Capítulo 20 - Descoberta (Louis)

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     Realmente precisamos que Lara aprenda a não deixar rastros, a não deixar um som, uma pegada, nem ao menos um cheiro nos lugares que passou. É incrivelmente estupido como é fácil de rastrear ela...

     Sempre me perguntei o que Lara fez para se presa pelo NEICOGOZ, para precisar ser encontrada em uma cela escura por Daniel, para merecer tanto a confiança dele. Essa última parte, eu já tinha resolvido, Catarina resolveu isso na minha visão, pelo simples fato de existir. Mas cada uma das coisas que a Lara desconversava, cada uma das coisas que fazia... Eram um tanto quanto não confiáveis.

     Agora, nós encarávamos, ela com a expressão aterrorizada e envergonhada, e eu fazendo minha melhor expressão complacente. O medo presente nela era quase cômico, considerando que eu tinha só 40% a menos de cicatrizes no corpo que ela.

     — O quanto você viu?— Perguntou, o corpo todo tremendo. 

     — Contei cada uma delas, incluindo cada traço daquela.—Respondi, em voz baixa.— Não estou te julgando, pelo menos não por enquanto, não enquanto não souber exatamente o que é isso.

     — Então pode começar a julgar, não posso, e não vou contar nada...— Lara cruzou os braços em cima do peito nu, a pele arrepiando mais uma vez, como estava quando a olhava.

     — Pode, pelo menos me dizer por que está aqui, no meio da floresta...— Comecei, mas parei um pouco, antes de dizer a frase meio retardada passando pela minha mente.— Pelada, da cintura pra cima...

     Lara corou, muito, o rosto pálido, vermelho como uma pimenta. Ela olhou para o chão, para os pés com o chinelo muito feio do acampamento.

     — A camisa estava me sufocando... E, foram pesadelos, nada demais de verdade.— Lara resmungou, pensativa.— É tudo o que vai conseguir de mim.

     — Não estou te interrogando, nem pense nisso. Só quero entender, porquê cada uma dessas cicatrizes parecem realmente frias, e por quê você está com tanto medo disso? Com tanto medo de eu ter visto.— Continuei, encarando ela.

     — Porque elas são realmente feias, porque elas me lembram do que eu preciso esquecer, e porque isso é uma coisa só minha. E porque se você contar pra qualquer um, eu vou fazer questão de que Nando lembre da cor do seu sangue.

     — Está tão aterrorizada que é capaz de me ameaçar para que eu não conte seu segredinho? Acho que todo esse eu deveria ter medo de você, ao invés de dormir na cama ao lado sem preocupação, com uma possível assassina...

     — Não quero te machucar...— Disse, tremendo. E por todos os sinais que seu corpo dava sabia que estava falando a verdade.

     — Não vou contar pra ninguém, não preciso fazer nada com essa informação. Só quero saber, quem teria tanto ódio para escrever imune, à faca, nas suas costas?— Suspirei, profundamente.— Ou, se por causa do que aconteceu hoje, você ainda quer ficar?

     — Eu ainda vou ficar, isso não mudou nada disso, nada na minha opinião.— Anunciou.— E essa... coisa, nas minhas costas, foi uma pessoa que não posso dizer. Que prefiro deixar no passado.

     Olhamos uma para a outra, por um longo momento, esperando que alguém se manifestasse. E esse alguém fui eu.

     — Quer voltar pra dentro? Não sei se você gosta de passar um pouco de frio, não sei...— Respondi.

     Ela concordou com a cabeça, se direcionando devagar pra mim. Lara passou do meu lado, parando por um momento pra me encarar, os olhos se cruzando profundamente. Uma promessa, feita pelo olhar, e fechada com uma consciência e uma confiança. Então, voltou a andar, e não demorei pra segui-la.

     Lara colocou a blusa, olhando pra mim no silêncio quando entramos na tenda, ainda apavorada com a possibilidade de eu falar sobre seu segredo com alguém. Eu não faria isso, minha curiosidade de saber o que realmente estava acontecendo era maior do que a perversidade de contar o segredo de alguém que não confiava mais. Precisava descobrir, mas pra isso, precisava da confiança da Lara.

     Acabei não dormindo naquela noite. Tinha questões demais no pensamento pra isso.


     A manhã chegou bem mais rápido do que eu esperava, e pra completar as pequenas surpresas, estavam estupidamente ensolarado. Como se o universo soubesse de alguma coisa que nós não sabíamos, alguma coisa que o futuro reservava.

     Bruna abriu a tenda de manhã, assim que o Sol nasceu, um sorriso de orelha à orelha no rosto. Ela tinha um ar levemente preocupado, mas tentava a todo custo esconder.

     Nós já estávamos de pé, quando ela tomou coragem pra perguntar:

     — Vocês já decidiram?— Perguntou, a voz meio tremula.

     — Já.— Foi Barb quem respondeu.— Vamos ficar.— E mandou um olhar de relance pra Daniel, que se ele tivesse reparado, teria petrificado.— Todos nós.

     — Isso é maravilhoso!— Bruna sorriu mais ainda, a preocupação que antes ostentava desaparecendo do rosto.— Acho que eu não tinha duvidas que isso aconteceria, quer dizer, não deveria ter duvidas, é claro que vocês adorariam ficar, sentimos tanta saudade dos meninos, da Lara!— Os olhou, devagar, quase emocionada.— Vocês terão um bom lugar aqui, um novo lar! Não sei porquê duvidei de vocês!!!— Lara e eu nos entreolhamos, e ela por sua vez encarou Devon, que mandou um olhar assassino pra Daniel, enquanto Bruna continuava a falar e falar, sem perceber nosso desconforto.— Vamos, já que vocês vão ficar, temos muito trabalho a fazer! Precisamos armas uma nova tenda pra vocês, estabelecer nossos trabalhos pra vocês, colocar todo mundo na nossa sociedade!— Bruna caminhava de um lado para o outro, arrumando as camas mais rápido do que uma bala, quase com um olhar maníaco, enquanto nós estávamos uns aos outros, um pouco confusos.— Ah, vocês vão precisar conhecer seu primo! O Edu vai ficar mega surpreso em ver vocês!!


     Estávamos silenciosos o dia inteiro, silenciosos aparentemente demais.

     Barb tinha ido ficar com Emily, cuidando da doença da menina, com Violet sempre na sua cola. Era interessante como ela tinha pego um amor pela filha de Barb, em pouco mais de 48 horas que se conheciam...

     Trabalhamos para armar uma tenda para nosso grupo em uma das áreas mais vazia do acampamento, apenas um pequeno lugar com camas pra dormirmos, já que provavelmente não ficaríamos muito dentro dela. Tinha centenas de coisas pra serem feitas que mantinham aquele lugar de pé, muita coisa a ser trabalhada, muito a ser feito...

     Sim... Nós tínhamos muito o que fazer.



     Oieee milhos pra pipoca!! Tudo bom com vocês? Espero que sim.

     Oq acharam da reação de Louis? E Lara, o que acham que ela tanto esconde? Coloquem suas opniões e teorias nos comentários e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!!!

     Beijinhos milhos pra pipoca!!!

Emily contra o apocalipse ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora