Capítulo 17

2.4K 169 14
                                    

Leila

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Leila

Chegamos no baile arrasando, só não sabia se olhavam mais pra Juliana, Raquel ou eu , três pessoas diferentes entrando juntas em uma festa da escola, foi a surpresa do ano.

Mas a melhor coisa do ano foi encontrar os olhos dele nos meus, suas pupilas estavam dilatadas enquanto varria meu corpo. Uma onda de energia correu sobre mim, Daniel estava tendo um controle por mim, não conseguia explicar! Será que era recíproco esse sentimento? Com certeza não!

Juliana desgrudou um pouco pra ficar com o Lucas e adorei ter um tempo sozinha com o Daniel, de novo, era ótima a sua companhia, me sentia feliz e livre, nunca achei que iria me sentir assim com outra pessoa além do Jack, mas claro que com o Daniel a atração é intensa de mais, quando conversavamos, não parava de olhar pro movimento de sua boca ou como seus olhos estavam com um brilho diferente.

Se não fosse a Juliana e Raquel me salvando daquele transe, nunca iria parar de apreciar o rosto do Daniel. Enquanto estava dançando, as vezes olhava pra onde o Daniel estava, ele me olhava, como se apenas eu estivesse ali, mais ninguém. Até um momento que olhei para lá, e não ó vi.

- Leila, tudo bem com você? - Perguntou Juliana.
- Tudo, só... Vou buscar uma bebida - Disse me afastando da pista.

Procurei ele por todo o canto, rodei tanto aquele lugar, que o som alto e o cheiro forte de bebida me deixaram com vontade de tomar um ar. Desistindo de continuar procurando o Daniel fui para o lado de fora, tomar um ar, afinal a essa altura, talvez, já tenha ido embora.

Cheguei lá fora, sentindo o ar fresco nas minhas narinas, e é nesse momento que reflito e lembro de mais cedo, como eu e Marcos ficamos de uma forma mais próximos, como Juliana estava fazendo um papel de amiga, como minha mãe esta no hospital, tanta coisa.

- Leila? - Uma voz grave e baixa pergunta.
- Quem é? - Pergunto para a pessoa que tinha me perguntado, com muito medo.
- Sou eu Leila, Daniel - Fala e suspiro aliviada.
- Mas que merda Daniel, te procurei por todo o baile - Afirmo.
- Então quer dizer que estava preocupada comigo? - Pergunta rindo de um jeito estranho, parecia mais lesado.
- Claro, é meu amigo gay - Falei rindo e o mesmo fez careta.
- Gay? Nem tanto, não mais - Afirmou suspirando.
- Como assim? - Perguntei ainda afastada.

Ele me olhou sério e depois de poucos segundos, começou a andar em minha direção, como se seus passos fossem calculados, andava lentamente, cada vez mais acabando com nossa distância.

Me arrepiei quando ele ficou cara a cara comigo, a centímetros do meu rosto, dava pra sentir seu hálito de álcool com morango, quente e acelerado.

- Não sou o mesmo desde que te conheci - Disse direto.
- E por que não é? - Perguntei anestesiada com seu perfume e calor.
- Por que conheci uma garota que está me deixando louco - Falou se aproximando mais de mim, e não recuei nem por um segundo, estava paralisada.
- Uma garota? Você nem gosta de garotas - Afirmei.
- De uma sim - Sussurrou baixinho bem perto do meu ouvido.

Ficamos nós olhando por um tempo e quando me dei conta, já estávamos com os lábios unidos, saboreando o gosto do nosso beijo, estava tão bom. Ele explorava minha boca com posse e eu explorava com minha mão o seu cabelo, os cabelos que sempre quis tocar.

Seu beijo era possessivo, segurava na minha cintura com força, me fazendo dar suspiros no meio do beijo, estava toda arrepiada e uma onda de eletricidade passava pelo meu corpo sempre quando me apertava mais a ele. Acabamos o beijo com um selinho.

Olhei pra seu rosto, tão lindamente iluminado pela luz do poste que estava perto, dava pra ver suas pupilas dilatadas e seu rosto levemente corado, como o meu também deveria estar.

- Vou entrar agora Leila, tchau - Disse friamente, pegando sua garrafa de bebida do chão e entrando na festa.

Não entendi nada, será que beijei mal? Será que ele não goste que peguem no cabelo dele? O não, e se... Ele não tiver gostado de como olhei pra ele? Vai que é daqueles que se importa com a intensidade do olhar, vai saber, devo ter deixado ele com medo, certeza.

Saio dos meus pensamentos a ouvir a porta ser aberta drasticamente e Raquel sair de lá chorando, meu Deus, o que aconteceu? Vou rapidamente acompanhar ela pra descobrir o que aconteceu e ajuda-la. Ela para de correr e senta no chão, aos prantos.

- Raquel? O que aconteceu? - Perguntei .
- Eu to bem - Mente descaradamente.
- Então faz meu chá de bebê, já que acha que nasci ontem - Respondi e ela me olhou.
- Borrei toda a maquiagem, não é? - Perguntou tocando o seu rosto.
- Falando assim, parece ate que precisa de maquiagem pra ser bonita - Falo e a mesma olha pra seus próprios pés.
- RAQUEL! Como você ta? Não dê ouvidos a ela okay ? - Juliana apareceu falando e a olhei sem graça.
- Eu só tava tentando ajudar - Falei baixo e Juliana me olhou.
- Não to falando de você não! To falando da Esther, aquela racista de merda, EU ODEIO ELA ! - Afirmou irritada e me assustei bem confusa.
- Gente, o que aconteceu? - Perguntei e Juliana suspirou.

Começou a contar que depois que sai a procura de Daniel, Esther esbarrou em Raquel e começou a chamar ela de preta e de feia, disse que ninguém nunca iria ficar com ela, por que era negra. Raiva, nojo, ódio não, depois!

Rapidamente abracei Raquel e disse que Esther não tinha razão e que não sabia de nada. Com muita raiva da mesma, fui em direção a festa com ódio, ainda bem que só tenho ódio, imagine se tivesse uma bomba? Era umas orações dos mulçumanos e bomba na piranha.

A veja entrando no banheiro, caminho em passos rápidos e firmes até o banheiro.

- Você é uma piranha mesmo! - Disse entrando no banheiro e a olhando retocar a maquiagem.
- Piranha? Sou, pelo menos não me faço de santa - Disse e me aproximei dela.
- Como já fui sua amiga? Você é uma racista, uma idiota, humilhou minha amiga só pela cor da sua pele - Disse quase chorando de raiva.
- Amiga? Amigas não ficam com o menino que a outra gosta - Disse e a olhei indignada.
- É serio? Depois de 3 anos você ainda ta com essa merda na cabeça? Ainda acredita no que te contaram? Você é mais infantil do que pensava - Disse e ela me olhou com raiva.
- Quer saber? Não importa mais! Você sempre foi uma vadia e sua outra amiga também - Se aproximou mais de mim - aquela preta imunda - Afirmou me olhando nos olhos.
- Eu tenho nojo de você e tenho pena da sua mãe, criou uma nojenta mimada, que se acha melhor que os outros - Falei com nojo.
- E eu nem nojo sinto por você, apenas pena, pela vadia idiota que é - Disse e eu a olhei vermelha de raiva - ta com raivinha? Me bate! Sempre foi uma favelada mesmo! - Disse querendo me irritar.
- Eu? Te bater? Não vou me rebaixar a seu nivel - Disse debochada saindo dando costas a ela - e outra, fale mal da Raquel de novo, pra você ver se ainda vai ter seus privilégios com sua mãe - Completei saindo do banheiro.

Depois de sair do banheiro, ao andar mais um pouco, vejo Daniel deitado em um sofá ali perto, peguei seu celular ligando para sua prima, a Jackeline.

- Por que tão lindo? - Perguntei pra mim mesma.
- Leila? É você? - Perguntou meio embolado.
- Sou sim, a Jacke já ta vindo te buscar - Falei.
- Que bom - Disse e voltou a dormir.

Levo-o para o lado de fora, com muito sacrifício, porque o mesmo estava muito sonolento e zonzo. Me sento na calçada com o Daniel encostado em mim, mais específica, estava com a cabeça no meu ombro, não exatamente dormindo, pois falava umas palavras inaudíveis, igualzinho aos ASMRs dos youtubers, a única diferença era que não estava fazendo aqueles sons com a boca, que nunca falta.

- Oi, obrigado por me ligar - Disse Jaque ao chegar.
- Que nada, precisava ter certeza que Dani voltaria pra casa em segurança - Afirmei sorrindo.
- Esse garoto só me arruma problemas - Disse meiga e sorrindo.

Depois de Jackeline levar o Daniel, olhei pra cima e perguntei pra Deus : Eu tinha vindo pra relaxar nera?

SECRET: Can I Trust You?Onde histórias criam vida. Descubra agora