Na pasta "primeira missão" haviam algumas fotos, alguns vídeos e documentos. As fotos eram de três homens diferentes, todos coreanos, provavelmente na casa dos quarenta anos. Eram fotos tiradas de longe, provavelmente de alguém que os estava seguindo. Uma das fotos era de um dos homens vestindo um macacão laranja e segurando uma placa com seu nome e número de identificação. Presidiário.
– Você já tá vendo as fotos? – perguntou Hacker. – Primeiro tem que ler o documento.
– Ninguém me disse nada – respondi –, como você queria que eu soubesse?
Cliquei no documento e percebi que era basicamente um resumo da missão, provavelmente o resumo de tudo que o Mestre nos diria, caso não tivesse saído.
Segundo o documento, aqueles homens eram responsáveis por incendiarem escolas há, pelo menos, um ano. Nossa missão era segui-los e tentar capturá-los, os entregando para a polícia, junto com as provas de que eles eram os responsáveis pelos incêndios.
Abri um dos vídeos, que mostrava uma van encostando na entrada de uma escola, durante a noite, e dois homens arrombando a porta da escola, voltando após alguns minutos, correndo, e entrando na van, que logo saiu. Após alguns minutos, a escola inteira estava em chamas. Os outros vídeos eram basicamente a mesma coisa, só mudava o lugar, mas os atos eram os mesmos. Os homens também.
No final do documento havia a função que cada um exerceria nessa missão. Hacker seria, obviamente, o hacker. Ele teria que usar sua inteligência em informática para hackear as câmeras de segurança de Seul, fazer reconhecimento facial e encontrar nossos prisioneiros. Eu seria a responsável por atrair os caras para nossa armadilha e Taehyung capturaria os três.
– Como, exatamente, nós vamos executar essa missão? – perguntei, por fim.
– Isso é com o Coringa. – respondeu Hacker. – Se quiser, vai ajudando ele a pensar na emboscada, até porque duas cabeças pensam melhor do que uma. Enquanto vocês pensam, eu trabalho. Com licença.
Hacker saiu do quarto, com o notebook na mão e fechou a porta. Olhei para Taehyung, que estava me encarando com ar sério. Após alguns segundos de encarada, comecei a sentir meu rosto esquentar, mas não desviei o olhar. Ao invés disso, perguntei:
– O que foi?
– Eu já pensei em tudo – disse Taehyung –, mas não sei se você vai gostar do plano.
– Por que eu não gostaria?
– Porque você seria usada. Como objeto sexual, quero dizer.
– QUÊ? – esbravejei, socando de leve o braço de Taehyung. – Como assim?
– Bom, eu pensei que você poderia chamar os caras pra sair, tomar um café e tal. Depois você só teria que levar os três até o local.
– Hm, pode continuar falando porque eu tô ouvindo.
– É só isso mesmo. Depois que eles estivessem no local, eu entraria em cena, deixaria os três desacordados e pronto.
– Você? – caí na gargalhada. – Taehyung, como o cara que apanhou do colega de quarto vai conseguir deixar três caras desacordados?
– Eu já disse que aqui você tem que me chamar de Coringa. Mas enfim, eu tenho meus truques.
– Hm, certo. Mas, porra, você me assustou com essa história de "objeto sexual".
– Desculpa, mas é basicamente o que vai acontecer. Você vai usar sua beleza e seu charme pra atrair três velhos. Ou seja, vai ser usada como objeto.
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Ascensão e queda da Ninja
FanficEnquanto que no Brasil sua vida era tranquila, na Coreia foi completamente o oposto. Caixas e bilhetes misteriosos, uma organização secreta, invasão e assassinato, ocultação de cadáver... E, mesmo no meio de tudo isso, Ártemis conseguiu arrumar temp...