SECRET: Can I Trust You?

Capítulo 13

Leila

Entro na escola com a maior preguiça do mundo, depois daquela conversa com Marcos, ele me fez assistir vários filmes de gays, segundo ele mesmo disse " Vou te mostrar, como um gay de verdade deve ser", todos foram engraçados e românticos e Marcos parecia curtir muito filmes assim, me pergunto até agora como ele conhecia tantos filmes de gays.

Nesse momento estou caminhando pelo refeitório, vários adolescentes que nem sabia o nome passavam por mim, por qualquer duvida chamava os meninos de Enzo e as meninas de Valentina, que é? Tenho 80% de chance de acertar o nome.

- Hmm, salada de frutas - Resmungo vendo o menu.

- Nossa, salada de frutas é muito bom, além de fazer muito bem pra saúde - Afirma uma voz fina atrás de mim.

- Juliana? - Pergunto surpresa ao olhar para trás.

- Leila! - Ela me abraça como se fossemos amigas a muito tempo - como você ta? - Pergunta curiosa.

- To muito suave e você? - Pergunto.

- Menina, você não acredita, depois daquele dia eu cheguei em casa e bati meu dedinho na quina da mesa, mas não foi só uma mas três vezes, passei o final de semana todo me batendo nas coisas, além de perder meu horário no cabeleireiro, minha mãe me obrigou a ir em uma festa pra me animar, como sou muito obediente fui, chegando lá, uns três gatinhos quiseram ficar comigo, só três gatinhos mesmo, porque o resto tudo era tribufu, mas como sou uma menina de familia não fiquei com nenhum deles - Respirou um pouco e continuou - cheguei na maior bad em casa, assistir todas as séries e comi todo o sorvete da casa, minha mãe reclamou e disse que ficaria gorda, ai eu respondi " Pelo Menos serei uma gorda feliz", mas lembrei que estava muito triste, então comecei a chorar, chorei a noite toda e quebrei minha unha - Mostrou sua unha quebrada.

- Meu Deus - Falei confusa por não ter entendido quase nada.

- A, respondendo sua pergunta , estou de mal humor, mas sem problema , não vou matar ninguém, fique tranquila - RI com sua própria piada e dou um breve sorriso.

Se esse é o mal humor dela, não consigo nem imaginar a sua alegria. Juliana colou em mim o dia todo que Deus deu, até que era uma boa companhia, mas não parava de falar um minuto, além de ser muito patricinha, mas não aquelas patricinhas metidas e sim aquelas patricinhas românticas e felizes o tempo todo, sempre bem arrumadas e amigas de todo mundo dando dicas de moda.

No pouco tempo que passei com ela, descobri que sua cor favorita era Lilas, seu lugar preferido da casa era a acadêmia, porque segundo ela, dava pra fazer um clipe perfeito da Ariana Grande e que ela e o Lucas, eram um casal muito fofo, comecei até a shippar eles dois, nunca achei que isso ia acontecer.

Vi Daniel de longe, não se separava do seu grupo, as vezes os meninos olhavam pra mim dando risinhos, provavelmente pensando que eu e Daniel tivéssemos alguma coisa, as vezes não era ruim pensar em ter um relacionamento com ele, é o tipo de garoto que sempre sonhei.

- Lê, dou um doce pelos seus pensamentos - Diz Juliana com toda intimidade.

- Só to viajando - Digo.

- E eu nasci em Paris - Diz.

- Sério? - Digo surpresa.

- Claro que não, estou sendo irônica - Diz revirando os olhos.

- Você foi irônica agora? - Pergunto confusa.

- Agora eu não fui, mas antes sim - Diz.

- A então você não foi irônica dizendo que agora não tinha sido, mas quando você disse que estava sendo irônica, você estava sendo irônica - Digo perdida.

- Não Leila - Fala nervosa - só quero dizer que sei que tem algo que está te encomodando - Afirma.

- Ata, então você estava sendo irônica apenas... - Ela me interrompe.

- Esquece a ironia - Revira os olhos cansada - eu sei que algo esta te corroendo por dentro - Diz como se já me conhecesse a muito tempo.

- Eu to bem - Digo e ela suspira.

Me jogo no sofá com preguiça, 100% cansada, pego o celular pra ligar pro Jack, ligo pra ele sempre que posso, afinal é meu melhor amigo, conto pra ele sobre tudo que acontece, quer dizer, o episodio com Daniel ele não sabe, pra contar pra ele teria que contar sobre a sexualidade de Daniel e não tinha esse direito.

- Alô princesa - Me responde carinhoso.
- Oi príncipe, como ta indo ai ein? - Pergunto pegando uma maçã e mordendo-a.
- Uma chatisse, nada é bom sem você falando suas merdas e vindo me perturbar - Fala fingindo chorar.
- É, e roubar suas roupas... - Digo baixo.
- A, então por isso que não acho minha camisa do grott não é? - Diz.
- An, que camisa é essa? Não me lembro dela - Fico com as bochechas coradas e minto.
- É claro que foi você Leila - Afirma.
- Por que você me acusa? Que provas você tem contra mim? Tenho direito a um advogado - Finjo indignação.
- Você elogiou minha blusa e logo depois que você foi pra casa minha blusa sumiu, isso já são provas suficientes e eu sou seu advogado - Gargalha.
- Ridiculo - Acabo gargalhando.

Conversamos mais um pouco e desligo o celular, caminho em passos rápidos para o banheiro, tomo banho, que tava mais para um show de música, cantava mais que tudo, bem, pelo menos meus fãs amavam.

Depois de vestir uma roupa, quando penso em dar um cochilo, alguem bate na minha porta, reviro os olhos, posso nem mais cochilar, ave Maria.

- Marcos não está, desculpa, tchau - Falo sem olhar pra pessoa.

- Ta maluca Leila? - Ouço duas risadas.