Capítulo 33 - O Peso das cicatrizes (Lara)

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   *Leiam o capítulo com essa musica em looping, por favor, vai melhorar muito a experiência, já que eu escrevi o capítulo ouvindo ela*


     Louis apareceu na manhã seguinte com os dedos pintados de vermelho, a camiseta manchada, e os cabelos definitivamente com pontas coloridas. Na verdade, Louis ostentava o cabelo aceso igual fogo, que desde muito tempo eu já não a via assim, e um sorriso discreto, mas definitivamente satisfeito.

     Louis se sentou na mesa com o café da manhã, como se não tivéssemos reparado em nada, e começou a comer. Acho que Nando não se aguentou, e foi o primeiro a falar alguma coisa.

     — Onde você conseguiu tina pra cabelo?— Perguntou.

     — Lara me trouxe ela noite passada.— Louis sorriu, me olhando.— Eu ainda não tinha agradecido, mas obrigada!

     — Agradeça à Eliza, ela que conseguiu a tinta, eu sou só a entregadora.— Rebati, sorrindo.

     Nando encarou Louis, por mais alguns segundos, alternando entre os dedos e os cabelos, e depois resmungou um pouco encabulado, voltando o olhar para o próprio prato.

     — Combina com você.

     Precisava concordar com ele. Combinava.


     Os treinamentos da equipe de elite já tinham começado, mesmo que fosse às escuras, longe dos olhares de todos. Eu, Luis, Wanessa, Devon e Nando passávamos algumas horas do dia organizando táticas, treinando tiros e algo que parecia uma academia para fortalecer os músculos. Querendo ou não, tínhamos passado muito tempo sem treinos, com alimentação precária e exigindo muito do nosso corpo, tanto que Louis e Wanessa concordaram que nós cinco tínhamos um pouco da musculatura atrofiada.

     — Passamos muito tempo sem fazer exercícios certos, sendo que nossa musculatura estava acostumada a ter muito estímulo. Fomos do 8 ao 80 muito rápido. Eu conseguir ficar em tocaia por vários dias, hoje, cinco minutos agachada já me dói inteira.— Louis resmungava, sempre que me era possível.

     Por isso, começamos sempre a ter séries de recondicionamento físico, e elas eram muito mais importantes do que qualquer outro exercício. Wanessa, Devon e eu estávamos dentro da tenda dos armamentos, fazendo flexões, ou ao menos tentando. Apesar dos meus braços já estarem mais fortes do que antes, ainda era difícil, e sustentar meu próprio corpo por mais de 5 segundos ainda era praticamente impossível.

     — Não vamos desistir gente, a qualquer momento a missão pode bater na nossa porta, precisamos estar preparados!— Wanessa se levantou, pegando um pouco de água e jogando praticamente no rosto inteiro.

     — Pode ser, mas dói tudo isso!— Devon reclamou, deitando de bruços no chão, as mãos no rosto.

     — É necessário, mas não vou dizer que é fácil.— Wanessa concordou, abrindo um sorriso meio torto.— Mas olha, pare de reclamar, a Lara não reclama nem uma vez.

     — Se você ta reclamando eu posso começar agora.— Resmunguei também, encarando Wanessa. Ela levantou os braços em rendição, abrindo um sorriso branco e com os dentes um pouco tortos. Wanessa tinha a pele escura, quase como carvão, e olhos caramelo, que se destacavam contra a pele. Mantinha o cabelo raspado, e um permanente sorrisinho de canto de boca, que acompanhava as sobrancelhas arqueadas e muito escuras. Era uma ótima lutadora, e eu nunca iria querer entrar em uma briga contra ela, com seus braços musculosos e capacidade de derrubar qualquer um de nós com um único empurrão se quisesse.

Emily contra o apocalipse ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora