– Você tem que sugar um pouco. – expliquei. – Se você não puxar um pouco do ar, não vai fazer o cigarro acender.
– Ártemis, se eu sugar muito, vou engasgar. – Taehyung teimou pela terceira vez.
– Por isso que eu disse que é só um pouco. Suga de leve, Taehyung, não precisa ficar afobado. Vou te mostrar, pela quarta vez, e você vai fazer igual a mim. Certo?
– Talvez...
Bufei, claramente perdendo a paciência e peguei outro cigarro. Coloquei o cigarro na boca e peguei o isqueiro, acendendo a ponta e puxando o ar, fazendo com que ele fosse aceso. Soltei a fumaça para o alto e coloquei o isqueiro na ponta do cigarro de Taehyung.
– Agora puxa o ar. – ordenei. – Só que devagar, nada de euforia.
Ele finalmente puxou o ar, acendendo o cigarro. Bati palmas em comemoração e dei um tapinha em seu ombro.
– Agora solta a fumaça. – ensinei, mas ele soltou a fumaça em minha direção. – Era pra soltar a fumaça para o alto, não na minha cara, palhaço!
– Nem acredito que fumei meu primeiro cigarro! – Taehyung exclamou, rindo. – Obrigada pela paciência, Ártemis.
– Quem disse que você fumou? Você deu uma tragada de leve, mas o cigarro ainda tá inteiro. Mas se não quiser terminar, não tem problema.
– Não, tá tudo bem. Mas provavelmente vou demorar a noite toda pra terminar.
Avistei uma praça e segurei a mão de Taehyung, correndo em direção às poucas árvores e o arrastando comigo. Deitei no banco embaixo da árvore, mas logo senti as mãos de Taehyung levantando meu tronco para que ele pudesse se sentar.
– Se quiser, pode deitar. – ele apontou para as próprias pernas.
Deitei em suas pernas e ficamos um tempo em silêncio, apenas ouvindo o barulho do vento balançando as folhas e da fumaça que soltávamos esporadicamente.
Levantei das pernas de Taehyung e tirei minha blusa de moletom, observando ao redor e percebendo que estava tudo vazio. Olhei no celular e vi que já eram duas e meia da manhã.
– A noite tá estrelada. – Taehyung quebrou o silêncio.
Olhei para o céu, procurando alguma estrela, mas só pude encontrar nuvens.
– Não, não tá.
– Eu fiz uma piada com a sua camiseta. – ele respondeu, rindo alto e apontando na direção do meu busto.
Olhei para minha própria camiseta e, só então, entendi a piada. Ela tinha a pintura "A Noite Estrelada", de Van Gogh. Caí na gargalhada automaticamente.
– Que piada de tio! – confessei. – Caralho, Taehyung, que piada de velho!
– Eu aprendi com meu irmão. – ele respondeu, ainda rindo.
– Agora, falando sério, acho que vai chover. – avisei. – O céu tá muito nublado e eu vi uns lampejos, sem contar que esse vento forte é vento de chuva. Acho melhor irmos embora.
– Quer dar uma passada na Ninja? – ele perguntou. – A sede fica aqui perto e eu preciso checar uma coisa com o Mestre.
– Ok. – concordei. – Mas acho melhor nós irmos logo, antes que essa chuva despenque.
Como se para me irritar, um trovão anunciou o início da chuva, que caiu de repente, com pingos grossos e pesados.
Taehyung segurou minha mão e me puxou, fazendo com que nós dois corrêssemos na chuva. Nossos gritos e gargalhadas eram abafados pelo som da tempestade, que batia com força em nossos corpos.
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Ascensão e queda da Ninja
Hayran KurguEnquanto que no Brasil sua vida era tranquila, na Coreia foi completamente o oposto. Caixas e bilhetes misteriosos, uma organização secreta, invasão e assassinato, ocultação de cadáver... E, mesmo no meio de tudo isso, Ártemis conseguiu arrumar temp...