10: paris croissant

32 9 24
                                    

Encontramos a van estacionada na esquina, na rua de cima, e logo entramos. Nós três fomos para o fundo da van, mas logo percebemos que alguém precisaria dirigir.

– Eu não consigo dirigir de salto. – avisei.

– Eu tenho que ficar atrás com os equipamentos de monitoramento. – Hacker deu de ombros.

– Eu não quero dirigir. – disse Taehyung.

Eu e Hacker caímos na gargalhada, enquanto Taehyung apenas fazia biquinho e repetia "não tem graça nenhuma, eufalando sério" enquanto batia no banco da frente.

– Hacker – começou Taehyung –, você poderia fingir que me respeita?

– Mas eu te respeito! – ele se defendeu. – É só que foi engraçado. Eu e a Ártemis dando motivos reais pra não dirigir e você inventando uma desculpa fajuta.

– Tudo bem, eu dirijo. Mas vocês vão se arrepender.

– Isso foi uma ameaça? – perguntei, em tom de zombaria. – É real, Hacker, nós estamos muito fodidos agora.

– Haha. – Taehyung riu com sarcasmo – Muito engraçado, Ártemis. Agora, falando sério, pra onde a gente vai?

– Para o bairro Banpo-dong. – informou Hacker. – Segundo minhas pesquisas, nosso primeiro homem frequenta um café chamado Paris Croissant. Não sei se ele trabalha lá, mas as câmeras mostram ele indo pra lá todos os dias, no mesmo horário.

– Certo! – eu disse, animada. – Então vai ser muito fácil puxar assunto com ele porque, se tem uma coisa que eu amo, com certeza são cafés.

– Ok! – disse Taehyung, extremamente animado. – Pé na tábua!

– Pé na tábua? – perguntei, rindo. – Quantos anos você tem, Coringa? Cinquenta?

– Cuidado com a boca. – Taehyung rebateu. – Não se esqueça de que eu sou o motorista.

Nós três rimos enquanto Taehyung ligava a van. Ele era um excelente motorista, tenho que admitir. Enquanto eu e Hacker checávamos o equipamento de vigilância e discutíamos sobre as melhores táticas de abordagem, Taehyung dirigia com cautela. Era muito suave. Não fazia movimentos bruscos, não se estressava com outros motoristas folgados e não se deixava abalar pela discussão ao fundo. É como se ele tivesse nascido pra isso.

•°•°•°•°•°🦋🦋🦋°•°•°•°•°•

Passamos em frente ao café, mas a rua era muito estreita e teríamos dificuldade de passar despercebidos estando em uma van, e por isso decidimos voltar um pouco e estacionar onde teríamos uma visão da entrada do café.

Enquanto observávamos o Paris Croissant, Hacker começou a me preparar e me explicar sobre o equipamento. Me entregou o microponto eletrônico e explicou que funcionava por Bluetooth. Também me entregou um mini microfone e pegou meu celular.

– Onde você vai colocar o microfone? – perguntou. – Tem que ser em algum lugar que não vá aparecer nem fazer volume.

– Vou colocar no sutiã. – respondi, após pensar por alguns segundos. – Agora, sobre o ponto, você tem certeza que ele vai sair do meu ouvido? Tem certeza que não vou precisar ir ao hospital tirar?

– Relaxa, Ártemis. – disse Taehyung, ainda sentado no banco do motorista. – A gente usa esse tipo de equipamento sempre e nunca deu errado.

– É. – concordou Hacker. – Pode confiar na gente. Agora, coloca o ponto no ouvido e vamos testar. Se tudo estiver funcionando direito, você tá pronta.

Ascensão e queda da NinjaOnde histórias criam vida. Descubra agora