O capítulo que a Mía quer falar

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 — Você está brincando, Laura? — perguntou Lionel segurando seu rosto com força — Acha que me intimido com uma advogada de merda, uma mulher?

— Solte-a! — gritava Elena puxando os braços de Lionel — Você vai machucá-la.

— Calada, sua prostituta — ele gritou apertando o rosto de Laura —. Estou cansado desses anos que meu pai ficou com vocês duas. Não entendem que jamais serão Giorgine? Meu pai era tudo antes de vocês duas, era um ótimo marido, era um pai presente.

Elena gritava para que Lionel parasse, Laura havia passado toda a vida ouvindo aquilo tudo, que jamais seria uma filha legítima, que era uma bastarda, uma inútil, mas não mais.

— Chega, Lionel — Laura grunhiu —. Eu é quem estou cansada de vocês e todos seus luxos ridículos.

Ele a empurrou com força, sentia vontade de batê-la como jamais teve, sentia raiva de como estava sendo encarado.

Scar andava apressado pelo corredor até entrar repentinamente na sala da Administração da Wellfster, todos o encaravam incrédulos em silêncio. Scar era o tipo de aluno — e pessoa — que nunca andava por ali, nem por lugar nenhum, ele quase nunca aparecia.

— Oi, no que posso ajudar? — disse um dos rapazes de camisa azul com vermelho com o símbolo da universidade.

Todos os outros o olharam assustado, mas todos continuaram em silêncio, não sabiam nem o que dizer.

— O aluno Ethan Samuels continuará sendo aluno da Universidade Wellfster Veronica, ainda que não haja bolsa de estudo para ele — disse Scar, num tom de voz suave. Não estava sendo grosseiro, muito menos mandão, transparecia calma como se dissesse qualquer coisa.

— O que? — perguntou o rapaz — Eu não acho que você entenda como esta instituição funciona, mas...

O rapaz fora interrompido por um mais velho que tampo sua boca, ele sorria para Scar forçadamente, tentava ser o mais simpático possível.

— O senhor deseja que eu abra o requerimento agora? — perguntou ele, ainda forçando o sorriso — Eu o coloco como pagante ou...

— A partir de agora eu pagarei as mensalidades e matrículas dele, mas vocês devem dizê-lo que ainda é por conta do banqueiro — respondeu Scar.

— Sim, senhor — respondeu o rapaz enfim soltando a mão da boca do outro —. Farei isso imediatamente.

Scar assentiu e saiu da sala olhando pros lados.

— O que foi aquilo? — perguntou alguém dentro da sala.

— Você está louco em negar algo para ele? — respondeu outro batendo com um livro na cabeça do primeiro — A mãe dele pode acabar com a carreira até do presidente e o pai dele então?

— Oh, então é ele? — indagou o primeiro pegando onde doía na cabeça.

Mia entrou na sala pouco depois, sentou-se gentilmente na cadeira em frente a um dos rapazes que trabalhava na assistência da administração e disse:

— Sobre os bolsistas do banqueiro Giorgine — ela sussurrou —, quantos ficarão sem ter como estudar no próximo semestre?

— A senhorita é...? — perguntou o rapaz enquanto mexia no computador, sem olhá-la.

— Mia de San Martín.

O rapaz fingiu uma tosse e rapidamente se virou para ela abrindo um enorme sorriso.

Entre nós e laçosOnde histórias criam vida. Descubra agora