Capítulo 7 - Confinados e mal alimentados (Barb)

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     Na manhã seguinte à minha discussão com Daniel, onde minha filha tinha salvado toda a nossa pátria, Devon acordou todos nós, super animado, o que deixou todo mundo confuso quando finalmente contou a notícia.

     A sua filha fez tudo isso, e você não sabia que ela entende tudo o que você sente Barbara. Nem para destruir a vida da sua filha você esta servindo...

     — Estamos completamente sem comida!

     A cara de Louis quando ele disse isso, com um sorriso estupidamente enorme no rosto, foi impagável. A garota esfregou as mãos no rosto, sonolenta, praticamente copiando Emily acordando.

     — E porque você esta com essa cara de felicidade?!— Perguntou, segurando um grito.

     — Significa que vamos ter que sair pra procurar comida!— Riu, quase parecendo maníaco— Por favor!!! Vamos, esse apartamento é tão chato, nada acontece, e eu pareço que vou enlouquecer a cada segundo aqui dentro!

     — É muita informação  pra quem acabou de acordar, fica quieto um segundo, pelo amor de Deus.— Daniel pediu, a cara enfiada no travesseiro.

     — Não, por favor, vamos!!!— Devon pegou o braço de Daniel, puxando ele pra sair do colchão.— Daniel, levanta! Precisamos de comida, vamos sair para caçar alguma coisa, esse apartamento é horrível!

     Devon parecia uma criança mimada, rindo com vontade. Era como um dos meus sonhos com Emily, que as vezes tinha em noites turbulentas. Eu acordava com medo deles. É tosco pensar que para mim, um grande pesadelo é minha filha como uma criança mimada e birrenta, pedindo doces, ou um passeio. Mas pensando um pouco mais, é complicado vê-la como introspectiva e não convivendo com crianças da sua idade também... Emily é meu maior dilema...

     Emily é seu maior erro querida...

     — Sem comida nenhuma? O que aconteceu com as latas de feijão que estavam no armário?— Louis se levantou, pegando o lenço velho que a cobria e dobrando sem jeito.

     — Acabaram ontem, as últimas duas latas.— Devon respondeu.

     — Merda!— A garota resmungou, caminhando para a sala.

     Nando encarou quando Louis passou ao lado dele, bocejando. Um silêncio se instaurou no quarto, e naquele momento, agradeci aos céus.


    Estava tão quente.

     Aquele era o dia mais quente que passamos naquele apartamento, Emily estava suando em bicas, e fazia com que eu tentasse dar banho nela a cada 10 minutos.

     Enquanto cozinhávamos, o calor fritando os ossos, Louis, Nando, Daniel e Devon se reuniam em volta de um plano, sentados no sofá, discutindo sobre nossa alimentação. Ou melhor, sobre a possível falta dela.

     Não consegue nem ao menos alimenta-la Barbara...

     — Lá embaixo está lotado de Zeloides à uma semana já, parecem que sabem que estamos aqui em cima!— Nando reclamou.— Sair vai precisar de um plano maior do que "corra e vê no que dá"!

     — Provavelmente sabem mesmo que estamos aqui, sentem nosso cheiro!— Comentei.

     — Como estão nossas armas? A munição?— Louis perguntou, as mãos cruzadas no rosto.

     — Duas pistolas, um revólver utilizáveis. Munição para 40 tiros, 15 para pistolas, o resto pro revolver. Três facas de caça. Uma espingarda com 6 tiros e uma marreta.— Lara listou.

     Emily puxou minha blusa, e prestei atenção na criança que levantava os bracinhos fofos pra mim, pedindo colo. Peguei Em, colocando para deitar no meu ombro, e continuei ouvindo a conversa dos quatro.

     — Vamos descer a escadaria, devagar, e sempre prestando atenção nas portas dos andares, porquê qualquer uma pode estar aberta.— Louis começava a contar, devagar e pacientemente, gesticulando um pouco.— O mais difícil mesmo vai ser nosso pior problema. 46 tiros, é o que temos, mais uns 10 golpes rápidos com as facas e as marretas, tudo isso é o que temos como proteção. Vamos passar o mais rápido possível por todo o prédio  depois ter o mesmo cuidado do que antes, tentar achar mais comida.

     — De preferência não estragada... Tinham duas latas de feijão que estavam aquela coisa...— Devon riu da sua própria piada.

     — Sabe que não temos como nos dar ao luxo disso. Vamos pegar as que parecerem bem , porquê dentro do prazo duvido que vejamos alguma coisa.— A garota rebateu, calma.— Vamos eu, Lara e Nando.— Anunciou.

     — Não!!!— Ele reclamou.— Eu também vou!

     Louis o olhou com a expressão de quem mataria Devon se pudesse. Apertou as mãos no colo, irritada e encarou mais um pouco antes de começar a falar, os dentes trincados.

     — O que você quer lá fora pra precisar ir junto?

     — A questão não é mais o que eu quero lá fora, é que eu não quero aqui dentro! Capaz deu enlouquecer se ficar mais um pouco aqui, nesse apartamento minúsculo!— Explicou.

     — Ok, você vai junto, mas não vai ativar absolutamente nenhuma vez, está me entendendo?— Devon concordou, apesar de parecer um pouco irritadinho com isso.

     Enquanto os 4 continuavam a passar pelos, Daniel pegou Em do meu colo, passando as mãos no cabelo dela com um cafunézinho. Encarou a menina com cara de sono, e fez alfo que me partiu o coração:

     — Tô com fome...— Murmurou baixinho abraçando o irmão mais velho.

     — Dorme meu amor, que isso passa.— E colocou ela pra deitar no colo, voltando a atenção para a conversa dos outros quatro.


     O céu estava rosado de fim de tarde, as nuvens claras e brancas levaram um pouco do calor infernal do apartamento, mas não era muito não, ainda limpava o suor da nuca de dez em dez minutos e dei 2 banhos em Emily hoje. Mas como estávamos em um apocalipse, os dias não eram simples dias de calor.

     Devon, Nando, Louis e Lara estavam amontoados na porta fazia uns 30 minutos, observando dois Zeloides caminharem de um lado para o outro, no corredor, como os Zumbis no 1° apocalipse faziam. Estavam marcando as movimentações que pareciam repetir, esperando o momento certo.

     Em queria ver pela fechadura também, como a criança que era, e Daniel constantemente distraía minha menina, para que ela parasse de enfernizar todo mundo.

     Se até você tem esses pensamentos sobre sua filha Barbara...

     — Precisamos ir antes de anoitecer. Pelo menos conseguir chegar lá embaixo antes de anoitecer, ou as coisas podem ficar complicadas demais.— Louis murmurou, encarando Nando. Reparei que lá fora estava começando a escurecer, e Emily puxou um fio solto do sofá, fazendo barulho.

     — Agora acha bom? Um deles passou para o lado das escadas.— Nando respondeu, tomando o lugar dela pra olhar na fechadura.

     — Está bom, se preparem.— Louis avisou.

     Eles carregavam as armas, e ajeitaram as mochilas, se preparando pra sair. Minhas costas ficaram tensas quando a porta se abriu e os 4 saíram em menos de 2 segundos. Um silêncio se instaurou, e apertei a mão de Em.

     Então, o grito de agonia veio, do outro lado da porta.


     Oieee milhos pra pipoca!!! Tudo bom com vocês? Espero que sim!!!

     UOOOOOHH, veremos agora muita treta mesmo meus amores, vem a primeira parte da treta na verdade, porque teremos muitas, kkk. Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!

     Beijinhos, milhos pra pipoca!! Até amanhã!!!

Emily contra o apocalipse ZumbiOnde histórias criam vida. Descubra agora