23: amar você é o maior privilégio da minha vida

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AVISO INICIAL: CONTÉM CENA DE SEXO. SE VOCÊ FOR SENSÍVEL A ESTE TIPO DE CONTEÚDO, NÃO LEIA (ou leia e pule essa parte rs). 
Boa leitura

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Fiquei me revirando na cama por uma hora, mas não consegui dormir de jeito nenhum. A feição assustada de Sábia ainda rondava minha mente, assim como a imagem de seu sangue espalhado na caminhonete e seu corpo largado no chão.

Por não conseguir dormir, levantei e acendi uma vela branca. Enquanto me ajoelhava para rezar, lágrimas se formavam em meus olhos.

– Senhor... – comecei minha prece – Eu sei que não tenho sido uma boa filha, sei que tenho andado por um caminho duvidoso e não tenho sido tão presente, mas ouça minha prece. Pai, cuide da alma da Sábia por mim, eu te imploro. Ela era jovem demais e não merecia o fim que teve. Me perdoe pelos meus pecados, sei que tenho falhado muito, mas vou tentar melh...

Um soluço atrapalhou minha oração e um choro abafado me impediu de continuar. Fiz o máximo que pude para chorar silenciosamente e não acordar Yura, mas sentia que não estava sendo suficiente.

Vesti uma blusa de moletom por cima do pijama, saí do apartamento e fiquei sentada ao lado da porta, pensando no ocorrido, quando Taehyung apareceu virando o corredor. Estava mancando um pouco e, mesmo de longe, enxerguei os hematomas em seu rosto. Seu lábio inferior estava inchado e com um corte, sua maçã do rosto tinha uma mancha roxa e, pelo modo como ele andava, seu corpo não devia estar muito diferente.

– Oi – ele disse, sentando-se ao meu lado com muita dificuldade e apoiando a cabeça nas minhas pernas. – Como você está depois de tudo que aconteceu?

– Psicologicamente ou fisicamente? – perguntei, depositando um beijo em sua pálpebra roxa. – Porque fisicamente eu só tenho um corte no braço, diferente de você.

– Sortuda – Taehyung tentou rir, mas se contraiu de dor e cortou o riso no mesmo instante.

– Quer entrar, meu bem? Posso fazer uma compressa de gelo nos seus hematomas.

– Não precisa. Na verdade, não sei se você vai gostar de ouvir isso, mas Mestre me pediu para vir te chamar. Ele disse que precisa falar conosco urgentemente.

– E você veio, mesmo sabendo que eu preciso de um tempo de toda essa merda? – ri incrédula. – Vai tomar no cu, Taehyung.

Me levantei e abri a porta do apartamento, mas Taehyung me segurou pela perna. Ele me encarava com aquele olhar de tristeza e eu não consegui permanecer com raiva.

– Eu não ia te chamar – ele falou. – É que eu não queria que ele viesse te buscar aqui, então achei melhor irmos de livre e espontânea vontade.

– "Livre e espontânea vontade" faz parecer que eu realmente queira encontrar o seu irmão depois de toda a merda que aconteceu.

– Por favor, Ártemis. Eu não quero ir sozinho.

Bufei e soltei uma risada desacreditada, mas concordei com a cabeça e desisti de voltar para o dormitório.

Chegando à Ninja, Mestre e Cérebro estavam conversando no sofá e, logo que nos viram, fecharam a boca.

– O que você quer? – perguntei grosseiramente para Mestre.

– Só preciso que você dirija para mim – ele respondeu, jogando a chave da van para mim. – Só por hoje e depois vocês terão férias. Prometo.

Olhei desconfiada para Cérebro e ele desviou o olhar. Voltei a olhar para Mestre e ele estava com aquele olhar sério de quem não tem tempo a perder.

Ascensão e queda da NinjaOnde histórias criam vida. Descubra agora