7: que porra é essa?

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Uma e meia da tarde. Esse foi o horário que recebi o primeiro SMS da Ninja. A mensagem dizia "Hoje, às sete e meia da noite, nos espere na biblioteca do bloco D. No segundo andar da biblioteca, no corredor dos livros de Direito, sente na última mesa, que fica ao lado da pilastra, e nos espere. Duas pessoas, suas companheiras de missão, virão ao seu encontro. Não é necessário o uso da máscara ou do moletom. Não faça escândalo, não se atrase, não conte pra ninguém. Simplesmente siga as regras. Beijinhos!"

Aparentemente, a mesma pessoa que mandava os bilhetes havia escrito a mensagem. Ou então, todos da Ninja terminavam suas mensagens com "beijinhos". De qualquer forma, não estava mais com medo ou desesperada. Mas estava ansiosa. Minha primeira missão estava prestes a acontecer e eu não fazia ideia do que aconteceria.

– Hey! – Yura berrou, enquanto batia na mesa. – Por acaso você tá em outro mundo? Faz três horas que tô te chamando.

– Ah. – ri, envergonhada. – Foi mal, tava no celular e comecei a pensar na vida.

– Certeza que não estava pensando em um certo Kim Taehyung? Certeza que ele não te mandou uma mensagem? Porque eu super entenderia você me ignorar completamente porque o amiguinho mandou mensagem.

– Yura. – fiz sinal para que ela se aproximasse de mim e sussurrei: - Você já tomou no cu hoje?

A garota explodiu em risadas e, como sempre faz quando está rindo, começou a bater na primeira coisa que estava na sua frente. Que, no caso, era meu braço.

– Você é muito palhaça, Ártemis.

– Tá, agora chega de bater no meu braço.

– Uau, me desculpa se eu invadi seu espaço pessoal, senhorita não-me-toque.

– Ha. – dei uma risada debochada – Não vou nem falar nada. Até porque já tô atrasada pra minha aula de literatura.

– Aquela aula que você se atrasa toda semana?

– Essa mesma. – disse, enquanto pegava minha bolsa e corria para fora do refeitório. – Te vejo no dormitório!

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Eram quatro da tarde quando nossa professora passou mal e precisou ser levada ao hospital, o que nos fez ter as próximas duas aulas canceladas. Enquanto todos os alunos foram para a biblioteca estudar o conteúdo que a professora estava passando, eu decidi caminhar. Afinal, o dia estava lindo.

O campus era enorme e bem arborizado, o que me trazia um sentimento de nostalgia. Me lembrava da rua da minha casa no Brasil. A tarde estava quente e ensolarada, o que era bem incomum no fim de outono. O sol estava brilhando e o vento estava fraco e morno, me proporcionando um momento de paz. Até que avistei um rosto conhecido acenando para mim.

Kim Taehyung estava sentado na grama. Usava uma camiseta branca e calças jeans. No momento em que se levantou para vir em minha direção, percebi que estava descalço. Automaticamente, antes que ele pudesse gritar "Ártemis-sem-sobrenome", corri em sua direção, me surpreendendo com minha própria atitude. E, aparentemente, Taehyung também se surpreendeu, pois arregalou os olhos.

Ascensão e queda da NinjaOnde histórias criam vida. Descubra agora