Capítulo 28 - Patético, porém eficiente (Louis)

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     Cruzei os braços, transformando minha expressão na mais dura que conseguia, encarando o grupo de mulheres que encaravam de volta, atônitas. Demos um passo a frente, sorrindo de canto de boca, os olhos brilhando de satisfação.

     — Descobriram... O que exatamente?— Uma das moças arqueou as sobrancelhas, como se não soubesse do que estávamos falando.

     — Tudo.— Anunciei.— Não se falam de desentendidas.— Caminhei, os passos felinos e calculadamente leves no chão. Maldosa e calculadamente, encarei cada uma delas, vendo o terror escondido em seus rostos.— Sabemos, que esse não é o único acampamento, queremos saber, o que exatamente, vocês são, e se esconderem alguma coisa, não vai sair bem para o lado de vocês, isso eu juro.

     Novamente recebemos só silêncio em troca, um silêncio atormentador e pavoroso. Segurei o riso preso na garganta.

     — Violet, o que você fez?!— Catarina indagou, o olhar assassino se voltando para a garota, que tremia igual louca dois passos atrás de mim, lágrimas escorrendo dos olhos.

     — Ela não tem culpa de nada.— Lara se pronunciou, também dando alguns passos à frente, dura como uma rocha. Nós parecíamos leões, protegendo Violet.— Ela fez apenas o que a obrigamos a fazer, e lutou a todo custo contra.— Violet nos trouxe aqui por medo! Medo de ser expulsa. E por que vocês podem nos contar o que realmente está acontecendo. Portanto, se ousarem fazer qualquer coisa contra ela, nós protegeremos por que tudo o que Violet fez era o certo, o ético a fazer!!!

     — Diferente de vocês, por que esconder coisas dos moradores, não tem nada de ético!— Disse, a voz brava.

     Catarina passou a mão nos cabelos, o olhar alternando entre mim e Lara, preocupada. Por fim, pousou os olhos em Violet, suspirou e disse:

     — Feche a tenda Violet, acho que temos muito o que conversar.— A menina obedeceu, uma prontidão amedrontadora.

     Nos entreolhamos, eu e Lara, os olhos buscando segurança uma na outra. Catarina fez sinal para que nos sentíssemos, e com um pouco de ressalvas fizemos isso, sem dissolver a cara amarrada das duas. Violet sentou logo depois puxando mais uma cadeira para si própria, e enfiando os olhos em um documento qualquer.

     — Acho que vamos precisar mudar a porta de hoje.— Catarina anunciou para as outras, um pouco brincalhona.

     — Não era para isso estar acontecendo, elas vão esperar a gente acabar o que estávamos falando!— A mulher sentada na outra ponta da mesa disso, o rosto tão carrancudo quanto os nossos.

     — Se vocês fossem transparentes com a gente, em algum momento, não precisaríamos nem estar aqui, então sim, você vai parar tudo o que está fazendo pra falar com a gente!— Anunciei.

     — Quem você pensa que é pra falar assim comigo?!— A mulher gritou, enraivecida.

     — Louis Tompson, prazer!— Levantei da cadeira, estendendo a mão com o sorriso mais irônico que consegui colocar no rosto.

     Por um segundo, achei que ela fosse levantar e me dar um soco. Mas isso não aconteceu, talvez por Catarina ter batido documentos na mesa, mudando foco da nossa atenção, ou talvez pelo fato que, se ela me batesse, provavelmente não sairia viva dali.

     — Acalmem-se por favor!— gritou Catarina, o olhar enraivecido como o nosso. Nós duas viramos as cabeças pra ela, com um movimento quase animalesco.— Se alguém levar um soco aqui, as DUAS vão virar comida de Zeloide, e eu não me responsabilizo.— Arqueei as sobrancelhas, duvidando que ela faria qualquer coisa desse tipo.— Concordo com Louis, Penélope. Acho que escondemos essa coisa por tempo demais, considerando que não tem nada demais no que fazemos.

Emily contra o apocalipse ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora