Capítulo Treze

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Reconciliação

Naquele domingo Afonso foi visitar o pai, graças ao tratamento ele se recuperava rapidamente e logo poderia ir pra casa. E tudo isso foi possível por causa de Lili, sem a bondade da garota talvez seu pai não estaria aqui. Afonso precisava arrumar um jeito de pagar oque devia à ela, o dinheiro das horas extras da oficina não eram suficientes nem para pagar os remédios do seu pai.

_ Sua bença meu pai!...como senhor está?  _ Afonso diz se sentando numa cadeira próximo a cama do pai.

_ Melhor! ....com saudades de casa! ....principalmente da comida da sua irmã!.....,a comida daqui é horrível! _ Senhor Luiz comenta fazendo o filho rir .Então senhor Luiz percebe que nunca tinha tido um momento como aquele com o filho.

_ Me perdoa Afonso!....me perdoa por tudo que eu fiz!._ Ele diz de repente, fazendo o  rapaz ó encarar.
_ Eu deixei que à raiva que sentia por sua mãe tomasse conta de mim....e acabei descontando em você. ..,apenas porque você me lembrava ela. Vocês dois são muito parecidos.

_ Eu não tenho nada a ver com aquela mulher! _ Afonso afirma com raiva.

_ Você tem razão!....pois por dentro meu filho, você não se parece nada com ela! ...pois mesmo depois de tudo que lhe fiz...você ainda está aqui do meu lado, cuidando de mim....mesmo que eu não mereça!...por isso te peço que me perdoe meu filho querido! _ Senhor Luiz chora segurando forte a mão do filho.

Afonso também chorava, a muito tempo desejava ouvir aquilo do pai, e sem pensar duas vezes ó abraçou com força lhe perdoando de tudo. E sabendo que daqui pra frente tudo seria diferente, agora uma nova estória seria escrita entre ele e seu pai.

*****
Afonso estava tão feliz ao deixar o hospital, que queria compartilhar com alguém oque tinha acontecido. Mas sua irmã Alice estava trabalhando como babá para uma de suas professoras, então ele  resolveu contar para Lili. Ela sempre gostava de ficar bisbilhotando sua vida, e sabia muito bem como era sua relação com seu pai, Lili iria gostar de saber que os dois tinham se entendido.

_ Boa tarde dona Tereza! _ Afonso cumprimenta à mãe de Lili assim que ela abre a porta.

_Boa tarde, Afonso!

_ Lili está? ....eu queria muito conversar com ela.

_ Ela está sim....,vamos entrando Afonso! _ Dona Teresa diz dando passagem para o rapaz.

Afonso seguiu dona Teresa até à sala,ansioso para conversar com Lili. Quem sabe assim conseguia se aproximar da garota outra vez, e talvez convence-lá a voltar a trabalhar na oficina. Mas sentiu  toda sua animação sumir, quando entrou na sala e vio o mesmo almofadinha que tentou beijar Lili na noite passada sentado ao seu lado.

Senhor Ernesto se levantou e veio lhe cumprimentar,e perguntar como andava a saúde de seu pai. Afonso tentou manter se calmo, mas na verdade não tinha gostado nada de ver aquele indivíduo outra vez. E ainda teve que ser simpático com ele no momento que senhor Ernesto aos apresentou, e é claro que não perdeu a oportunidade de apertar um pouco mais com força sua mão. Afonso sê sentiu satisfeito ao ver a expressão de dor no rosto do tal Murilo, aquilo lhe fez sorrir. Lili nem por um momento olhou em sua direção, estava totalmente indiferente. E aquilo realmente fez com que Afonso se sentisse mal.

_Bom, eu vou continuar o conserto do carro do senhor Munhoz....ele precisa do carro pra essa semana! _ Afonso diz, depois de ter aceitado tomar um cafezinho com seu patrão. 

_ Afonso , hoje é domingo! ...vá descansar, ou sair por ai. O carro do Munhoz pode muito bem esperar! _ Senhor Ernesto comenta.

_ Infelizmente não posso!...tenho uma dívida a ser pago! _ Afonso comenta olhando diretamente para Lili, que naquele momento recolhia as xícaras do cafezinho. Ela apenas continuou a realizar sua tarefa, sem se importar com o olhar de Afonso sobre ela. O rapaz sai em direção a oficina ainda com pensamentos em Lili, não tinha gostado nada da forma que as coisas entre os dois andavam.

*****
Aquele domingo foi mesmo estranho, era oque Lili pensava enquanto lavava à louça do jantar. Primeiro à aparição repentina de Murilo, que ela sabia muito bem que tinha um dedo de sua irmã nisso, depois Afonso chega e fica lhe encarando o tempo todo com aqueles seus olhos azulados, como se ela tivesse feito algo de errado.

_ Lili, seu pai disse pra você levar um prato de comida pra Afonso, ....você acredita que ele ainda está enfiada naquela oficina, se continuar trabalhando assim vai acabar ficando doente! _ Dona Teresa comenta, fazendo Lili se sentir um pouco culpada. Se Afonso estava trabalhando tanto, era porque queria pagar a dívida que tinha com ela.

_ E aproveita para perguntar oque ele queria conversar com você hoje mais cedo! _ Sua mãe diz lhe entregando o prato.

_ Conversar comigo? ....sobre oque?

_ Ele não disse! .... acho que ele ficou envergonhado por causa da presença de Murilo,por isso não disse nada .

Lili não perdeu tempo e saiu em direção a oficina, curiosa como ela era queria muito saber oque Afonso tinha de tão  importante para lhe dizer. E lá estava ele, como uma pintura à ser observada. Macacão surrado, cabelos desarrumado e o rosto sujo de graxa. Mas que Lili não se cansava de olhar, e cada vez que ela ó via seu coração batia como um trem desgovernado.

_ Minha mãe mandou lhe trazer o jantar! ....e ficar para fiscalizar  se você irá comer tudo! _ Lili diz tentando disfarçar, já que Afonso tinha fragado ela ó encarando.

_ Obrigado!....sua mãe realmente é incrível! _ Afonso comenta pegando o prato e sentando num monte de pneus.
_ Mas, você não precisa ficar me vigiando, eu vou  comer tudo!...nunca faria essa desfeita pra dona Teresa. ..e você pode ir, não deve deixar seu namorado esperando.

_ Murilo não é meu namorado!...,ele é apenas...um amigo!_ Lili diz, e se arrepende logo em seguida. Pois ela não precisava dizer isso à Afonso, não devia satisfação de sua vida a ele.

_ Não é o que parecia! _ Ele dá um sorriso irônico, fazendo Lili bufar. Em outra ocasião ela revidararia o comentário, mas ela queira muita saber oque Afonso queira conversar com ela,e começar uma briga agora não seria a melhor escolha.

_ O que você queira conversar comigo? _ Lili pergunta de uma vez, morrendo de curiosidade.

_ Nada de importante!

_ Se não fosse importante, você não teria me procurado!...agora desenbucha Afonso! _ A garota perde a paciência fazendo Afonso rir,pois Lili continuava à mesma piralha curioso de sempre.

_ Hoje, eu e meu tivemos uma conversa. ...ele me pediu perdão por tudo que ele fez comigo, e eu ó perdoei!....e daqui pra frente seremos realmente  pai e filho! _ Afonso diz com um nó na garganta.
Lili não se contém de tanto alegria, e sem pensar duas vezes se jogá nos braços de Afonso. Ela sabia muito bem do desejo do rapaz em se acertar com o pai, agora isso tinha acontecido.

_ Isso é maravilhoso Afonso!....finalmente vocês dois se acertaram!

_ É, apesar de tudo que aconteceu,...minha vida parece que está entrando nos eixos!.....só falta uma coisa se acertar!
Você me perdoar! Voltar a ser minha amiga e à trabalhar aqui na oficina. _ Afonso lhe olha intensamente nos olhos, só então Lili percebe que ainda estava com os braços em volta do seu pescoço.

A garota se levanta bruscamente, tentando esconder seu rosto corado. Ela queria muito se afastar de Afonso, mas sentia tanto falta dele.Pois apesar de tudo,  ele sempre foi seu grande amigo.

_ Você nunca deixou de ser meu amigo!....sei que eu disse coisas horríveis ontem. Mas,que às vezes você me tira do sério! _ Lili afirma com um sorriso no rosto.

_ Eu sei, muitas vezes sou um tanto insuportável!....mas só faço isso com quem realmente é importante na minha vida!....e você piralha ,é uma dessas pessoas! _ Afonso diz segurando o rosto de Lili e encarando, enquanto à garota senti seu corpo inteiro fraquejar por causa da proximidade.

_ Então? ....estou perdoado?

_ É claro! _ Lili diz convicta,vendo Afonso esboçar um lindo sorriso e depois lhe dar um abraço muito apertado.
E se Lili pudesse nunca mais sairia daqueles braços,queria ficar pra sempre ali se sentindo protegida.

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