Capítulo 17 - Decisões - Parte I (Barb)

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     Peguei Emily no colo, um sorriso surgindo nos lábios. Pela primeira vez em algum tempo eu tinha o controle sobre as decisões, ou ao menos pensava que teria.

    Você jamais terá o controle das suas decisões Barbara. Isso nunca acontecerá!

     Cale. A poha. Da. Boca.

     Seguimos juntos, caminhando pelo acampamento bem perto um dos outros. Eles me levaram em silêncio para a tenda onde dormiam, já sabendo bem o que teríamos pra discutir assim que entrássemos na tenda.

     Estramos, ainda em silêncio. Bruna se despediu rápido, dizendo que também participava do conselho, e precisava ir, rapidamente.

     Assim que ela saiu, nos entreolhamos, suspirando quase todos juntos. Sentei Emily na cama, colocando ela como se fosse pra dormir, mas com certeza não dormiríamos tão cedo assim.

     — Vocês sabem que não podemos ficar aqui.— Fui a primeira coisa que Daniel disse, antes mesmo de terminar de cobrir Emily.

     — Porque não?— Louis fez questão de ser a primeira a responder ele.— Nós podemos sim ficar por aqui, se isso for fazer bem para nós, porque não?!

     — Já tivemos nossas experiências com sociedades, e vocês sabem como foi! Não quero ficar batendo na mesma tecla todo esse tempo, já falamos muitas vezes sobre isso!— Ele cruzou os braços, a expressão já endurecida.

     — Batemos toda vez nessa tecla, e nunca chegamos a um consenso de verdade.— Nando disse, se sentando também em uma das camas.— Acho que agora é a hora de realmente chegarmos na solução.

     — Uma solução para todos, que beneficie cada um de nós da sua maneira.— Devon disse, uma cara bem cansada no rosto. Ele parecia bem mais velho do que era.

     Olhe, ele é o que você não quer para ela. Mas é exatamente isso que ela precisa, e você é uma mãe terrível por privar sua filha da sobrevivência

     — Não vejo no que ficar nessa vila pode ajudar na nossa sobrevivência além de curar Emily.— O gêmeo rebateu, carrancudo como Daniel foi todos esses anos.

     — Pois eu vejo!— Louis, que tinha encostado em uma cômoda de madeira com os braços cruzados, se adiantou, dando dois passos em direção à Daniel. Era como ela, que deveria se nesse apocalipse, a postura reta, decidida e bem resolvida, lutando pelo que acredita.— Vejo como minha vida melhoraria também, teria comida todos os dias, um teto e suporte sobre a minha cabeça. Teria uma base de sobrevivência para me manter!

     — Isso é só porque você viveu à sombra das vilas de proteção para sobreviventes, toda a sua vida Louis, o que você save sobre sobrevivência em uma floresta?!

     Acho que nunca vi o rosto de Louis ficar tão irritado, tanto que suas bochechas queimaram de tão vermelhas, e seus olhos saltaram um pouco. Só tive tempo de afastar um pouco o rosto deles, antes que a bomba chamada Louis Tompson explodisse.

     — EU. SOU. A POHA. DE UM. SOLDADO!!!— Berrou, completamente enraivecida.— Comparado a o que eu sei sobre sobrevivência, a SUA experiência seria comparada ao que a Emily sabe sobre matemática!— Ela estendeu o dedo em riste na cada de Daniel, que deu um passo pra trás.— Então você respeite, o que eu já passei nessa vida, porque você é a poha de um muleke de apartamento em comparação!

     Ficamos em silêncio por um longo momento. Esperando alguma coisa mais acontecer, mas não aconteceu. Então Devon decidiu quebrar o silêncio.

     — Também seri bom pra mim.— Ele respondeu.— Eu queria voltar a ter calma, viver uma vida onde eu não tenho medo de dormir e não acordar no dia seguinte... Sinto falta das... Coisas acontecendo sem um real propósito, como se eu não precisasse fazer aquilo, mas fazer mesmo assim. E hoje em dia, eu preciso fazer tudo o que eu faço, e isso é muito... Cansativo. Eu quero ficar, quero mesmo.

     — Mas você pode fazer coisas desnecessárias fora daqui! Não precisa disso!— Daniel tenta rebater.

     — Não, ele precisa sim!— Eu disse, pela primeira vez entrando na conversa que era minha.— Vocês esquecem que o Devon tem 10 anos! É uma criança, porque precisa passar por tanta coisa?! É a mesma coisa sobre Emily! São apenas crianças, precisam ter uma base nessa vida, precisam ter proteção e um lar, então precisam de um lugar como esse! Por esse e outros motivos, precisamos ficar.

     Olhe como ela ficou forte... Decidida... Pena que é uma mentirosa...

    A próxima pessoa que se manifestou, foi Nando, alguém que eu realmente esperava que fosse se manter calado,  mesmo que fosse ele que sugeriu resolver isso de uma vez por todas.

     — Eu quero seguir em frente.— Anunciou.— E eu quero que você siga em frente comigo. Não que esqueça tudo o que passamos, mas que isso não te impeça de seguir em frente, de continuar a viver e não apenas existir. Não quero que apenas viva na floresta para o resto da vida, EU não quero viver assim, não quero desistir de ter uma vida de verdade! E por isso eu quero ficar aqui, quero um lugar para superar tudo, eu quero a Tia Bruna, quero nossa família, eu quero você de volta! E eu só estou perdendo mais e mais você naquela floresta!— E Nando limpou uma lagrima no canto do olho, um sorriso de dor no rosto.

     A maior decisão já tomada, sabíamos que sim, mas Daniel não parecia querer aceitar. A ultima pessoa a falar acabou sendo Lara.

     — Eu quero ficar.— Disse, simplesmente.— Acho que vai ser bom pra me reconstruir. Nos reconstruírmos.

       Não havia mais o que ser dito. Só havia o que concordar, e o que deixar para o passado resolver sozinho.

     — Quero que você resolva o passado comigo, conversando, e não fugindo tanto do passado como você foge.— Nando continuou falando, ainda muito triste.— Mas se quiser continuar fugindo, eu vou entender. Se quiser continuar fugindo, eu vou entender. Se quiser continuar na floresta, vai só você, se ainda quiser continuar com tudo isso.

     Daniel encarou o gêmeo, por um momento bem longo, que poderia facilmente ter durado horas. Os pensamentos pareciam se embaralhar na sua mente, e quase conseguia ouvir as engrenagens funcionando na mente.

     — Eu vou ficar.— Suspirou, por fim, derrotado.

     Nando deu o primeiro sorriso sincero em muito tempo, e disse, por fim, frisando a primeira palavra.

     — NÓS, vamos ficar.



     Oieee milhos pra pipoca!!! Tudo bom com vocês!? Espero que sim!!

     Temos a parte 1 das decisões do nosso grupo, o que acharam do discurso de Nando? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!!!

     Beijinhos e até amanhã!!!

Emily contra o apocalipse ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora