Por um Minuto ao seu Lado!

Capítulo Nove

Dificuldades

Afonso estava realmente zangado. Não apenas por Lili ter lhe tratado daquela maneira, mas por causa do que tinha visto antes de ir embora. Não gostou nada da forma como aquele almofadinha olhou para Lili, e sentiu seu sangue ferver quando ele lhe beijou a mão. E teve que se segurar para não ir até lá, e quebrar à cara daquele indivíduo. Respirou fundo, ligou o carro e foi embora sem olhar para trás. Se Lili queria sê envolver com um sujeito como aquele, ele não tinha nada a ver com isso.

_ Você demorou Afonso!....por acaso desistiu de ir ao cinema? _ Alice pergunta assim que ele entra.

Ele havia mentido para Lili que iria sair com alguém no sábado a noite, mas a verdade é que iria levar sua irmã ao cinema. Afonso nunca tinha se envolvido com ninguém, seus casos eram passageiros. E sabia que sempre seria assim, pois não pretendia se casar. Já que tinha sua irmã e seu pai para cuidar, nunca condenaria uma garota a viver uma vida de necessidades ao seu lado.

_ É claro que não mana! ...só tive que fazer as contas da semana da Oficina, já que agora Lili não trabalha mais lá e senhor Ernesto me deu mais essa tarefa. _ Afonso diz abraçando a irmã.

_ Mas em um minuto eu me arrumo!

_ E bom mesmo! ...pois não me arrumei toda atoa! _ Alice diz cruzando os braços e fazendo Afonso rir.

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Ir ao cinema realmente foi uma ótima idéia, Afonso tinha sê divertido muito é dado boas risadas na companhia de sua irmã,que até se esqueceu de seus problemas.

_ Eu ri tanto que estou com a barriga doendo! _ Alice comenta, esperando o irmão abrir à porta.

_ Os filmes de Mazzaropi são realmente muito bons e.....!_ Afonso para de falar, ao ver algo que lhe tirou o chão.
Caído perto da porta da cozinha está seu pai desacordado.

_ Pai! ...pai! _ Alice grita passando por Afonso e se agachando aonde está seu pai.
_ Ele está. ..morto Afonso?

_ Não! ...só está desacordado! _ Afonso diz depois de escutar o coração do pai bater fraco em seu peito.

_ Vamos Alice, me ajude a coloca-ló no carro. ..temos que leva para o hospital!_
Afonso se esforça para erguer o pai.

Já tinha feito aquilo tantas vezes, mas hoje sua agonia era maior. Ver seu pai ali estirado no chão sangrando pela boca, foi horrível. Já havia perdido a mãe para outro homem, não queria perder o pai também. Mesmo que os dois não se descem bem, e que ele ainda tivesse mágoa por todas as surras que levou, não queria que nada de mal acontecesse com ele .

Dirigiu feito um louco, por sorte aquela hora havia poucos carros na rua. Afonso estaciona de qualquer jeito em frente do único hospital da cidade, entra desesperado na recepção, enquanto Alice fica com o pai no carro .

_ Por favor !...meu pai precisa de atendimento, ele está desacordado e sangrando! _ Afonso pedi desesperado.

Dois enfermeiros aparecem empurrando uma maca, aonde coloca senhor Luiz adentram no hospital sem perder tempo. Afonso e Alice tenta acompanhar o pai mais são impedidos de prosseguir por uma enfermeira.Alice abraça o irmão chorando rezando para que o pior não  aconteça com seu pai. Enquanto Afonso apenas afaga os cabelos da irmã, tentando se manter firme e não alarmar ainda mais Alice. Mas por dentro ele estava estraçalhado , com medo de que o pai morresse e que ele nunca conseguisse ter uma boa relação com ele, já que os dois viviam num pé de guerra. Isso sim seria injusto!

Já se tinha passado várias horas, e ninguém lhes davam uma informação sequer. Aquilo estava se tornando agonizante, pois Afonso não sabia mais como acalmar sua irmã que ainda chorava e rezava baixinho. E assim que viu um médico cruzar as portas,Afonso se levantou indo de encontro com o médico com o coração na mão.

_ Vocês são os familiares de Luiz Pereira?

_ Sim, ....como ele está doutor? _ Afonso pergunta com um nó na garganta, e segurando firme a mão de sua irmã.

_ O caso dele é grave! ...ele estava com uma hemorragia interna proveniente de uma úlcera gástrica....conseguimos conter o sangramento, mas senhor Luiz está muito fraco.

_ Ele vai se recuperar doutor? _ Alice indaga com à voz embargada.

_ Se o operamos, e ele fazer uma bom tratamento senhor Luiz tem grandes chances de se recuperar!....mas, como vocês devem saber as operações e internações são pagas, ...isso infelizmente é uma norma do hospital! _ Diz o médico parecendo constrangido.

_ Enquanto isso não se preocupe doutor! ....faça de tudo para que meu pai se recupere, eu vou pagar por todo serviço gasto com ele! _ Afonso afirma, convicto que moveria céus e terra para conseguir esse dinheiro.

_ Farei isso! ....mas agora é melhor vocês irem, seu pai está sedado e só acordará amanhã._ O médico diz, depois se retira voltando para o longo corredor.

Os irmãos vão embora em silêncio, cada um com seu pensamento. Alice fazia várias promessas para que seu pai sê recuperasse, enquanto Afonso pensava em uma maneira de conseguir o dinheiro para o tratamento do seu pai. E só existia uma pessoa a quem ele poderia recorrer, Afonso teria que pedir um empréstimo a senhor Ernesto. Ele sempre pode contar com o velho mecânico ,e agora mais do que nunca precisaria da sua ajuda. Não iria perder seu pai! Afonso  ainda tinha muita coisa para resolver com ele,muita coisa que precisava ser dita,e muitas mágoas a serem perdoados. Seu pai não podia ir, sem que eles se entendessem!
 Sem que eles fossem pai e filho!