Última quinta-feira de novembro. Eu, Elástico, Hacker e Mestre nos dirigimos até a mansão do prefeito Lee Bongseon. Mestre estava dirigindo a van e demos a volta no quarteirão, para avaliarmos a mansão por fora. Dois seguranças na porta da frente, dois na porta dos fundos, um no portão principal. Uma equipe de cinco jardineiros ao fundo, provavelmente alguns empregados dentro da casa.
- Já testou o ponto eletrônico, Deusa? - Mestre perguntou. - E você, Elástico?
- Já - eu e Elástico respondemos ao mesmo tempo.
- Muito bem. Hacker, você já conseguiu invadir o sistema de câmeras?
- Ainda não! - Hacker gritou. - Já é a terceira vez que você me pergunta isso e eu já disse que ainda não. Você achou mesmo que seria fácil hackear o sistema de segurança da casa do prefeito?
- Eu achei que nada fosse difícil pra você - Mestre riu, logo após estacionar na esquina. - Acho bom você ir logo porque...
- Consegui! - Hacker gritou. - Ok, podem ir.
- Eu tô com cara de jornalista com esse terninho? - perguntei, alisando o blazer vermelho.
- Tá ótima - Elástico sorriu. - E os óculos te deixaram com cara de jornalista séria e sexy.
- Vá logo, Deusa - disse Mestre calmamente. - Enquanto você conversa com o safado, eu crio uma distração na porta dos fundos e o Elástico entra pela janela. E, não se esqueça, coloque a escuta no escritório dele.
- Me desejem sorte - sorri nervosa.
- Boa sorte - todos eles disseram em uníssono.
Caminhei cerca de três minutos até o portão da mansão e fui recebida pelo olhar negativo do segurança, que me mediu dos pés à cabeça.
- Boa tarde - falei com a voz baixa e contida. - Tenho uma entrevista agendada com o senhor Lee.
- Documentos e bolsa para revista - o segurança disse, um tom de voz ameaçador.
Entreguei meu passaporte falso e um crachá falso de jornalista que Hacker fez para mim; também entreguei a bolsa. O segurança analisou meus documentos e revistou a bolsa, olhou para mim e colocou o dedo no ponto eletrônico que usava.
- Senhor Lee tem alguma entrevista agendada para hoje? - ele perguntou desconfiado, mas logo suavizou sua expressão facial e abriu o portão. - De qual jornal você disse que era?
- Eu não disse - respondi, mas logo me arrependi porque sua feição se contorceu de forma ameaçadora. - Eu sou do Free Journalism, de New York. As informações estão na carteirinha que te entreguei.
Entrei e observei, da forma mais discreta que consegui, a entrada da mansão. Um jardim imenso e bem cuidado rodeava a casa. A equipe de jardineiros veio para a entrada da mansão e ficou me encarando enquanto eu subia as escadas de pedra.
- Não ligue para eles - disse o segurança, quase como se tivesse lido meus pensamentos. - Eles não estão acostumados a ver pessoas como você... Normalmente os jornalistas que vem aqui são asiáticos ou brancos, é raro vir algum negro.
- Entendi... Ah, pode me devolver minhas coisas?
- Ah, claro. Acabei me esquecendo, mil perdões.
- Imagina, não tem problema - respondi, enquanto guardava os documentos de volta na bolsa e a colocava no ombro.
No topo da escadaria estava a porta principal, com dois seguranças mal encarados. Dei um leve sorriso para eles, que não retribuíram, e eles abriram a porta para mim. Parada à porta estava uma senhora de aproximadamente cinquenta anos, que me recebeu com um sorriso caloroso.
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Ascensão e queda da Ninja
FanfictionEnquanto que no Brasil sua vida era tranquila, na Coreia foi completamente o oposto. Caixas e bilhetes misteriosos, uma organização secreta, invasão e assassinato, ocultação de cadáver... E, mesmo no meio de tudo isso, Ártemis conseguiu arrumar temp...