derreter.
_ Está perdoado! ...dês que pare de me chamar de piralha!
_ Eu acho justo! ...senhorita Liliane! _ Afonso responde com um sorriso de lado, e entrelaçando seus dedos nos de Lili, e levando a garota até seu velho carambec.
Lili não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. E deseja que tudo não fosse um sonho, e que a qualquer momento ela acordasse.
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Por um Minuto ao seu Lado!
Historical FictionLiliane sempre achou que nenhum garoto nunca fosse olha-lá. Ela não era linda como sua irmã Vitória! Não tinha milhares de rapazes aos seus pés. E quando poderia imaginar que Afonso, seu grande amor secreto iria lhe convidar para sair. Liliane sabe...