Capítulo 8 - Correria na cidade (Lara)

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     Devon gritou tão alto que tampei meus ouvidos. Mas mesmo com eles tampados, ouvi o tapa muito bem dado de Louis nele, pelo grito aparentemente desnecessário.

     Os Zeloides nos viram, mas não atacaram imediatamente, dando um segundo de pausa para que conseguíssemos entender toda a situação. E esse segundo foi o suficiente para que a porta do apartamento abrisse, e Daniel passasse correndo, dando uma portada em um Zeloide e derrubando o outro. 

     Aquilo foi tão cômico que eu quase ri, mas a velocidade com que os Zeloides se recompuseram fez com que o pensamento evaporasse.

      Barb também passou correndo com Emily nos braços, as duas com cara de apavoradas. Tive que chacoalhar Louis para que seguíssemos o plano.

     — Vamos!— Puxou Barb bruscamente, e me virei para correr escada abaixo, liderando o grupo.

     Abri a porta da escada de incêndio, deixando os outros passarem. Golpeei a cara do Zeloide, fechando a porta assim que todos passamos.

     Descemos em disparada, batendo os pés forte e com um pouco de pânico. Descemos o primeiro andar correndo, mas assim que eu vi que a porta do próximo estava fechada, desacelerei, e todos tivemos que fazer o mesmo. O plano tinha ido por água abaixo, e precisávamos alterar alguma coisa para que tudo voltasse a fazer sentido. Por isso, fiz uma coisa que a muito tempo não fazia: Tomei a liderança da situação.

     — Se agachem, vamos.— Agachei, sussurrando. Conseguia ouvir meu coração batendo forte nos ouvidos.— Isso é uma fuga.— Anunciou baixinho. Barbara agarrou Emily mais forte, protegendo a menina como um leão.— Precisamos sair da cidade, passamos tempo demais no apartamento, inertes, mas enquanto saímos, corremos e encontramos de novo os campos para voltar à caminhar, precisamos de comida, então qualquer lugar onde podemos encontrar suprimentos vamos entrar.

     — Remédios também?— Daniel perguntou.

     — Sim. Emily melhorou sozinha do que tinha, mas pode ser que não tenhamos a mesma sore se acontecer de novo. É bom conseguir algum remédio.— Sussurrei de volta.— Fiquem calmos, entrar em pânico não ajuda em nada.

     Levantamos e continuamos a descer as escadas devagar, juntos. Respirando fundo, nossas respirações faziam barulho no eco do silêncio, e os passos pareciam pesados demais. Faziam tanto tempo que não fazia algo furtivo, no silêncio puro, que meus braços pareciam ranger.

     A porta do hall estava aberta, por isso fiz com que todos parássemos no último degrau, olhando lá para fora. Fiz um sinal para que me seguíssem, e então, corri em disparada pelo hall de entrada, com todos atrás de mim.

     Não parei quando dois, três Zeloides passaram no meu campo de bisão. Contornei todos os perigos que pareciam nos atacar, torcendo para que todos estivessem me seguindo.

     A sensação de adrenalina por estar no comando, era uma coisa que eu tinha me esquecido a muito tempo. Não era necessariamente ruim, mas também não era o que eu mais amava sentir. Era estranho, porquê parecia não fazer parte de mim, mas fluía fácil. Comandar era contraditório pra mim, mas agora, fazia parte do que eu precisava fazer.

     Sorri, mesmo na correria. Porque aquele pensamento era algo que Hanna, com toda a sua personalidade pensaria em um momento como aquele.

     E como eu tinha saudade dela...

     Pulamos o portão daquele prédio, e no momento em que caímos, usei os segundos de calma pra contar as pessoas que estavam com a gente. Todos ali. Sobrevivemos ao primeiro estágio.

     Olhei em volta, novamente calculando nossas ameaças. Aquela não parecia ser a rua que estava infestada de Zeloides, e sim a de trás, mas se ele realmente seguiam nosso cheiro, não demoraria pra chegarem onde estávamos. Não viam um ser humano à anos provavelmente, o que com certeza aumentava as chance de nos estraçalharem ao mísero toque.

     Tinham 10 Zeloides na rua, contados no dedo. Estavam espalhados pelo comprimento da rua, uns 30 metros. Espaço suficiente pra escaparmos.

     Voltei a correr, passando para o lado de um carro, tentando driblar alguns Zeloides que estavam por ali. Aquela cidade parecia uma versão aumentada de Nova Iorque, área menos nobre, pela quantidade de bequinhos com latas de lixo entupidas a anos que ela tinha. Subi em uma cerca, puxando o arame que construía ela para subir, o tênis gasto de tanto andar escorregando. Mesmo assim, consegui subir, e passar para o outro lado.

     Bati com tudo no chão do outro lado, com uma pontada de dor na perna. Olhei para ver como estavam os outros. Daniel já tinha pulado para o outro lado, e fui ajudar a passar Emily, que escalava com a ajuda da mãe. Peguei ela pelo corpinho magro, colocando do outro lado, e ela agarrou a perna de Daniel, assustada.

     Ajudei o resto a passarem da cerca, enquanto os Zeloides corriam para nos alcançar. Eu sabia que eles conseguiam escalar coisas, então não perdi tempo antes de continuar correndo.

     Duas quadras depois, ainda correndo, paramos pra descansar por alguns segundos, ainda olhando em volta. Ainda tinham Zeloides por perto, então apenas paramos para observar e rever o plano.

     — Eu vi... Um mercado... Ou um açougue... Sei lá!— Louis anunciou, arfando.— Podemos... Ir pra lá...

     — Ok, vamos, antes que um deles nos veja.— E continuamos correndo, dessa vez na direção em que Louis tinha me apontado.

     No fim da rua infestada de Zeloides, ficava o que parecia um grande açougue. Mas antes dele, estavam centenas de Zeloides, em uma rua parecendo das principais. Meu coração apertou com um pouco de medo, ao mesmo tempo que meu estômago roncou de fome. Não é difícil imaginar qual dos sentimentos ganhou...

     Peguei uma arma presa na minha cintura. 46 tiros. Contra centenas de Zeloides. Tinha que dar certo, ou morreríamos.

     Voltei a correr. Percebi que Daniel apressava Em para acompanhar todo o grupo. Continuei a passar de um lado para o outro, contornando alguns Zeloides, mas sem conseguir passar despercebidos pelo grupo, nós tivemos que usar 2 dos tiros, e Nando atingir alguns deles com a marreta. Tudo isso sem desacelerar um só segundo, porque era perigoso demais algum Zeloide nos alcançar.

     Uma coisa estranhíssima aconteceu na rua. Os Zeloides se reorganizaram em uma espécie de barreira, parecendo um formigueiro de correria. A barreira era quebrada por nós e reconstruída rapidamente, e isso nos levou 10 tiros ao total, e uma quase mordida em Louis. Formando um bolo de pessoas na porta lateral do açougue, tentando arromba-lo e proteger os nossos ao mesmo tempo. Vários Zeloides chegaram para nos atacar, um barulho imenso nos ouvidos, mas Nando continha muito bem com sua marreta e Louis com as facas de caça.

     Arrombamos a porta, Barb guardando o grampo no bolso do jeans. Corremos igual loucos para dentro, fechando a porta com um baque muito forte.

     Respiramos fundo, nos encarando em um momento de silêncio. Estão todos aqui, todos vivos. Deixei de lado a calma por tudo ter ido bem, por que ainda não estava terminado. Ainda estávamos com fome.


     Oieee milhos pra pipoca!!! Tudo bem com vocês! Espero que sim!

    Centenas de tretas acontecendo, vocês acham que nossa trupe meio desestruturada vai sobreviver?! Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!!!

     Beijinhos e até amanhã, milhos pra pipoca!

Emily contra o apocalipse ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora